terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Bovespa fecha em alta pela sexta sessão consecutiva

por Agência ESTADO
06 de Janeiro de 2009 18:33

A Vale roubou novamente a cena e empurrou a Bovespa para mais um pregão de ganhos, o sexto consecutivo. O ingresso de investidores estrangeiros no papel e a alta das matérias-primas no exterior sustentaram as compras. Petrobras e siderúrgicas - com destaque para o desempenho da CSN - também garantiram valorização bem maior à bolsa doméstica do que as verificadas nos índices em Wall Street.
O Ibovespa, principal índice doméstico, fechou em elevação de 1,91%, aos 42.312,28 pontos, maior pontuação desde 3 de outubro de 2008. Na mínima, a bolsa operou com estabilidade, aos 41.520 pontos e, na máxima, atingiu 42.363 pontos (alta de 2,03%). Nos três pregões de janeiro, os ganhos acumulados atingem 12,68%. Nos seis pregões consecutivos de alta, foram 16,02%.
O giro financeiro totalizou R$ 4,283 bilhões, com ingresso de estrangeiros. Eles entraram em alguns poucos papéis, principalmente Vale, CSN e também Petrobras. Vale ON subiu 2,77%; a PNA, 3,39%; CSN ON, 5,90%; Petrobras ON, 1,64%; e a PN, 1,39%.
Na Bolsa Mercantil de Nova York, o petróleo fechou em US$ 48,58 o barril, com queda de 0,47%, depois de oscilar o dia todo entre altas e baixas. Os metais básicos avançaram em Londres, com os investidores os comprando antes da recomposição do fundo de índice de commodities (matérias-primas) Dow Jones-AIG; os metais preciosos também subiram, depois que o dólar devolveu parte dos ganhos obtidos durante o dia no exterior.
Fausto Gouveia, economista da Infra Asset, não mostra muito entusiasmo com a alta vista nos últimos pregões. Segundo ele, o fluxo externo está ajudando e o clima está mais otimista - hoje, ajudado pela reabertura de emissão externa pelo Tesouro brasileiro. "Mas os investidores ainda não estão montando posições de longo prazo. Eles estão com o dedo no gatilho e deve haver realização de lucros, que pode ser brusca", afirmou.
Segundo ele, há muitos números da economia real a serem conhecidos, referentes ao último trimestre do ano passado, bem como os balanços das empresas, o que justifica a manutenção da cautela.
Hoje, além da recuperação das commodities, também beneficiou a bolsa brasileira o anúncio do Tesouro sobre a abertura de emissão de Global 2019 nos mercados dos EUA, Europa e, eventualmente, na Ásia. Isso significa que o Brasil encontrou uma oportunidade e deixou a porta aberta para as empresas também buscarem o mercado externo para se financiar, o que favoreceu as ações no mercado doméstico.
Em Wall Street, as bolsas subiam às 18h17 (de Brasília): o índice Dow Jones, 1,08%; o S&P, 1,14%; e o Nasdaq, 1,83%. Os ganhos diminuíram um pouco após a divulgação da ata da última reunião do banco central dos EUA, mas recuperaram-se em seguida. O documento explicitou as razões para o BC americano ter mudado a política monetária e cortado o juro para um intervalo de zero a 0,25% ao ano. Pelo texto, entre outras coisas, a instituição viu o PIB do país em queda este ano, com aumento significativo do desemprego até 2010.
Mais cedo, os índices acionários norte-americanos titubearam com os indicadores ruins divulgados hoje. As encomendas à indústria caíram 4,6% em novembro, o dobro do esperado. As vendas pendentes de moradias registraram queda de 4% também em novembro, ante estimativa de 1%. O ISM de serviços mostrou recuperação, superando as expectativas, indo para 40,6, de 37,3, quando o previsto era 36,8.

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