terça-feira, 30 de junho de 2009

Bolsa cai 3,25% em junho, mas ganha 37% no semestre

por Agência ESTADO
30 de Junho de 2009 18:22

Depois de três meses consecutivos de ganhos, período no qual subiu 39,32%, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) voltou a amargar queda. Com a saída dos investidores estrangeiros - os principais responsáveis por conduzir os ganhos nos meses anteriores -, o índice Bovespa (Ibovespa), principal referência do mercado de ações brasileiro, encerrou junho com baixa de 3,25%. No semestre, este foi o segundo mês de queda - em fevereiro, o Ibovespa caiu 2,8% - o que não atrapalhou o resultado acumulado dos primeiros seis meses do ano, considerado para lá de exuberante: +37,06%.

Nesta terça-feira, os ventos até amanheceram favoráveis a mais um pregão de ganhos, em meio ao movimento de fim de mês e de semestre, onde os gestores tratam de melhorar o desempenho das carteiras. Mas a confiança do consumidor norte-americano entornou o caldo - e os indicadores europeus também não ajudaram. Assim, as bolsas, que vinham subindo, viraram e caíram. O Ibovespa, assim, terminou a terça-feira em queda de 1,29%, aos 51.465,46 pontos. Na mínima, atingiu os 51.102 pontos (-1,99%) e, na máxima, os 52.435 pontos (+0,57%). O giro financeiro negociado hoje totalizou R$ 5,160 bilhões. Os dados são preliminares.

O que fez os ganhos da abertura se esvaírem foi o indicador da Conference Board. A confiança do consumidor norte-americano caiu de 54,8 em maio para 49,3 em junho. Além de contrariar a expectativa de melhora para 56 pontos, o indicador também voltou a ficar abaixo de 50, o que indica retração econômica. Isso acabou alimentando preocupações sobre a economia americana e sobre a sustentabilidade da melhora exibida até agora. Com a influência do dado da Conference Board, as Bolsas norte-americanas recuaram. O Dow Jones fechou em baixa de 0,97%, aos 8.447,00 pontos, o S&P recuou 0,85%, aos 919,32 pontos, e o Nasdaq sofreu redução de 0,49%, aos 1.835,04 pontos.

O dado norte-americano fraco também influenciou as bolsas europeias - sobretudo as ações de bancos e de petrolíferas -, que ainda tiveram indicadores frágeis locais para repercutir nos negócios. Uma das más notícias na Europa lá foi a queda do PIB britânico, de 4,9% no primeiro trimestre deste ano em relação ao primeiro trimestre do ano passado, a maior desaceleração desde o início dos registros em 1948.

No Brasil, o único indicador previsto era o do nível de atividade (INA) da indústria paulista, que subiu 0,9% em maio na comparação com abril deste ano, no cálculo com ajuste sazonal. No cálculo sem ajuste houve alta de 6,9% na comparação com abril, segundo a Fiesp. Os dados, no entanto, não fizeram preço nas ações, que acompanharam o comportamento do mercado externo.

Apesar de a Bovespa acompanhar as bolsas externas e com perdas um pouco maiores, uma fonte bem resumiu o desempenho do semestre. "Não dá para reclamar. Achávamos que o Ibovespa estaria nos 46 mil pontos e ele está nos 51 mil", comparou. Este especialista do mercado de renda variável chamou a atenção, entretanto, que o segundo semestre não deve ser tão favorável às ações. "Acho que os primeiros seis meses foram uma correção a um tombo exagerado, já que o Ibovespa caiu muito (até 29 mil pontos no pior momento da crise). O segundo semestre pode apresentar surpresas sobre a economia mundial", avaliou.

Poucas ações tiveram alta hoje. Uma delas foi Eletropaulo PNB, que subiu 2,15%, na segunda maior elevação do Ibovespa (+2,15%), depois que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) autorizou reajuste médio de 13,03% para suas tarifas, a partir de sábado.

Petrobras e Vale seguiram os preços de matérias-primas nas bolsas de mercadorias internacionais (commodities) e terminaram em baixa. Petrobras ON caiu 1,62% hoje, acumulou perda de 7,11% em junho e alta de 47,17% no primeiro semestre. Petrobras PN recuou 1,82% hoje, caiu 5,81% no mês e subiu 43,71% no acumulado de janeiro a junho. Vale ON terminou o dia em baixa de 1,17%, acumulou queda de 9,26% em junho e valorização de 26,44% na primeira metade do ano, enquanto Vale PNA registrou baixa de 1,49% hoje, queda de 8,15% em junho e alta de 27,14% no primeiro semestre

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