quarta-feira, 25 de março de 2009

Siderúrgicas ajudam a garantir alta de 0,78% ao Ibovespa

por Agência ESTADO
25 de Março de 2009 17:51

O setor da construção civil e de imóveis foi o destaque da sessão nesta quarta-feira, na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) e nas Bolsas americanas. Nos Estados Unidos, o dado de vendas de imóveis novos apresentou surpreendente alta em fevereiro, dando gás às compras de ações. No Brasil, o governo federal anunciou finalmente o pacote da habitação, impulsionando sobretudo setores correlacionados à construção civil, como siderúrgicas, já que os papéis das construtoras, na maioria, trocaram a euforia inicial por ceticismo.
O índice Bovespa (Ibovespa) terminou o pregão em alta de 0,78%, aos 41.799,30 pontos. Na mínima, atingiu os 41.114 pontos (-0,87%) e, na máxima, os 42.623 pontos (+2,77%). No mês, acumula ganho de 9,47% e, no ano, de 11,32%. O giro financeiro totalizou R$ 4,693 bilhões hoje.
Nos EUA, o índice Dow Jones terminou com variação positiva de 1,17%, aos 7.749,81 pontos. O S&P avançou 0,95%, aos 813,88 pontos, e o Nasdaq, 0,82%, a 1.528,95 pontos. O que acabou garantindo os ganhos no final, depois de uma breve realização de lucros no meio da tarde, foram as mesmas razões que puxaram a alta na abertura: dois índices que surpreenderam positivamente.
As encomendas de bens duráveis nos EUA subiram 3,4% em fevereiro em comparação a janeiro (ante queda de 2% prevista). E as vendas de imóveis novos avançaram 4,7% em fevereiro ante janeiro, a primeira alta em 7 meses e contradizendo previsão de baixa de 2,9%.
No Brasil, a construção civil também foi o destaque da sessão, com o anúncio do plano habitacional "Minha casa, minha vida", com o objetivo de construir 1 milhão de moradias para famílias com renda de até 10 salários mínimos. Serão disponibilizados R$ 34 bilhões, dos quais R$ 16 bilhões terão subsídios da União e R$ 10 bilhões, subsídios dos recursos do FGTS.
As empresas do setor da construção civil reagiram, de cara, favoravelmente ao anúncio, embora já tenham se movimentado em torno disso nos últimos meses. Mas, no final, acabaram trocando as ordens de compras pelo ceticismo em relação ao programa, o que levou a maioria dos papéis do setor a cair.
Gafisa ON recuou 1,60%, Rossi Residencial ON, 1,94% e Cyrela ON, 0,12%. Fora do índice, MRV ON ganhou 1,06%, Klabin Segall PN perdeu 0,35%, PDG Realty ON caiu 1,05%, Rodobens ON subiu 1,33%, Tenda ON fechou em alta de 0,56% e Tecnisa ON teve queda de 3,85%. Conforme analistas ouvidos pela Agência Estado, o pacote da habitação vai beneficiar principalmente as empresas cujo foco de produção já se encaixa na fatia de renda de três a dez salários mínimos, entre elas Tenda, Rodobens Negócios Imobiliários, MRV Engenharia e PDG Realty.
As ações das siderúrgicas foram mais beneficiadas pelas notícias da construção, em especial Gerdau, que vende aços longos para esse setor. Além do pacote doméstico, também as vendas de imóveis nos EUA levaram às ordens de compras das ações. Gerdau PN acabou em alta de 5,11%, Metalúrgica Gerdau, de 4,35%, Usiminas PNA, de 2,96%, e CSN ON, de 0,78%.
As blue chips exibiram fechamento morno. Vale ON subiu apenas 0,28% e Vale PNA, 0,91%. Em relatório de hoje, a área de pesquisa do banco americano Morgan Stanley disse que sua previsão para este ano é a de queda de 30% nos preços do minério de ferro, cujas negociações devem se estender até maio ou junho. Os preços dos metais não tiveram fechamento uniforme hoje no mercado internacional.
Petrobras ON avançou 0,47% e Petrobras PN, 0,26%. O presidente da empresa, José Sérgio Gabrielli, voltou a falar sobre ajuste de preços dos combustíveis no mercado interno. Ele esclareceu declarações da véspera dizendo que elas não significam que a empresa não vai reduzir o preço da gasolina, mas apenas que é preciso haver estabilidade nos preços internacionais para promover tal reajuste. Na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex), o contrato do petróleo com vencimento em maio recuou 2,24%, a US$ 52,77 o barril.

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