sexta-feira, 10 de julho de 2009

Bolsa tem leve ganho no final, mas cai 3,36% na semana

por Claudia Violante de Agência ESTADO
10 de Julho de 2009 17:53

São Paulo - A pausa nos negócios ontem por causa do feriado no Estado de São Paulo reduziu a liquidez na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) nesta sexta-feira, o que não impediu o principal índice à vista (Ibovespa) de trabalhar praticamente toda a sessão colado a Wall Street. Tudo indicava que hoje a Bolsa brasileira fecharia em queda pela sexta sessão consecutiva, mas esse cenário mudou nos ajustes finais e o Ibovespa garantiu um pequeno ganho, ajudado pelo avanço das ações da Petrobras. Nos EUA, os índices Dow Jones e S&P 500 recuaram em reação, principalmente, ao dado fraco do sentimento ao consumidor de Michigan e ao alerta da Chevron.

O Ibovespa encerrou a sexta-feira em alta de 0,09%, aos 49.220,78 pontos. Na semana, acumulou baixa de 3,36%, e, no mês, perde 4,36%. Em 2009, o Ibovespa acumula ganho de 31,08%. O volume financeiro somou R$ 3,578 bilhões. Os dados são preliminares.

A Bolsa brasileira já havia ensaiado alta no início do pregão, mas o dado preliminar do sentimento ao consumidor nos Estados Unidos dissipou a iniciativa ao mostrar um desempenho menor do que o do mês anterior e também inferior às expectativas. O dado corrobora uma percepção que vem desde o último relatório do mercado de trabalho, divulgado em 2 de julho, de que a economia norte-americana ainda demora a dar sinais consistentes de recuperação.

E a temporada de balanços do segundo trimestre também não deve proporcionar tal sensação, já que não se esperam números bons. Ao contrário, o que significa dizer que qualquer coisa acima da média já é motivo de comemoração. Vide o caso da Alcoa, anteontem. Seu prejuízo foi maior do que as previsões, mas os investidores se apegaram na receita melhor para irem às compras. Mas a Chevron já tratou de dar uma chamada de volta à realidade ao alertar, ontem, para resultados mais fracos.

Na avaliação do sócio e diretor de operações da Hera Investments, Nicholas Barbarisi, os números trimestrais não devem impulsionar o mercado nos próximos dias, já que se esperam resultados fracos. "Os bancos podem mostrar alguma recuperação, enquanto os balanços do setor industrial e dos serviços devem ser ruins. O mercado, assim, deve ficar na lateralidade", comentou.

Isso não significa que a Bovespa vai sustentar uma trajetória de baixa indefinidamente. Ainda mais porque a recente sequência de quedas devolveu o Ibovespa a um nível considerado atrativo para muitos investidores retomarem as compras. Mas, assim como aconteceu nesse período de retração, não há expectativa de que o índice vá dar grandes arrancadas. "O movimento agora deve ser mais sutil", segundo Barbarisi.

Hoje, mesmo com o indicador fraco e o setor financeiro pesando, Wall Street não teve um grande tombo. O Dow Jones fechou em baixa de 0,45%, aos 8.146,52 pontos, e o S&P recuou 0,40%, aos 879,13 pontos. O Nasdaq subiu 0,20%, aos 1.756,03 pontos, com ajuda do upgrade de empresas de hardware como a Dell pelo Goldman Sachs.

As ações da Petrobras contiveram as perdas do Ibovespa ao fecharem em alta firme, na contramão do preço do petróleo no mercado externo. Nas mesas, a principal explicação para tal desempenho foi a melhora da recomendação do UBS Pactual aos papéis. Petrobras ON terminou em alta de 2,33% e Petrobras PN, de 1,92%. Na Bolsa Mercantil de Nova York, o contrato do petróleo com vencimento em agosto recuou 0,86%, para US$ 59,89 o barril.

Vale e siderúrgicas acompanharam a queda dos preços dos metais. Vale ON encerrou o dia em baixa de 0,18%, Vale PNA cedeu 0,43%, Gerdau PN caiu 0,68%, Usiminas PNA recuou 3,98% e CSN ON desvalorizou 0,20%. Metalúrgica Gerdau PN, ao contrário, subiu 0,29%. O setor financeiro também foi destaque negativo: Bradesco PN perdeu 0,67%, Itaú Unibanco PN caiu 1,15% e BB ON cedeu 1,90%.

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