quinta-feira, 19 de março de 2009

Bolsa ganha quase 5% em três pregões seguidos de alta

por Agência ESTADO
19 de Março de 2009 17:38

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) registrou mais um pregão de alta hoje, ainda em reação ao anúncio de ontem do Federal Reserve (Fed, banco central americano). Mas hoje os ganhos não foram influenciados pelos índices acionários nos EUA, que engataram uma realização de lucros. Foram os efeitos das medidas sobre os preços das matérias-primas (commodities) que levaram os papéis desse segmento a subirem e garantirem a terceira alta seguida ao índice Bovespa (Ibovespa).
O Ibovespa avançou 0,78%, aos 40.453,43 pontos. Em três dias seguidos de alta, acumulou ganhos de 4,78%. No mês, a elevação do Ibovespa atinge 5,95% e, no ano, 7,73%. Durante a sessão, o índice atingiu a mínima de 40.146 pontos (+0,01%) e a máxima de 41.137 pontos (+2,48%). O giro financeiro totalizou R$ 4,737 bilhões. Os dados são preliminares.
Duas justificativas explicam essa puxada nos preços das commodities hoje em razão do anúncio do Fed: ao anunciar a compra de até US$ 300 bilhões em títulos do Tesouro dos EUA (Treasuries), o banco central americano está mexendo na curva longa de juros e barateando as taxas. Isso atrai os consumidores de volta ao mercado, reaquecendo a economia e, consequentemente, elevando a demanda por matérias-primas; em segundo lugar, para comprar os títulos, o Fed precisa emitir dinheiro, o que eleva o risco de inflação e deprecia o dólar, fatores altistas para commodities. Há que se lembrar ainda que o anúncio do Fed pegou o mercado de commodities fechado ontem e uma reação só ocorreu hoje - e para cima.
Essa elevação das commodities trouxe de volta investidores estrangeiros para o mercado doméstico de ações, concentrado em papéis dessa natureza. A mineradora Vale, que ontem ainda titubeou por causa das notícias da Ásia, hoje exibiu recuperação em suas ações. As siderúrgicas novamente avançaram. Vale ON fechou em alta de 2,12% e PNA, de 1,26%. Usiminas, que ontem foi a que menos avançou dentre os papéis do setor, esteve hoje à frente, com ganhos de 6,38% na ação PNA, a maior alta do Ibovespa, e de 6,08% na ON, a segunda maior valorização. Gerdau PN, +0,35%, Metalúrgica Gerdau PN, +0,13%, e CSN ON, +1,64%.
Petrobras seguiu a disparada do petróleo e também teve um fechamento firme, acima de 3%. Na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex), o contrato de petróleo com vencimento em abril avançou 7,21%, para US$ 51,61 o barril, acima do importante suporte de US$ 50. Petrobras ON subiu 3,77% na Bolsa brasileira e Petrobras PN, 3,36%.
A ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, divulgada hoje pela manhã, sinalizou que os cortes na taxa básica de juros (Selic) devem continuar, o que é positivo para a Bolsa por atrair investidores interessados em rentabilidade maior do que a paga na renda fixa e também porque beneficia as contas das empresas, melhorando os números dos balanços.
Mas juro menor impacta as receitas dos bancos e esse segmento caiu, também por causa da realização dos papéis do setor em Wall Street. O índice Dow Jones terminou em baixa de 1,15%, aos 7.400,48 pontos, o S&P 500 perdeu 1,30%, aos 784,04 pontos, e o Nasdaq, 0,52%, a 1.483,48 pontos.

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