sexta-feira, 6 de março de 2009

Bovespa fecha em baixa de 0,71%, na contramão de NY

por Agência ESTADO
06 de Março de 2009 18:43

A Bovespa abriu em alta e foi alimentada pelo resultado do relatório do mercado de trabalho norte-americano em linha com as previsões. Mas o otimismo logo foi trocado pelo choque de realidade - já que os números mostram um quadro bem ruim. Os índices norte-americanos viraram e operaram em queda até pouco antes do fechamento, quando o Dow Jones e o S&P 500 buscaram recuperação e acabaram por fechar em alta. A Bovespa acompanhou a volatilidade de Wall Street, mas não conseguiu fechar no azul.
O Ibovespa fechou em queda de 0,71%, aos 37.105,09 pontos. Na mínima, atingiu os 36.476 pontos (-2,39%) e, na máxima, os 38.309 pontos (+2,51%). No mês, acumula perdas de 2,82% e, no ano, de 1,18%. O giro financeiro totalizou R$ 3,756 bilhões.
Dow Jones fechou em alta de 0,49%, S&P avançou 0,12% e Nasdaq caiu 0,44%. Mas a fotografia final do pregão nem de longe mostra o dia no mercado, muito volátil e predominantemente negativo. O relatório do mercado de trabalho foi o principal condutor dos negócios - e não um dos bons: em fevereiro, foram fechadas 651 mil vagas de trabalho nos EUA, em linha com as previsões, mas os números dos dois últimos meses foram revistos para pior: dezembro para -681 mil empregos, o maior corte desde outubro de 1949, e janeiro para -655 mil vagas.
Apenas nos últimos quatro meses, 2,6 milhões de pessoas perderam seus empregos, número que sobe para 4,4 milhões se contabilizados os fechamentos de postos de trabalho desde que a recessão começou, em dezembro de 2007. A taxa de desemprego dos EUA subiu de 7,6% em janeiro para 8,1% em fevereiro (os analistas previam 8%), atingindo o nível mais elevado desde dezembro de 1983. Alguns economistas acreditam que a taxa possa atingir 10% até o final do ano.
O relatório do mercado de trabalho atravessou o Atlântico e também pressionou o fechamento em baixa das bolsas europeias, puxadas por perdas em bancos e seguradoras. Londres foi a exceção ao subir 0,02%. A Bolsa de Paris recuou 1,37% e a de Frankfurt fechou em queda de 0,79%.
No Brasil, as ações da Petrobras, que operaram em alta numa parte do dia, ajudam a explicar a resistência da Bovespa durante a sessão. Mas também servem para justificar a queda no final. Os papéis inverteram para baixo e ampliaram as perdas nas duas últimas horas, na contramão do petróleo, que subiu 4,38%, aos US$ 45,52 o barril.
Petrobras ON recuou 1,84% e PN, 1,27%. A estatal divulga ainda hoje seu balanço do quarto trimestre do ano passado. Hoje, a estatal anunciou que bateu novo recorde de produção na quarta-feira, 4 de março, com 2,012 milhões de barris.
Houve ainda vendas de estrangeiros, que se desfizeram de ações no mercado doméstico, abatendo não só Petrobras como também Vale, que recuou em grande parte do dia. As ações da mineradora brasileira recuaram 2,63% a ON e 2,32% a PNA. Siderúrgicas acompanharam.

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