quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Resultados e indicadores divergentes trazem dia instável para Wall Street

por InfoMoney
03/02/10 19h47


SÃO PAULO - Após operarem no campo negativo durante boa parte do dia, os principais índices acionários norte-americanos encerraram esta quarta-feira (3) com sinais opostos. Enquanto Dow Jones e S&P 500 fecharam o dia no vermelho, pressionados pelos resultados divulgados, o Nasdaq avançou 0,04%, em meio ao rali das ações de tecnológicas.

Apesar dos balanços trimestrais terem decepcionado grande parte dos investidores, os números apresentados pelas techs colaboraram para que o índice fechasse o pregão no azul. A AOL reverteu um prejuízo de US$ 18,52 por ação, visto nos últimos três meses de 2008, para um lucro por ação de US$ 0,01 no mesmo período de 2009. Em resposta, suas ações subiram 2,35%.

Outra a inverter os resultados foi a a News Corporation - dona do estúdio Twentieth Century Fox e do Wall Street Journal. Após divulgar um prejuízo de US$ 6,4 bilhões no último quarto de 2008, a empresa relatou lucro líquido de US$ 254 milhões no mesmo período de 2009, fazendo com que suas ações disparassem 7,13% no Nasdaq.

Ainda no índice das techs, a VeriSign reportou um lucro líquido de US$ 0,31 por ação no último trimestre, aquém das expectativas dos analistas. Além disso, o Deutsche Bank cortou a recomendação dos papéis, de compra para manutenção. Contudo, após apresentar desvalorização de mais de 6% durante o intraday, as ações da companhia amenizaram as perdas e fecharam o dia com queda de 0,51%.

Ford em alta, Toyota em queda
Um dia depois da divulgação do Auto Sales, as montadoras voltaram a ganhar destaque no pregão. A Ford, que relatou um crescimento de 24,6% nas suas vendas dentro do mercado norte-americano em janeiro, manteve a trajetória positiva vista na última sessão e fechou em alta de 2,19%.

Já a Toyota voltou a decepcionar. Além da queda de 15,8% nas vendas durante o primeiro mês do ano, a montadora japonesa sentiu os impactos negativos das declarações do secretário de Transportes dos EUA, Ray LaHood, que aconselhou aos proprietários de carros da marca que parem de dirigir os automóveis da Toyota e levem-os imediatamente às concessionárias da montadora.

Segundo LaHood, além do problema relatado pela empresa nos pedais de aceleração, pode ser que haja defeitos também no sistema elétrico dos carros. Além disso, o Goldman Sachs rebaixou a recomendação dos ativos de "neutra" para "abaixo da média do mercado". Em meio a todos esses percalços, os ADRs (American Depositary Receipts) da companhia despencaram 6%.

Resultados decepcionantes
Liderando as perdas no Dow Jones, as ações Pfizer recuaram 2,31%. Apesar do lucro de US$ 767 milhões da farmacêutica mais do que ter dobrado no último trimestre de 2009, as perspectivas para 2010 seguem pessimistas, mostrando números abaixo do que esperam os analistas do mercado.

Outra companhia que divulgou seus resultados foi a Time Warner, que apresentou um lucro líquido de US$ 627 milhões no último trimestre. A cifra superou o resultado do quarto trimestre de 2008, quando houve prejuízo de US$ 16 bilhões. Contudo, as ações da Time Warner declinaram 2,14% na sessão.

Mais empresas decepcionaram em seus resultados trimestrais. É o caso da Polo Ralph Lauren, que reportou um montante de vendas menor do que o esperado pelos analistas, levando suas ações a desabarem 8,36%. Já a International Paper viu seus ativos recuarem 5,62%, após a maior produtora de papel e celulose do mundo relatar um prejuízo de US$ 101 milhões no último quarto de 2009.

Bancos regionais em queda
No setor financeiro, o destaque ficou por conta do PNC Financial Services, que anunciou que realizará o pagamento dos empréstimos concedidos pelo governo norte-americano durante o agravamento da crise financeira. Suas ações fecharam em queda de 1,72%.

Em meio às preocupações de que essa decisão anunciada pelo PNC deva forçar outros bancos regionais a quitarem suas dívidas com o governo do país, os papéis do Fifth Third Bancorp, Zions Bancorporation e Marshall & Ilsley recuaram 3,85%, 6,48% e 6,84%, respectivamente.

Indicadores divergentes
Na pauta de indicadores, o ADP Employment Report mostrou um corte de 22 mil vagas de emprego no setor privado norte-americano entre dezembro e janeiro. Além do desempenho ter vindo melhor do que esperavam os analistas - que projetavam um corte na faixa de 30 mil vagas - esta também foi a menor queda vista em dois anos.

Contudo, esses números são ofuscados pelos dados do ISM Services. O indicador mostrou que o setor de serviços nos EUA atingiu 50,5 pontos no primeiro mês de 2010. Apesar do número mostrar evolução frente aos 49,8 pontos vistos em dezembro de 2009, a expectativa dos mercados era de que o desempenho chegasse a 51 pontos.

Cotações de fechamento dos índices

O índice S&P 500, que engloba as 500 principais empresas dos EUA, fechou em baixa de 0,55% a 1.097 pontos, acumulando no ano baixa de 1,60%. O Dow Jones, que mede o desempenho das 30 principais blue chips norte-americanas, encerrou o pregão em leve desvalorização de 0,26% atingindo 10.271 pontos e caindo 1,51% no ano.

Por outro lado, o Nasdaq Composite, que concentra as ações de tecnologia, apresentou alta de 0,04% hoje, chegando a 2.191 pontos e acumulando no ano forte baixa de 3,45%.

Nenhum comentário: