quarta-feira, 3 de junho de 2009

Commodities e dados dos EUA puxam queda do Ibovespa

por Agência ESTADO
03 de Junho de 2009 17:33

O tombo do índice Bovespa hoje revelou que a queda da véspera havia sido apenas um tira-gosto. O recuo nos preços das matérias-primas (commodities), os indicadores mais fracos nos Estados Unidos e as declarações do presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano), Ben Bernanke, fizeram os investidores acelerar ladeira abaixo, levando o principal índice acionário doméstico a encerrar com baixa de mais de 3%, mas ainda no patamar de 52 mil pontos.
O Ibovespa caiu 3,54% hoje, aos 52.086,63 pontos. Apesar de elevada, a queda ficou aquém da vista no pior momento do dia, de 4,36%, aos 51.643 pontos. Na máxima, o Ibovespa operou estável, aos 54.001 pontos. Com o desempenho de hoje, o índice passou a acumular perdas em junho, de 2,09%. No ano, a alta atinge 38,71%.
Embora ainda seja considerada uma realização de lucros, o comportamento de hoje chamou a atenção pelo volume financeiro que exibiu. Nas recentes quedas justificadas como uma correção pelos investidores, os analistas destacavam que a vontade de se desfazer dos papéis era pequena e, por isso, o giro financeiro ficava contido. Hoje, ele totalizou R$ 6,488 bilhões (dado preliminar) e chamou a atenção. "Ninguém queria ficar vendido antes. É a primeira vez que isso está acontecendo nestas realizações recentes", comentou o economista da Um Investimentos, Hersz Ferman. Uma das explicações, segundo ele, é de a que a Bolsa já não está barata.
Embora os dados divulgados tenham sido ruins, ficaram relativamente em linha com as previsões. Mas os investidores ainda tinham declarações de Bernanke para embasar suas ordens de vendas. O presidente do Fed alertou que o governo dos EUA não pode tomar empréstimos "indefinidamente" e pediu que os parlamentares se comprometam com a redução do déficit orçamentário, atualmente em quase US$ 2 trilhões.
O Dow Jones terminou o dia em baixa de 0,75%, aos 8.675,24 pontos, o S&P, de -1,37%, aos 931,76 pontos, e o Nasdaq, de -0,59%, aos 1.825,92 pontos. Um dos indicadores que influenciaram o desempenho foi o ISM serviços que, embora tenha subido, de 43,7 em abril para 44 em maio, ficou abaixo da expectativa de que atingiria 45. Outro foi o dado de encomendas à indústria, que avançou 0,7%, menos que o 1% estimado para o mês de abril.
O dado do mercado de trabalho do setor privado nos EUA, da ADP, foi ligeiramente melhor que as estimativas: corte de 532 mil vagas em maio, ante previsão de -550 mil.
No Brasil, além de Bernanke e dos indicadores nos EUA, a queda das commodities também justificou as vendas, sobretudo de investidores estrangeiros. Na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex), o contrato do petróleo com vencimento em julho recuou 3,54%, para US$ 66,12 o barril, depois que os dados de estoques nos EUA mostraram avanço, ante expectativa de recuo.
Petrobras ON terminou em baixa de 4,43% e Petrobras PN, de -4,05%. O diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Haroldo Lima, defendeu hoje o aumento da participação do governo no capital total da Petrobras. Vale ON terminou em baixa de 4,15% e Vale PNA, de -3,79%.

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