quarta-feira, 29 de julho de 2009

Ibovespa cai 1,35% com China e matérias-primas

por Agência ESTADO
29 de Julho de 2009 17:37

Notícias da China e o aumento inesperado dos estoques de petróleo nos Estados Unidos puxaram os preços de matérias-primas (commodities) para baixo e impactaram diretamente as blue chips domésticas, Vale e Petrobras. Um indicador ruim divulgado nos Estados Unidos também não aliviou o rumo dos mercados e acabou levando o índice Bovespa (Ibovespa) a perder o nível de 54 mil pontos. Hoje, numa realização de lucros mais vigorosa que a da véspera, o Ibovespa caiu 1,35%, para os 53.734,53 pontos, diminuindo o ganho acumulado no mês a 4,41%. Em 2009, o Ibovespa acumula alta de 43,1%. O giro financeiro somou R$ 4,648 bilhões. os dados são preliminares.

A partida para o recuo do Ibovespa veio da China, onde a Bolsa de Xangai perdeu 5%, a maior queda em termos porcentuais desde 18 de novembro de 2008. Os investidores estão preocupados com a possibilidade de o governo chinês começar a arrochar o crédito depois que os bancos teriam emprestado volume recorde no primeiro semestre, na casa de US$ 1 trilhão. O governo chinês esclareceu, no entanto, que não utilizará controles administrativos para o crédito e sim sistemas com base no mercado. Há também quem fale numa possível bolha especulativa no mercado chinês.

O problema é que, se houver essa restrição ao crédito na China, haverá impacto direto sobre as empresas que importam insumos, afetando, por tabela, as exportadoras brasileiras, entre elas Vale e siderúrgicas. Isso também impacta as commodities, que fecharam em queda hoje no mercado externo.

Vale encerrou a sessão em baixa de 2,14% na ação ON e 1,70% na PNA. Hoje, depois do fechamento do mercado, a empresa divulgará seu balanço financeiro referente ao segundo trimestre do ano. Nas siderúrgicas, Gerdau PN recuou 2,45%, Metalúrgica Gerdau PN, 3,07%, Usiminas PNA, 1,40%, e CSN ON 2,21%.

A queda de preço das commodities não se restringiu às matérias primas metálicas, mas o petróleo ainda sentiu o peso dos dados semanais de estoques nos Estados Unidos. Na última semana, os números mostraram aumento inesperado: os estoques de gasolina subiram 5,1 milhões, ante previsão de queda de 1 milhão de barris.

Na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex), o contrato futuro de petróleo com vencimento em setembro caiu 5,77%, para US$ 63,35 o barril. Em dólares (US$ 3,88), foi a maior queda desde abril. No Brasil, Petrobras ON perdeu 3,67% e Petrobras PN, -2,68%. O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, confirmou hoje que o governo anunciará amanhã uma liberação de recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a Petrobras.

Além da China, a Bolsa brasileira também repercutiu hoje os dados ruins divulgados nos EUA e que pesaram sobre as bolsas - embora no final do dia as perdas tenham sido bem menores do que as registradas nos piores momentos da sessão. O Dow Jones cedeu 0,29%, aos 9.070,72 pontos, o S&P 500 recuou 0,46%, aos 975,15 pontos, e o Nasdaq terminou em baixa de 0,39%, aos 1.967,76 pontos.

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