segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Após exercício de opções, Bolsa segue NY e cai

por Agência ESTADO
15 de Dezembro de 2008 18:40

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) viveu dois pregões distintos nesta segunda-feira, que abriu a última semana completa de 2008. Pela manhã, o vencimento de opções sobre ações levou o índice para cima, sustentado pelo desempenho de Vale e Petrobras. À tarde, passado o exercício, a Bolsa oscilou ao sabor de Wall Street, o que significou sinal vermelho, apesar de as ações de primeira linha (blue chips) continuarem em alta - exceção para a ação preferencial classe A (PNA) da Vale, que virou no fim da sessão.
O Ibovespa recuou 2,68%, e fechou na mínima do dia, a 38.320,19 pontos. Na máxima, subiu 0,92% e atingiu 39.735 pontos. Em dezembro, o índice acumula ganhos de 4,71%, mas tem perdas de 40,02% em 2008. O giro financeiro totalizou R$ 5,168 bilhões, dos quais R$ 1,548 bilhão referente ao vencimento de opções sobre ações.
Pela manhã, o exercício das opções levou os investidores a 'puxarem' para cima as ações de Petrobras e da Vale, já que os comprados estavam mais fortes neste vencimento. Mas findo o movimento, logo no início da tarde, o desempenho das bolsas nos Estados Unidos voltaram a guiar os negócios por aqui, e o índice passou a recuar sob influência, principalmente, de bancos e siderúrgicas. As blue chips resistiram às perdas e mantiveram os ganhos, apesar de oscilarem muito entre altas e baixas durante a tarde.
No fim da sessão, Vale PNA acabou virando e fechou na mínima do dia, em baixa de 1,32%. A ação ordinária (ON) subiu 0,64%. Hoje, o diretor de diretor de Relações com Investidores da Vale, Fábio Barbosa, afirmou que as perspectivas para o setor de mineração seguem positivas no longo prazo, apesar da atual retração do mercado.
Petrobras ON fechou com elevação de 0,54% e PN, de 1,33%. As ações contaram, em boa parte da sessão, com a pressão da alta do preço do petróleo no mercado internacional. No meio da tarde, entretanto, a matéria-prima (commodity) virou para baixo, e fechou em queda de 3,82% a US$ 44,51 o barril, mas as ações da estatal petrolífera não acompanharam a baixa.

Cenário externo
Nos Estados Unidos, novos indicadores econômicos fracos pressionaram as ações hoje, mas o destaque da sessão foi a notícia sobre a fraude de US$ 50 bilhões de um dos mais renomados gestores de fundos de Wall Street, o ex-presidente da Bolsa eletrônica Nasdaq, Bernard Madoff, cujas vítimas da fraude começaram a aparecer no fim de semana.
Vários gigantes anunciaram suas perdas com o esquema de pirâmide montado por Madoff: a do banco espanhol Santander, por exemplo, supera US$ 3 bilhões; a da japonesa Nomura é de US$ 302 milhões, a do BNP Paribas, de quase US$ 500 milhões, e o HSBC pode ter uma exposição de até US$ 1 bilhão.
A notícia ganhou amplitude dada a fragilidade do mercado diante da crise e em meio a indicadores que não cessam em trazer números débeis apesar dos inúmeros pacotes e medidas de ajuda divulgados no mundo todo. Só para citar os Estados Unidos, dos índices divulgados hoje, foi conhecida a queda de 0,6% da produção industrial em novembro na comparação com outubro nos EUA e que o índice sobre atividade industrial na região de Nova York atingiu mínima histórica em dezembro, a -25,76.
Amanhã, em mais uma tentativa para minimizar os efeitos da crise numa economia que já está em recessão, o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) anuncia a atualização da sua taxa básica de juros, hoje em 1% ao ano. A aposta majoritária dos especialistas é de que o BC norte-americano corte a taxa para 0,50% ao ano, mas há quem aposte em um corte maior, para 0,25% ao ano.

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