segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Bovespa fecha abaixo dos 57 mil pontos, mas avança no mês; dólar tem alta

por IG Economia
31/08 - 17:27

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou o pregão desta segunda-feira (31) em forte queda. O índice Ibovespa – a principal referência da bolsa paulista – caiu 2,29%, para os 56.377 pontos. No mês, o Ibovespa avançou 2,94%.

O principal evento do dia, que contribuiu para a queda acentuada na Bovespa, foi o anúncio do marco regulatório do pré-sal, realizado em Brasília. O governo decidiu enviar ao Congresso Nacional quatro projetos de lei sobre as regras, em regime de urgência constitucional. Segundo o líder do governo no Senado, senador Romero Jucá (PMDB-RR), a urgência permitirá que o novo marco regulatório seja aprovado na Câmara e no Senado ainda este ano.

Segundo o diretor da Ágora Corretora, Álvaro Bandeira, boa parte das perdas do dia pode ser atribuída à venda acentuada de ações da Petrobras. Segundo dados preliminares, o papel PN da estatal recuou 3,84%, para R$ 31,30, enquanto o ON cedeu 5,06% a R$ 37,30.

Bandeira observa que o novo plano não trouxe grandes novidades quanto ao modelo de exploração, que põe a estatal como principal operadora do pré-sal. A questão que preocupa os agentes é a capitalização da Petrobras pela União. Segundo Bandeira, não se sabe o tamanho do aporte e qual poderá ser a diluição dos atuais acionistas.

Outros fatores

Também repercutiu no dia o anúncio de que a Organização Mundial do Comércio (OMC) autorizou o Brasil a impor retaliações sobre o governo americano em resposta aos subsídios ilegais que a Casa Branca distribui aos produtos de algodão.

Além disso, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que a produção industrial brasileira cresceu 2,2% no mês de julho, frente a junho. Foi o sétimo mês de alta consecutiva do setor, na comparação mensal.

Panorama externo


No exterior, a maior parte dos mercados também registrou baixa. Como observado algumas vezes ao longo do mês, o sinal negativo parte, novamente, da Ásia, onde o Shanghai Composite, da Bolsa de Xangai, afundou 6,74%. Ainda na região, Hong Kong diminuiu 1,86%, enquanto Tóquio e Seul recuaram 0,40% e 1%, respectivamente.

Nos Estados Unidos, Wall Street fechou em baixa. O Dow Jones Industrial, principal índice de Wall Street, fechou hoje com uma queda de 0,5%, fixado em 9,496,28 pontos. Por sua vez, o indicador da bolsa eletrônica, a Nasdaq, recuou 0,97%. Em queda, também fechou o S&P 500 (-0,81%), que agrupa ações de 500 empresas. Um dos fatores de influência sobre o mercado é o anúncio da compra da Marvel pela Disney, por US$ 4 bilhões.

Na Europa, as bolsas de valores fecharam em queda, pressionadas pelo declínio das ações chinesas e norte-americanas, enquanto os papéis de instituições financeiras devolveram parte dos fortes ganhos recentes. O índice FTSEurofirst 300, principal referência dos mercados acionários europeus, fechou em baixa de 0,64%, a 972 pontos, após ter alcançado a máxima em 10 meses na sexta-feira.

Em agosto, o indicador acumula valorização de 4,7% em agosto. Frente à mínima histórica atingida em março, a alta é de mais de 50%.

Dólar

No mercado cambial, o dólar comercial fechou em alta ante o real nesta segunda-feira, após operar com elevação durante a tarde. A moeda americana terminou as negociações cotada a R$ 1,889 na venda, com avanço de 0,48%. No mês, a divisa apresentou alta de 1,23%.

O Banco Central (BC) manteve as atuações diárias no câmbio, comprando moeda americana em leilão no mercado à vista. De acordo com comunicado do Departamento de Operações de Reservas Internacionais (Depin), a operação teve início às 12h23 e terminou às 12h33. A taxa aceita ficou em R$ 1,875.

As reservas internacionais do Brasil aumentaram em mais de US$ 3 bilhões entre os dia 27 e 28 de agosto, segundo dados do BC divulgados nesta segunda. A expansão foi de US$ 3,450 bilhões, segundo o conceito liquidez, maior aumento diário desde 9 de setembro de 2003. Com isso, o "colchão" brasileiro renovou a máxima histórica, alcançando US$ 218,745 bilhões.

(Com informações da Reuters, Agência Estado e do Valor Online)

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