quinta-feira, 23 de julho de 2009

Bolsa sobe 2,22% e atinge maior nível desde 1º de junho

por Agência ESTADO
23 de Julho de 2009 17:54

O resultado de junho das vendas de imóveis usados nos Estados Unidos melhor do que o esperado conseguiu a proeza de ampliar os ganhos do índice Bovespa (Ibovespa), principal referência das negociações de ações na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), em mais de mil pontos em uma única sessão, levando o índice para os 54 mil pontos, desempenho registrado pela última vez no início de junho. Os ganhos na Bolsa brasileira foram praticamente generalizados dentre as ações que compõem o índice Bovespa, mas os setores de construção civil, financeiro, de siderurgia e, claro, as blue chips (Vale e Petrobras) foram alguns dos destaques da sessão.

O Ibovespa subiu 2,22%, aos 54.249,36 pontos, maior nível desde os 54.486,29 pontos de 1º de junho passado. Na mínima do dia, ficou praticamente estável, aos 53.065 pontos (-0,01%) e, na máxima, atingiu os 54.629 pontos (+2,93%). No mês, o Ibovespa acumula ganho de 5,41% e, no ano, de 44,47%. O giro financeiro totalizou R$ 7,257 bilhões. Os dados são preliminares.

As Bolsas norte-americanas foram importante referência nesta quinta-feira, principalmente porque os dados conhecidos nos EUA hoje, entre balanços e indicadores, conseguiram furar um importante ponto gráfico de resistência do índice Dow Jones, ao redor de 8.800 pontos. "Isso fez com que entrassem muitas 'zeragens' entre os investidores vendidos, o que movimentou o pregão na primeira parte do dia. À tarde, passadas essas operações de ajuste, os índices não oscilaram muito, principalmente porque esbarraram em outra resistência do Dow Jones, de 9.100 pontos", comentou um profissional do mercado de renda variável de uma corretora paulista.

O Dow Jones terminou o pregão com variação positiva de 2,12%, no maior patamar do ano, de 9.069,29 pontos, o S&P500 subiu 2,33%, aos 976,29 pontos e o Nasdaq, de 2,45%, aos 1.973,60 pontos. As ordens de vendas se pautaram sobretudo no dado da Associação Nacional dos Corretores de Imóveis dos EUA que revelaram aumento de 3,6% nas vendas de imóveis usados em junho. O dado foi mais do que o dobro do estimado pelos economistas, de 1,7%. Também agradou o indicador sobre os pedidos de auxílio-desemprego, já que mostrou crescimento abaixo do esperado: 30 mil, ante 43 mil esperados. Dentre os balanços que agradaram hoje, pode-se citar Ford, 3M e AT&T.

Os preços das matérias-primas (commodities) também se beneficiaram dos dados e balanços melhores de hoje e fecharam em elevação, diante da perspectiva de que a economia norte-americana parece estar esboçando alguma reação. Isso beneficiou diretamente as blue chips domésticas e as ações de siderúrgicas, que ainda contaram com impulso adicional dos dados domésticos igualmente positivos.

O IBGE anunciou taxa de desemprego menor do que esperava o mercado para o mês de junho, de 8,1%. Ontem, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central cortou a taxa básica Selic em 0,5 ponto porcentual, para 8,75% ao ano. E a Fundação Getúlio Vargas divulgou o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) que mostrou que, para o consumidor, a crise já foi superada. Com isso, apenas nove ações do índice Bovespa (composto por 66 papéis) fecharam em queda na sessão da Bovespa.

O contrato com vencimento em setembro do petróleo fechou com variação positiva de 2,69% na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex), a US$ 67,16 o barril, influenciando o comportamento das ações da Petrobras, que avançaram 2,60% na ON (ordinária) e 2,24% na PN (preferencial). Vale também subiu, seguindo os metais, 2,10% a ON e 2,41% a PNA.

No setor siderúrgico, o balanço da Usiminas não agradou, mas os investidores não sofreram muito com ele. Usiminas PNA valorizou 3,59%, Gerdau PN subiu 2,22%, Metalúrgica Gerdau PN ganhou 2,23% e CSN ON subiu 2,23%.

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