terça-feira, 28 de julho de 2009

Ibovespa segue NY, interrompe 3 altas, e recua 0,14%

por Agência ESTADO
28 de Julho de 2009 17:54

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) passou novamente hoje por uma realização de lucros, mas, diferentemente da véspera, conseguiu levar o movimento até o final do pregão, acompanhando o comportamento das bolsas internacionais. O indicador de confiança do consumidor divulgado nos EUA foi o detonador das ordens de vendas que, no entanto, diminuíram de ritmo no período da tarde.

Após três dias seguidos no azul, o índice Bovespa (Ibovespa) terminou a sessão em baixa, mas sem perder o patamar de 54 mil pontos. Caiu 0,14%, aos 54.471,54 pontos, diminuindo os ganhos acumulados no mês a 5,84%. No ano, a Bolsa tem alta de 45,06%. Na mínima pontuação do dia, o índice atingiu 53.779 pontos (-1,41%) e, na máxima, os 54.547 pontos (estabilidade). O volume financeiro somou R$ 5,08 bilhões. Os dados são preliminares.

Segundo um especialista do mercado de renda variável de um grande banco doméstico, a sequência de altas da Bovespa encontrou hoje uma justificativa para ser interrompida, no caso, o indicador norte-americano. Mas isso só foi possível porque as bolsas lá também seguiram o rumo de baixa, ainda puxada por alguns balanços. "Há a percepção de que a Bolsa está um pouco cara, mas faltava razão para embolsar os ganhos. Hoje, ela vingou", comentou o profissional ao afirmar que houve fluxo de saída de estrangeiros, principalmente na segunda linha.

Mas foram Petrobras e Vale as principais responsáveis pelo recuo da bolsa doméstica, sobretudo as ações da petrolífera, que despencaram mais de 2%. "Neste caso, além da variação do petróleo, a realização foi um movimento técnico. No longo prazo, a análise é de que os papéis estão baratos", comentou o profissional.

Na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex), o contrato com vencimento em setembro do petróleo caiu 1,68%, para US$ 67,23 o barril. Petrobras ON perdeu 2,02% e Petrobras PN cedeu 2,16%.

Vale, por sua vez, terminou em baixa mais modesta, de 0,30% na ON e 0,09% na PNA. Mais cedo, os papéis até chegaram a operar no azul. O diretor executivo de Ferrosos da mineradora brasileira, José Carlos Martins, revelou que a companhia já pratica os novos preços em metade das vendas para os chineses, embora a China ainda não tenha aceitado a queda no preço do minério de ferro acertada com quase todas as principais siderúrgicas do mundo.

Mas os metais fecharam em baixa e, ainda, pesa sobre a empresa a expectativa sobre o resultado trimestral, a ser conhecido amanhã. Analistas ouvidos pela Agência Estado calculam que o lucro líquido da Vale deve ser de US$ 1,6 bilhão, 68% inferior ao segundo trimestre de 2008, quando a mineradora havia lucrado US$ 5 bilhões.

Do setor externo, o principal condutor dos negócios no mercado internacional hoje foi o indicador divulgado pelo Conference Board: o índice de confiança do consumidor dos EUA caiu pelo segundo mês consecutivo em julho, para 46,6, de 49,3 em junho, e ficou abaixo da previsão dos analistas, de 48,2. Esse dado foi um divisor de águas, já que foi a partir dele que as ações, que já caíam, firmaram o pé nessa trajetória. Também os balanços não entraram na cota positiva do dia: os investidores preferiram se debruçar nas receitas abaixo do previsto.

O Dow Jones terminou o dia em baixa de 0,13%, aos 9.096,72 pontos. O S&P500 recuou 0,26%, aos 979,62 pontos, e Nasdaq subiu 0,39%, para 1.975,51 pontos.

De volta ao Brasil, as maiores quedas do Ibovespa hoje foram Gafisa ON (-4,12%), Gol PN (-3,53%) e Natura ON (-2,38%). Registraram as maiores altas TIM Par PN (+3,54%), Aracruz PNB (+3,14%) e Ultrapar Par PN (+3,12%).

Bradesco PN caiu 0,47%, Itaú Unibanco PN, 0,15%, mas BB ON subiu 1,07%. Hoje, o Banco Central informou que a taxa de inadimplência referente ao crédito livre em junho cresceu pelo sétimo mês seguido e foi recorde. A parcela dos empréstimos com atraso superior a 90 dias atingiu 5,7% das operações no mês passado, ante 5,5% do mês anterior.

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