segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Ibovespa encerra em queda de 0,2% com construção civil

por Agência ESTADO
17 de Novembro de 2008 18:30

A Bovespa terminou o dia bem melhor do que começou, embora tenha fechado no terreno negativo. A melhora das bolsas norte-americanas à tarde permitiu ao Ibovespa, principal índice, devolver as perdas fortes exibidas desde cedo e subir. Mas a pressão baixista dos papéis do setor siderúrgico e de construção civil levou o índice de volta para baixo, ajudada pelo sinal negativo das ações de Petrobras e Vale.
O Ibovespa perdeu 0,20%, aos 35.717,21 pontos, depois de oscilar entre a mínima de 34.427 pontos (-3,81%) e a máxima de 36.373 pontos (+1,63%). Com o desempenho de hoje, a Bolsa acumula perdas de 4,13%, e, no ano, de 44,09%. O giro financeiro totalizou R$ 3,886 bilhões hoje, dos quais R$ 1,023 bilhão referentes ao exercício de contratos de opções sobre ações.
A segunda-feira reuniu todas as variáveis para as ações caírem. Recessão no Japão, desvalorização das matérias-primas (commodities), indicadores débeis nos Estados Unidos, notícias de cortes de empregos e um encontro pouco produtivo do G-20 (grupo que reúne grandes economias desenvolvidas e emergentes). Nesta madrugada pelo horário do Brasília, chegou a notícia de que a economia japonesa tinha também entrado em recessão - seguindo Reino Unido e zona do euro. No terceiro trimestre, depois de amargar uma queda de 0,9% de abril a junho -, o PIB japonês se contraiu 0,1%.
Nos EUA, a produção industrial dos EUA em outubro até que veio forte (+1,3%), mas o problema foi no dado de setembro, que foi revisado de um número ruim para um ainda pior. Passou de uma queda de 2,8% para uma baixa de 3,7%, a maior desde fevereiro de 1946. O outro dado divulgado lá hoje também foi fraco: o índice Empire State de atividade industrial caiu para -25,43 em novembro, nível recorde de baixa.
Na economia real, o mercado de trabalho mostrou sinais de fraqueza, pelo menos nos fragilizados bancos. O Citigroup vai diminuir seu quadro de funcionários em 50 mil e o HSBC já cortou 450 empregos em suas operações em Hong Kong. E a mineradora australiana BHP Billiton informou que houve um adiamento de pedidos de compra de minério de 5% de sua produção, o que parece ter sido patrocinado pelas siderúrgicas chinesas, segundo analistas.
Diante disso tudo, até que o resultado final desta segunda-feira não é de todo ruim. Às 18h15, o índice Dow Jones caía 0,47%, o S&P, 0,23%, e o Nasdaq, 0,38%.
Na Bovespa, com a queda das commodities, Vale e Petrobras recuaram - Vale ON perdeu 1,29% e PNA recuou 0,82%, enquanto Petrobras ON caiu 0,16% e PN, 1,49%. O preço do petróleo negociado em Nova York caiu 3,66%, para US$ 54,95 por barril. As siderúrgicas tiveram recuo um pouco mais firme e ajudaram a sustentar o Ibovespa em baixa. Gerdau PN perdeu 3,29%, Metalúrgica Gerdau PN, 2,99%, Usiminas PNA, 0,73%. CSN ON foi exceção ao subir 1,72%.
As maiores baixas do Ibovespa, no entanto, foram do setor de construção civil. Gafisa ON liderou as perdas ao cair 8,23%, seguida por Rossi Residencial ON (-7,88%) e Cyrela ON (-6,76%). Resultados fracos no terceiro trimestre, revisão das metas de lançamentos e vendas para 2008 e 2009 e a renovação dos temores de que a recessão das economias desenvolvidas vai contaminar o mercado doméstico explicam o forte desconto do setor, segundo operadores.

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