quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Bolsas de NY cedem com sinal de fim dos estímulos

por Gustavo Nicoletta de Agência ESTADO
23 de Setembro de 2009 19:05

Nova York - Os principais índices do mercado de ações dos EUA fecharam em baixa, com investidores deixando em segundo plano a avaliação do Federal Reserve (Fed, banco central americano) de que a atividade econômica do país está acelerando e se concentrando no fim das medidas de estímulo adotadas pelo banco central para combater os efeitos da crise financeira.

Às 15h15 (de Brasília), o Federal Reserve anunciou que decidiu manter a taxa básica de juro entre zero e 0,25% e destacou sinais de recuperação da economia, além de reiterar que os juros devem continuar em níveis excepcionalmente baixos "por um período prolongado de tempo". O banco central, no entanto, também disse que vai desacelerar gradualmente o ritmo de compras de bônus lastreados em hipotecas, de forma a estender o programa até o fim do primeiro trimestre de 2010 e "promover uma transição suave nos mercados", de acordo com o comunicado.

A medida foi vista como um sinal de que o Fed está providenciando a remoção dos estímulos à economia e, segundo Kevin Caron, estrategista de mercado da Stifel Nicolaus, foi interpretada também "como um indício de que as taxas de juro podem começar a subir em breve". Isto teria pesado sobre o mercado de ações.

O banco central norte-americano também reiterou que pretende encerrar o programa de US$ 300 bilhões para a compra de Treasuries (títulos do Tesouro) em outubro.

O Dow Jones caiu 81,32 pontos, ou 0,83%, para 9.748,55 pontos, e encerrou o dia perto da mínima da sessão, de 9.740,84 pontos. O Nasdaq recuou 14,88 pontos, ou 0,69%, para 2.131,42 pontos, enquanto o S&P 500 teve queda de 10,79 pontos,ou 1,01%, para 1.060,87 pontos.

Ontem, o Dow Jones e o S&P 500 fecharam a sessão no maior nível desde o início de outubro de 2008, enquanto o Nasdaq encerrou o pregão com o fechamento mais alto desde o final de setembro. Os três índices acumulam ganhos superiores a 50% cada em relação às chamadas mínimas do mercado baixista, registradas no início de março.

Entre as ações individuais, as da General Mills subiram 4,6% após a companhia divulgar que seu lucro no primeiro trimestre fiscal cresceu 51% em relação a igual período do ano passado. A empresa também revisou em alta as perspectivas de lucro para o ano fiscal.

No setor automotivo, a Ford avançou 5% depois de afirmar que as vendas de automóveis nos EUA devem crescer nos próximos dois anos por conta dos programas de estímulo e da recuperação da economia.

No setor aéreo, a US Airways e a AMR caíram respectivamente 13,58% e 7,82% após anunciarem nesta semana medidas para aumentar a liquidez. A US Airways afirmou que ofertará 26,3 milhões de ações para levantar o equivalente a US$ 130 milhões, enquanto a AMR pretende emitir ações e bônus com o objetivo de levantar mais de US$ 500 milhões. As informações são da Dow Jones.

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