sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Bovespa recua 0,85%, mas sobe 4,66% em janeiro

por Agência ESTADO
30 de Janeiro de 2009 18:39

Em um dia de muita volatilidade nos negócios, a Bovespa teve um desempenho melhor do que as bolsas norte-americanas (pelo menos até o horário de fechamento doméstico) graças ao comportamento dos papéis da Petrobras. Os balanços favoráveis de empresas do setor petrolífero no mercado externo, a alta do petróleo e as compras de investidores estrangeiros favoreceram ganhos destes papéis que, por serem os mais líquidos, deram sustentação ao principal índice na maior parte da sessão. A Bolsa, no entanto, não conseguiu ignorar totalmente o desempenho das bolsas norte-americanas e acabou acompanhando no final.
O Ibovespa terminou o dia em baixa de 0,85%, aos 39.300,79 pontos. Na mínima, atingiu 39.185 pontos (-1,14%) e, na máxima, 40.273 pontos (+1,60%). Em janeiro, pelo segundo mês seguido, a Bolsa terminou em elevação, de 4,66%. O giro financeiro totalizou R$ 3,248 bilhões.
O evento mais aguardado do dia era a divulgação da primeira prévia do Produto Interno Bruto (PIB) norte-americano do quarto trimestre. E o indicador acabou surpreendendo por ter sido menos ruim do que era esperado. Assim, a reação imediata dos investidores foi ir às compras. A maior economia do mundo recuou 3,8% de outubro a dezembro, enquanto as previsões eram de -5,5%.
Mas, na releitura, os investidores preferiram enxergar a informação de que o resultado foi o pior desde o primeiro trimestre de 1982. Juntaram os indicadores ruins e passaram às vendas. Além disso, as expectativas em torno da constituição de um "banco ruim" para compra de ativos podres das instituições financeiras nos EUA sofreram um abalo no meio da tarde, quando o colunista da rede CNBC Charlie Gasparino informou que o plano pode ser congelado ou mesmo abandonado.
Às 18h26 (de Brasília), nas Bolsas de Nova York, o índice de ações Dow Jones caía 1,67%, o S&P perdia 2,06% e o Nasdaq recuava 1,68%. Da leva de indicadores, o índice de atividade industrial dos gerentes de compra de Chicago (PMI) caiu para 33,3 em janeiro, o menor nível desde março de 1982. O índice de sentimento do consumidor da Universidade de Michigan subiu para 61,2 em janeiro, de 60,1 em dezembro, mas o número, que saiu hoje na versão final, é menor do que o dado preliminar de 61,9.
Do setor corporativo, os dados não foram assim tão nefastos. A Procter & Gamble anunciou aumento de 53% no lucro líquido no quarto trimestre, de US$ 1,58 por ação, em linha com a previsão de analistas; e a Honeywell informou alta de 2,6% no lucro líquido do período (US$ 0,97 por ação).
No setor petrolífero, os dados até agradaram. A ExxonMobil, maior petroleira do mundo, registrou queda de 33% de seu lucro líquido no quarto trimestre do ano passado, para US$ 7,82 bilhões, resultado veio melhor do que o esperado por analistas. A Chevron, por sua vez, anunciou que obteve lucro líquido US$ 4,9 bilhões no intervalo.
Estes dados estimularam compras em Petrobras durante o dia, mas os ganhos diminuíram no final e apenas a ação ON sustentou a alta, de 1,17%. A PN fechou estável. Os investidores estrangeiros estiveram na compra do papel, que também foi impulsionado pela valorização do petróleo. Na Bolsa Mercantil de Nova York, o petróleo fechou com elevação de 0,58%, a R$ 41,68 por barril.
Vale, outra empresa de peso na Bolsa doméstica, manteve hoje a realização de lucros iniciada na véspera, embora estivesse presente no noticiário. A empresa anunciou a compra de ativos de minério de ferro e potássio da mineradora anglo australiana Rio Tinto, por US$ 1,6 bilhão, pagos à vista. Vale ON caiu 1,60% e PNA perdeu 1,72%.
No setor siderúrgico, que teve uma semana de movimentação técnica, o sinal predominante hoje foi negativo. Gerdau PN caiu 1,05%; Usiminas PNA, 1,16%; CSN ON, 2,60%. Metalúrgica Gerdau PN subiu 0,25%.

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