terça-feira, 10 de março de 2009

Bovespa segue Wall Street e fecha em alta de 5,59%

por Agência ESTADO
10 de Março de 2009 17:40


As declarações do presidente do banco central dos Estados Unidos, Ben Bernanke, e do executivo-chefe do Citigroup, Vikram Pandit, deram o tom dos mercados nesta terça-feira, levando as bolsas de valores a interromperem sequências de quedas. Na Bovespa, depois de três dias em baixa, o principal índice à vista superou os 5% de ganhos. Nos EUA, a corrida por pechinchas foi ainda maior.O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, terminou o dia em alta de 5,59%, aos 38.794,55 pontos. Na mínima, atingiu os 36.745 pontos (+0,01%) e, na máxima, os 38.804 pontos (+5,61%). Com o resultado de hoje, passou a registrar alta de 1,60% no acumulado do mês e de 3,31% no ano. O giro financeiro somou R$ 4,525 bilhões.
Em Nova York, os índices fecharam na máxima pontuação do dia: o Dow Jones subiu 5,80%; o S&P, 6,37%; e o Nasdaq, 7,07%.
O que motivou os investidores a comprarem ações foi a carta que o excecutivo-chefe do Citigroup enviou para os funcionários e para o órgão regulador do mercado de capitais dos EUA, a SEC, na qual afirmou que o banco é sólido e que caminha para um lucro de US$ 8,3 bilhões (antes de impostos e provisões) no trimestre. Segundo ele, o preço da ação, que estava em torno de US$ 1,00, não refletia os fundamentos do grupo. Os papéis do Citigroup avançaram 38,10%, para US$ 1,45.
Ben Bernanke amplificou as palavras de Pandit ao pedir, em discurso feito ao Conselho de Relações Exteriores, novas medidas para evitar crises no futuro. Ele também afirmou que a recuperação econômica não ocorrerá sem os mercados ficarem estáveis e disse que é preciso evitar o colapso de grandes instituições financeiras e que, se os bancos estiverem estáveis, a recessão acabará no final de 2009.
No Brasil, a alta dos metais e a notícia de que a China anunciou o aumento de 25% das vendas de veículos em fevereiro ante igual mês do ano passado, depois de três meses seguidos de queda, favoreceram a recuperação de Vale e siderúrgicas. Vale ON avançou 7,41%; Vale PNA, 6,21%; Gerdau PN, 4,33%; Metalúrgica Gerdau PN, 4,70%; Usiminas PNA, 6,23%; e CSN ON, 7,82%.
Petrobras subiu um pouco menos do que Vale, por causa da resistência que as ações vêm tendo em relação às da mineradora em dias de baixa e também porque o petróleo fechou em queda no exterior. Petrobras ON fechou em alta de 5,48% e PN, de 5,33%. Na Bolsa Mercantil de Nova York, o petróleo recuou 2,89%, cotado a US$ 45,71 o barril. A baixa foi puxada pela previsão da Administração de Informação de Energia de que a demanda por petróleo nos EUA deverá cair 2,2% este ano em relação ao ano passado para o menor nível desde 1998, devido "à contínua fraqueza econômica".
No setor financeiro, Bradesco PN subiu 6,02%; Itaú PN, 6,32%; Unibanco Unit, 7,23%; e BB ON, 4,31%. Na entrevista para comentar o PIB do quarto trimestre do ano passado, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, descartou novas medidas de desoneração do imposto sobre operações financeiras (IOF) incidente nas operações de crédito, apesar da pressão das instituições financeiras.
No Ibovespa, apenas três ações fecharam em baixa. O resultado do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no quarto trimestre do ano passado teve efeito marginal na Bolsa. O dado foi ruim - houve queda de 3,6% ante o trimestre anterior -, mas reforçou as apostas de um corte maior na taxa de juros pelo Comitê de Política Monetária, amanhã.

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