quinta-feira, 3 de setembro de 2009

À espera de dados nos EUA, Bolsa ganha 0,58% no dia

por Claudia Violante de Agência ESTADO
03 de Setembro de 2009 18:01

São Paulo - À espera do relatório do mercado de trabalho norte-americano, amanhã, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) teve um pregão sem sal. O principal índice à vista (Ibovespa) trabalhou colado às Bolsas norte-americanas, ampliando as perdas no final da sessão. Vale e siderúrgicas puxaram os ganhos que, no final, ainda tiveram uma ajuda da Petrobras, que virou para cima na ação preferencial (PN), a mais líquida.

O Ibovespa encerrou a quinta-feira em alta de 0,58%, aos 55.707,17 pontos. Na mínima do dia, registrou 55.339 pontos (-0,08%) e, na máxima, os 55.888 pontos (+0,91%). No mês, acumula baixa de 1,38% e, no ano, alta de 48,35%. O giro financeiro totalizou R$ 4,514 bilhões. Os dados são preliminares.

Os investidores até tinham um bom motivo para impulsionar uma alta: as bolsas chinesas deram um salto hoje, com os comentários de que Pequim dará suporte ao mercado acionário após as fortes vendas verificadas no mês passado, e as declarações do órgão regulador de que poderá diminuir o ritmo do lançamento de ofertas iniciais de ações (IPOs). O índice Xangai Composto ganhou 4,8% e o índice Shenzhen Composto subiu 5,5%.

Outra boa justificativa veio da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que afirmou que a economia global está emergindo de sua pior depressão desde a Segunda Guerra Mundial mais rapidamente do que a entidade havia previsto há três meses. A OCDE prevê agora que o PIB do G-7 irá contrair-se 3,7% este ano; a previsão anterior era de queda de 4,1%.

Tais notícias até incentivaram uma abertura em alta nas Bolsas norte-americanas, ainda sustentadas pelos indicadores mistos conhecidos hoje. Os índices até operaram em baixa em alguns momentos do dia, mas os investidores resolveram guardar o fôlego para amanhã, quando saem os dados do "payroll" (relatório de vagas de trabalho), para o qual a previsão é de corte de 233 mil postos de trabalho nos Estados Unidos no mês de agosto.

Hoje, o Departamento do Trabalho norte-americano informou que os novos pedidos de auxílio-desemprego feitos na semana passada caíram 4 mil, abaixo da previsão dos economistas de um recuo de 5 mil. Já o índice de atividade do setor não-industrial (serviços) dos EUA subiu de 46,4 em julho para 48,4 em agosto, acima da previsão de 48, mas abaixo dos 50, que é quando o dado passa a indicar expansão da atividade.

Outro indicador da atividade nos EUA veio do varejo, onde várias redes anunciaram queda nas vendas em agosto no conceito mesmas lojas - unidades abertas há um ano ou mais. No entanto, algumas grandes lojas, como Target, Gap e Khol's, superaram as expectativas dos analistas. Em todo o setor, as vendas caíram pelo 12º mês seguido.

O Dow Jones terminou o dia em alta de 0,69%, aos 9.344,61 pontos, o S&P 500 avançou 0,85%, aos 1.003,24 pontos, e o Nasdaq registrou ganhos de 0,82%, aos 1.983,20 pontos. O avanço das ações de instituições financeiras ajudou a amenizar o impacto dos dados sobre os índices. JPMorgan (+3,06%), Bank of America (+3,50%) e American Express (+1,60%).

No Brasil, as ações da Vale e das siderúrgicas deram suporte aos ganhos do índice Bovespa. Vale ON subiu 1,31% e Vale PNA, 1,09%, acompanhando a alta dos metais no exterior. A mineradora anunciou hoje que irá retomar gradativamente as operações na Mina de Água Limpa, em Minas Gerais. Gerdau PN subiu 1,74%, Metalúrgica Gerdau PN, 1,70%, CSN ON, 1,03%, Usiminas PNA, 0,63%.

Petrobras ON caiu 0,24%, mas a ação PN subiu 0,12%. Na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex), o contrato do petróleo para outubro recuou 0,13%, para US$ 67,96 o barril.

Redecard ON registrou variação de +0,12%. As ações foram adicionadas ao índice Dow Jones de Sustentabilidade (DJSI), que divulgou hoje sua 11ª versão.

Na avaliação do operador da TOV Decio Pecequilo, a tendência para o Ibovespa é de alta, apesar de o indicador ter passado por uma breve realização de lucros nas cinco sessões anteriores. A seu ver, a expectativa com o "payroll" nos EUA emperrou a semana, mas esse movimento deve ser aliviado na próxima semana, com a volta dos investidores das férias no Hemisfério Norte e passado o feriado, na segunda-feira, no Brasil e nos EUA.

Nenhum comentário: