sexta-feira, 29 de maio de 2009

Bolsa sobe 39,3% em três meses seguidos de ganhos

por Agência ESTADO
29 de Maio de 2009 18:06

Os indícios de que a economia global estaria se estabilizando e o fluxo intenso de investidores estrangeiros levaram a Bolsa brasileira a encerrar seu terceiro mês consecutivo de ganhos - o quarto no ano. Neste trimestre azul, o principal índice do mercado acionário registrou ganhos de 39,32%, acumulando elevação de 41,67% em 2009 - a Bovespa caiu apenas em fevereiro, 2,84%. Hoje, a indefinição em Wall Street e uma realização de lucros fizeram o índice operar a maior parte do dia em baixa, mas a recuperação em Nova York nos últimos minutos e a redistribuição, pelo Morgan Stanley, dos pesos do índice MSCI fizeram a Bolsa brasileira virar nos ajustes finais.
O índice Bovespa (Ibovespa) registrou alta de 0,30%, aos 53.197,73 pontos, maior nível desde 3 de setembro do ano passado (53.527,00 pontos). Na semana, acumulou alta de 5,20% e, em maio, 12,49%. Na mínima do dia, hoje, registrou os 52.432 pontos (-1,15%) e, na máxima, os 53.806 pontos (+1,44%). O volume financeiro disparou no final da sessão e registrou o melhor desempenho de 2009, de R$ 8,191 bilhões.
A Bovespa abriu a sessão em alta, dando continuidade ao movimento da véspera, que a conduziu ao maior patamar de fechamento desde 19 de setembro do ano passado. Vários indicadores na Ásia, Europa, EUA e Brasil justificavam tal comportamento. Mas alguns investidores estavam procurando algum pretexto para embolsar parte dos lucros. E ele veio em outros números, também dos Estados Unidos.
Do lado negativo, entram na conta a queda inesperada do índice de atividade industrial na região de Chicago, sinalizando contração mais severa da economia, e a primeira revisão do PIB do primeiro trimestre dos EUA (queda de 5,7%, ante 5,5% estimados), embora a primeira estimativa tenha sido ainda mais severa (recuo de 6,1%).
Esses números mais fracos não foram suficientes para marcar uma tendência bem definida às Bolsas norte-americanas, que oscilaram muito entre altas e baixas durante a sessão e, no final, o sinal positivo predominou. O Dow Jones terminou em elevação de 1,15%, aos 8.500,33 pontos, o S&P, de 1,36%, aos 919,14 pontos, e o Nasdaq, de 1,29%, aos 1.774,33 pontos. A favor das ações, a recuperação melhor do que a esperada do índice de sentimento do consumidor de Michigan, nos EUA.
Na Bolsa brasileira, a realização de lucros foi apagada depois das 17 horas, no leilão de fechamento, com o aumento dos ganhos nas bolsas norte-americanas, várias vendas diretas e ajustes de carteiras, em razão da notícia do rearranjo do MSCI. "E tem o fato de ser fechamento de mês para puxar o volume", comentou um operador.
Antes disso, um outro profissional do mercado de renda variável havia comentado que a realização de lucros mais cedo também poderia ser justificada pelo câmbio. "Muito investidor estrangeiro entrou no mercado acionário quando o dólar estava mais caro, ao redor de R$ 2,10. Ou seja, ele vendeu a moeda a este preço para comprar ação. Hoje, o dólar finalmente rompeu os R$ 2 (fechou a R$ 1,97). E esse investidor pode ter aproveitado para recomprar a moeda, embolsando parte dos ganhos com ações", explicou.
Um terceiro profissional de um grande banco doméstico comentou que a tendência para a próxima semana é de alta, refletindo indicadores que serão divulgados no domingo na China e para os quais ele espera bons resultados.
A alta do petróleo no exterior hoje serviu apenas para impedir um tombo maior às ações da Petrobras, que fecharam com variação negativa bem inferior à vista nos papéis da Vale. Petrobras ON perdeu 0,78% e Petrobras PN, 0,58%. O contrato do petróleo para julho terminou em alta de 1,89% na Nymex, a US$ 66,31 o barril.
Vale ON, -1,96%, e Vale PNA, -1,22%. A mineradora confirmou hoje que demitirá entre 250 e 300 funcionários a partir de junho, entre trabalhadores aposentados que ainda estão na ativa e empregados próximos à aposentadoria.

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