segunda-feira, 5 de abril de 2010

Semana pode trazer tom mais ameno aos mercados, após dados nos EUA

por Equipe InfoMoney
05/04/10 19h20



SÃO PAULO – A primeira semana de abril começa mais animada, embalada por dados sobre mercado de trabalho norte-americano e expectativa de indicadores favoráveis.

“O período mostrará reação do mercado de trabalho nos EUA, forte indício de que a retomada econômica ganha um componente importante”, comentam os analistas da Planner Corretora.

Para eles, é importante destacar o reflexo do Payrolls divulgado na última sexta-feira (2) nos ânimos dos investidores nesta semana. Em março, o payroll mostrou criação líquida de 162 mil novos postos de trabalho, ante perda de trabalhores nas mediações anteriores.

“As boas notícias vêm do mercado de trabalho nos EUA que parou de piorar e mostrou que aos poucos aquela economia volta a crescer – bem de vagar, é verdade”, afirmam os analistas da Gradual Corretora.

“A alta é discreta, mas renova os ânimos quanto à extensão da crise: fatalmente o pior já passou”, acrescentam.

Lenta recuperação

Para eles, apesar de o indicador ser um peso positivo na balança de perspectivas, é preciso estar atento para o tempo que a economia norte-americana ainda deve demorar para voltar ao nível de atividade pré-crise.

“Esta recuperação no mercado de trabalho nos EUA ainda é incipiente e, para surtir efeito mais relevante, ainda vai demorar na economia. O estoque de desempregados é ainda elevado e precisaremos de meses e mais meses com criação de vagas por lá até termos uma situação mais tranqüila no mercado de trabalho norte-americano”, destaca a equipe de analistas da Gradual Corretora.

Para eles, a principal prova deste movimento de recuperação lenta é a taxa de desemprego norte-americana, que ficou estável em 9,7% em março, ainda não mostrando mais sinais de desaceleração. “[Ela] deve permanecer alta nos próximos meses”, avalia a Gradual.

Grécia

Após meses de incertezas para os mercados, o tema Grécia parece ter dado um descanso. Segundo a equipe de analistas do Banco Santander, existe atualmente uma certa tendência dos mercados a minimizar o problema fiscal.

“Parece que há uma propensão por parte dos mercados a acreditar que o risco fiscal da Grécia é um problema isolado e menor, com pouca importância para a dinâmica macroeconômica global, e não um efeito colateral do modelo escolhido para tirar o mundo da recessão”, falam.

Para eles, essa tendência é uma “espécie de ‘me engana que eu gosto’ que costuma agradar enquanto os preços de ativos estão em alta”, comentam em relatório.

Ibovespa


Mesmo com alguns temores amenizados, para a diretora de câmbio da AGK Corretora de Câmbio, Míriam Tavares, a volatilidade ainda está na mente dos analistas no que tange às projeções para o Ibovespa nesta semana.

“Depois de repercutir positivamente o Payroll divulgado na sexta-feira, quando os mercados estavam fechados, a continuidade desse movimento de alta dependerá da agenda da semana, que pode tanto reforçar como desestimular o apetite por ativos de risco”, comenta.

Além disso, para o economista Silvio Campos Neto, do Banco Schahin, com a agenda internacional menos carregada nesta semana, as bolsas podem perder um pouco de ânimo em termos de volume e numero de operações.

“Com a agenda limitada e bons ganhos recentes acumulados, os volumes podem perder fôlego ao longo da semana, embora sem perspectiva de reversão neste ambiente mais ameno”, aponta o economista.

Emtre os eventos a serem refletidos nesta semana, na visão de Campos Neto, a notícia de que Henrique Meirelles vai permanecer no Banco Central é um dos destaques.

“Este fato representa um importante sinal de manutenção das diretrizes básicas da política monetária, algo crucial em um momento onde surgiam ruídos diante de incertezas sobre os efeitos de uma possível transição no comando do BC”, avalia o economista do Banco Schahin.

Agenda da semana


Dentro da agenda para a primeira semana de abril, as atenções se voltam à divulgação da ata do Federal Reserve, com o mercado de olho no conteúdo referente à política de retirada de estímulos econômicos.

"Em uma semana com pouquíssimas divulgações de dados relevantes, o destaque ficará por conta dos Bancos Centrais dos EUA, Zona do Euro, Inglaterra e Japão. O Fed divulgará a ata da reunião do FOMC de 16 de março. Os demais decidirão suas respectivas taxas básicas de juros", destaca a equipe de analistas do Santander.

Para eles, os dados econômicos mais interessantes ficarão por conta do ISM de serviços, vendas pendentes de imóveis e crédito ao consumidor nos EUA, PIB e vendas no varejo na Zona do Euro e produção industrial na Inglaterra

No front doméstico, destaque para os índices de inflação de março, com IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), IGP – DI (Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna) e IPC - Fipe.

"Estimamos 0,49% para o IPCA e 0,80% para o IGP-DI. Ampliando o horizonte, outros ajustes estão anunciados (remédios, energia elétrica, minério de ferro e aço) e devem pressionar bastante a inflação seja no varejo quanto no atacado nos próximos meses", comentam o analistas do Santander.

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