quarta-feira, 6 de maio de 2009

Bolsa brasileira já se aproxima de nível pré-crise

por Agência ESTADO
06 de Maio de 2009 17:51

Os investidores tomaram gosto pela alta no mercado acionário doméstico. Pela quinta sessão seguida - e contrariando as previsões de que os ganhos acumulados já estavam em tempo de serem embolsados -, a Bolsa de Valores de São Paulo permaneceu o dia todo no azul, recuperando durante o pregão a marca dos 52 mil pontos. No fechamento da sessão regular, o desempenho ficou abaixo disso, mas foi o maior nível desde 25 de setembro do ano passado. Aos poucos, o Ibovespa vai recuperando a pontuação pré-crise, de meados de setembro de 2008, quando do pedido de concordata do banco americano Lehman Brothers, em 15 de setembro, que marcou o agravamento da crise internacional.
Os dados sobre mercado de trabalho da ADP nos Estados Unidos, uma prévia agradável dos testes de estresse dos bancos que serão divulgados amanhã, e, no Brasil, a continuidade do ingresso de recursos estrangeiros garantiram a manutenção da trajetória ascendente hoje.
O índice Bovespa (Ibovespa) fechou esta quarta-feira com valorização de 1,64%, aos 51.499,48 pontos. Na mínima do dia, ficou em 50.672 pontos (estabilidade) e, na máxima, os 52.096 pontos (+2,81%). Nos três pregões de maio, o Ibovespa acumula ganho de 8,90% e, em 2009, de 37,15%. Nas últimas cinco sessões seguidas de alta, o índice subiu 12,39%. O giro financeiro totalizou R$ 7,468 bilhões hoje (dado preliminar). Em 12 de setembro de 2008, uma sexta-feira, último pregão antes do anúncio da quebra do Lehman Brothers, o Ibovespa havia fechado em 52.392 pontos.
As previsões no início do dia eram de que, enfim, hoje, os investidores embolsariam parte do dinheiro que fizeram nos últimos pregões no mercado acionário. Mas a divulgação dos dados do mercado privado de trabalho norte-americano pela ADP fez os investidores mudarem de ideia. Ao invés do fechamento de 650 mil vagas em abril nos EUA, como era esperado pelos analistas, foram eliminados 491 mil postos de trabalho, o que foi lido como um sinal de que o "payroll" - relatório oficial que o Departamento de Trabalho dos EUA divulgará na sexta-feira - também deve vir melhor. O vazamento de parte dos resultados dos testes de estresse dos bancos americanos, que serão conhecidos amanhã, também patrocinou uma corrida às ações à tarde.
O Dow Jones terminou a sessão em alta de 1,21%, aos 8.512,28 pontos, o S&P, de 1,74%, aos 919,53 pontos, e o Nasdaq, de 0,28%, a 1.759,10 pontos. Os papéis do BofA subiram 17,07%, do Citigroup, 16,62%, e o JPMorgan, 6,89%.
O humor melhor no exterior puxou para cima as cotações de matérias-primas (commodities), que também favoreceram os papéis domésticos, assim como o fluxo estrangeiro. Na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex), o contrato do petróleo para junho terminou com avanço de 4,64%, a US$ 56,34, o maior preço do ano, influenciado pelo crescimento inferior ao esperado nos estoques de petróleo bruto nos Estados Unidos. Na Bovespa, Petrobras ON subiu 1,36% e Petrobras PN avançou 1,47%.
Vale, que divulga balanço trimestral logo mais, terminou com alta de 0,76% na ação ON e de 0,79% na PNA. As previsões dos analistas ouvidos pela Agência Estado para o resultado de janeiro a abril é de um lucro líquido 25,5% menor, segundo o padrão contábil norte-americano (US GAAP), para US$ 1,5 bilhão.
As siderúrgicas tiveram desempenho mais robusto e, com exceção de Usiminas PNA (+1,47%), subiram mais de 4%: Gerdau PN avançou 4,72%, Metalúrgica Gerdau PN, 5,43%, e CSN ON, 4,58%.
No setor bancário doméstico, não houve fechamento uniforme. Bradesco PN terminou com aceleração de 1,41%, Itaú Unibanco PN caiu 1,13%, e BB ON terminou com ganhos de 7,72%.

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