quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Ibovespa cai 0,74%, mas sustenta nível de 60 mil pontos

por Agência ESTADO
24 de Setembro de 2009 17:52

O dado do setor imobiliário norte-americano mais fraco do que o esperado foi a senha que o mercado acionário usou para dar continuidade ao movimento de realização de lucros iniciado na véspera. Em duas sessões, hoje e ontem, o índice Bovespa perdeu 2,35%, mas chegou a ser bem mais, 3%, quando o índice operava na mínima do dia na sessão de hoje, aos 59.600 pontos (-1,48%). À tarde, a queda foi diminuindo em Wall Street e a Bovespa também acompanhou.

Assim, o Ibovespa terminou em baixa de 0,74%, garantindo o patamar de 60 mil pontos, aos 60.046,28 pontos. Na máxima do dia, registrou 60.978 pontos (+0,80%). No mês, acumula alta de 6,30% e, no ano, de 59,91%. O giro financeiro totalizou R$ 5,033 bilhões. Os dados são preliminares.

A Bolsa abriu em alta, reagindo ao resultado dos pedidos de auxílio-desemprego nos EUA, melhor do que as previsões. O Departamento do Trabalho americano informou queda de 21 mil no número de trabalhadores que entraram pela primeira vez com pedido de auxílio-desemprego na semana até 19 de setembro, ante estimativa de alta de 5 mil.

Mas se esse indicador não teve força para sustentar os índices no azul durante a sessão toda porque foi 'atropelado' por outro, pior: houve declínio inesperado nas vendas de residências usadas nos EUA, que recuaram 2,7% em agosto, ante previsão de alta de 2,9% dos economistas.

As bolsas viraram após o anúncio e trabalharam no vermelho durante o restante da sessão - embora tenham diminuído o ritmo no final -, pressionadas ainda pelo recuo das commodities. O Dow Jones fechou em baixa de 0,42%, aos 9.707,44 pontos. O S&P recuou 0,95%, aos 1.050,78 pontos, e o Nasdaq caiu 1,12%, aos 2.107,61 pontos.

Segundo um operador do mercado de renda variável de uma corretora paulista, o dado acabou servindo de justificativa para uma realização global, à medida que os investidores agora se preparam para o resultado do encontro do G-20, que termina amanhã, nos Estados Unidos.

"Acho que a Bovespa pode chegar a 57 mil pontos nessa realização, mas é difícil dizer, porque o fluxo de recursos estrangeiros segue intenso", afirmou o profissional ao lembrar que se ocorrer, essa baixa não significa mudança de tendência. A seu ver, muitos profissionais devem usar esse momento de recuo nos preços para voltar a se posicionar em ações e até mesmo se posicionar nas emissões anunciadas nas últimas semanas.

O Banco Central divulgou hoje que o investimento estrangeiro em ações negociadas no Brasil somou US$ 2,813 bilhões em setembro, até o dia 24. Em agosto, o investimento estrangeiro em ações havia somado US$ 3,543 bilhões. No acumulado de janeiro a agosto de 2009, as aplicações de investidores estrangeiros em ações somam US$ 13,280 bilhões.

Além da baixa das bolsas, a queda das commodities no exterior serviu de fator adicional às perdas desta sessão. Na Bolsa Mercantil de Nova York, por exemplo, o contrato do petróleo para novembro desabou 4,47%, para US$ 65,89 o barril. As ações ordinárias (ON) da Petrobras recuaram 2% e as preferenciais (PN), 1,34%.

Vale, seguindo igualmente a baixa dos metais, perdeu 1,74% na ON e 1,12% na PNA. Ela foi acompanhada pelas siderúrgicas: Gerdau PN caiu 1,29%, Metalúrgica Gerdau, PN, 0,03%, Usiminas PNA, 0,62%, e CSN ON, 1,40%. O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, disse hoje que o governo analisa a possibilidade de recolocar o aço na lista de exceções para ter isenção de Imposto de Importação (II). Segundo ele, essa possibilidade decorre do fato de que o governo vem sendo informado pelas indústrias do aumento substancial do preço doméstico do aço.

As ações dos bancos fecharam em baixa: Bradesco PN, 0,70%, Itaú Unibanco PN, 1,02%, e BB ON, 0,55%. Ontem, os bancários rejeitaram, em assembleias, a proposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) de recomposição somente da inflação (4,5%) e entraram em greve por tempo indefinido a partir de hoje.

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