terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Bovespa sobe hoje, mas fecha o ano em queda de 41%

por Agência ESTADO
30 de Dezembro de 2008 19:02

O ano de 2008 não vai deixar saudades, principalmente para quem tinha suas economias investidas na Bovespa. A Bolsa termina 2008 registrando o pior desempenho desde 1994 - último dado fornecido pela BM&FBovespa. Desde então, a marca mais negativa havia sido verificada em 1998, quando o Ibovespa registrou queda de 33,4%, aos 6.784 pontos, e interrompendo a seqüência de cinco anos consecutivos de valorização expressiva. O Ibovespa fechou hoje, último dia de negócios do ano, com alta de 1,32%, aos 37.550,31 pontos. No mês, o índice paulista conseguiu encerrar no azul (+2,61%), mas no ano o declínio foi de 41,22%. O giro financeiro ficou em R$ 2,61 bilhões.
Hoje a Bovespa acompanhou de perto o movimento das Bolsas de Nova York, que foram beneficiadas pela notícia de que o governo norte-americano vai liberar US$ 6 bilhões à GMAC, braço financeiro da General Motors. Outra notícia boa foi o índice dos gerentes de compras de Chicago, que mostrou leve melhora em dezembro. O índice subiu a 34,1, superando os 33 previstos e acima dos 33,8 registrados em novembro. Mas o dado ainda indica contração na atividade econômica, pois segue abaixo do nível de 50. Por outro lado, a confiança do consumidor continua mostrando deterioração, contrariando as expectativas de recuperação, e o novo declínio dos preços dos imóveis residenciais contribuíram para limitar os ganhos em Nova York. Às 18h26 (de Brasília), o Dow Jones subia 1,36%, o Nasdaq avançava 1,74% e S&P, 1,49%.
Para 2009, os analistas esperam um cenário mais positivo; no entanto, esta perspectiva só deve começar a se mostrar a partir de meados do segundo semestre. "Para o primeiro semestre a expectativa ainda é de perda e de volatilidade acentuada", diz um profissional, ressaltando que a reação positiva só deve começar a aparecer quando as medidas tomadas este ano para enfrentar a crise financeira, principalmente nos EUA, começarem a surtir efeito. Além das ações adotadas até agora, o profissional não descarta mais iniciativas do novo presidente dos EUA, Barack Obama, que assume o comando do país em 20 de janeiro. "O mercado espera que Obama solte algo coerente que faça o mercado se ajustar e reagir", comenta, ressaltando que "para 2009 a expectativa é positiva, mas vamos ver se não vai ter nada para frustrar no meio do caminho, como aconteceu este ano", disse.
Já um outro operador acredita que a Bolsa pode começar a reagir a partir do início do segundo trimestre, após as empresas soltarem os balanços referentes a 2008. "Esta reação tanto pode ser positiva quanto negativa, tudo vai depender dos números das empresas", disse, reforçando ainda que acredita em um 2009 mais tranqüilo e aposta que a Bovespa pode chegar ao final do ano que vem acima dos 50 mil pontos. "Isso (50 mil pontos) significa uma valorização de mais de 32% sobre este ano; é algo bastante relevante, mas ainda não zera as perdas de 2008".
As ações da Vale, que chegaram a tocar o terreno negativo pela manhã, iniciaram a tarde em alta e se mantiveram neste terreno até o fechamento. Vale PNA terminou com ganho de 0,38% e ON subiu 2,40%. Petrobras também fechou no azul: a ação PN ganhou 1,42% e a ON, 1,48%. No mês, Petrobras PN acumula valorização de 18% e, no ano, queda de 46,11%; Petrobras ON teve alta de 19,30% em dezembro e queda de 45,74% no ano. Já as ações PNA da Vale não tiveram a mesma "sorte" e encerraram o mês e o ano em queda, de 2,53% e 51,13%. As ON subiram 0,58% em dezembro e caíram 51,72% em 2008.
As ações das companhias aéreas que ontem fecharam no vermelho, em razão do avanço do petróleo no mercado internacional, hoje terminaram com valorização. Embraer ON subiu 0,69% e TAM PN, 4,66%. Já a Gol PN não se sustentou e fechou com queda de 2,27%. Além do declínio do petróleo, que fechou hoje a US$ 39,03 por barril, outra notícia favorável para o setor foi a queda no preço do querosene de aviação. Segundo o Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea), o QAV vai recuar 16,76% a partir de 1º de janeiro.

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