terça-feira, 4 de maio de 2010

Bolsa cai 3,35% e vai ao pior nível desde 9 de fevereiro

Ibovespa caiu abaixo de 65 mil e apenas dois papéis do índice terminaram em alta. Muitas das quedas superaram 5%

por Claudia Violante de Agência ESTADO

04/05/2010 17:37

São Paulo - A Bolsa de Valores de São Paulo fechou hoje no seu pior nível em quase três meses, depois que a aversão a risco internacional levou os investidores a liquidarem as ações generalizadamente. Apenas dois papéis do índice Bovespa terminaram em alta e muitas das quedas superaram os 5%. O temor de que a crise fiscal europeia atinja outros países ganhou maiores proporções hoje diante dos rumores de que a Espanha seria a bola da vez. Além disso, para a Bolsa brasileira pesou a notícia de que a atividade econômica na China começa a arrefecer, o que puxou os preços das matérias-primas (commodities) para baixo - já pressionadas pela elevação do depósito compulsório na China anunciada no final de semana.

O Ibovespa terminou o dia em baixa de 3,35%, aos 64.869,32 pontos, menor nível desde 9 de fevereiro deste ano (64.718,17). Na mínima do dia, o índice registrou 64.588 pontos (-3,77%) e, na máxima, 67.116 pontos (estabilidade). No mês, o Ibovespa acumula perda de 3,94% e, no ano, de 5,42%. Por causa da grande aversão a risco, o giro financeiro foi bastante elevado e totalizou R$ 10,082 bilhões, basicamente com vendas pesadas de investidores estrangeiros. Este giro foi o maior do ano - não estão considerados os pregões em que houve vencimentos. Os dados são preliminares.

Pouca coisa mudou de ontem para hoje, menos o principal: o humor dos investidores. À percepção de que a crise fiscal na Europa não deve se limitar à Grécia se juntou ainda a notícia de que o índice dos gerentes de compra (PMI, na sigla em inglês) chinês começou a mostrar sinais de arrefecimento. Com isso, a locomotiva do crescimento mundial está mais lenta e tende a dificultar a recuperação de outros países, como o Brasil, que tem na China seu principal destino de exportações.

Os mercados europeus de ações recuaram, assim como os norte-americanos. O Dow Jones caiu 2,02%, aos 10.926,77 pontos, o S&P recuou 2,38%, aos 1.173,60 pontos, o Nasdaq terminou em baixa de 2,98%, aos 2.424,25 pontos. Saíram indicadores nos EUA, positivos, mas, ao contrário de ontem, eles não conseguiram conter a fúria vendedora.

Com todo esse noticiário, os preços dos metais rolaram ladeira abaixo nas bolsas de mercadorias e futuros e levaram consigo as ações da Vale, que perderam 4,67% na ON e caíram 4,85% na PNA, mais líquida.

Petrobras, que vem sendo abatida recentemente por causa das dúvidas em relação ao processo de capitalização, hoje teve adicionalmente a pressão do tombo do petróleo para justificar sua queda. Além disso, o UBS se juntou ao JPMorgan e hoje rebaixou a recomendação para as ações da Petrobras, de comprar para neutra. Na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex), o contrato futuro de petróleo com vencimento em junho perdeu 4%, a US$ 82,74 o barril. Na Bovespa, Petrobras ON recuou 3,36% e Petrobras PN, -3,37%.

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