sexta-feira, 4 de junho de 2010

Employment Report mostra a fragilidade da recuperação econômica, dizem analistas

por Equipe Infomoney
04/06/10 19h20

SÃO PAULO - A divulgação do Employment Report nesta sexta-feira (4) mostrou a fragilidade da recuperação econômica nos Estados Unidos, segundo avaliou o analista Neil Dutta, do Bank of America Merrill Lynch. Em geral, os dados mostraram números abaixo do esperado pelo mercado em maio, o que gerou preocupação entre os investidores nesta sessão.

Segundo o Departamento do Trabalho norte-americano, durante o mês de maio houve a criação de 431 mil vagas no mercado de trabalho dos Estados Unidos e um recuo de 0,2 ponto percentual na taxa de desemprego do país. Aparentemente positivos, os números podem enganar
em um primeiro momento.

Para o BofA, o número de empregos gerados no setor privado em maio veio "anêmico", tendo apresentado alta de apenas 41 mil vagas no quinto mês do ano depois da alta de 218 mil postos de trabalho vista em abril. "O principal número divulgado nesta sexta-feira pelo Employment Report é desapontador", completou o analista do banco. O BofA esperava por um crescimento de 200 mil vagas em maio.

De acordo com Dutta, porém, o relatório de emprego "não foi de tudo ruim". Ele destacou a alta de 0,3% na comparação mensal da média de ganhos por horas trabalhadas. "Em outras palavras, alguns detalhes deste relatório ofuscaram timidamente a criação de empregos abaixo do esperado", avaliou.


Horas trabalhadas


Em linha, a equipe da FTA Advisors também se mostrou desapontada com o número de empregos gerados em maio nos EUA, mas deu ênfase aos detalhes do relatório. A consultoria destacou que a média de horas trabalhadas por semana (Average Workweek) aumentou para 34,2 horas no último mês, o que equivale a 315 mil empregos.

"Em outras palavras, se os trabalhadores tivessem mantido inalterado o nível de horas trabalhadas em maio, teria demanda suficiente da indústria para fazer com que as criações de vagas crescessem em 356 mil no mês passado. Isso teria ultrapassado o consenso do mercado, que previa a criação de 180 mil vagas a mais que o apurado em abril", avaliou a FTA.

Taxa de desemprego

Apesar da taxa de desemprego ter recuado no período para 9,7%, resultado melhor do que as expectativa do mercado, que giravam em torno de 9,8%, os analistas não receberam o número com entusiasmo. Para a FTA, a contração na taxa apenas confirma que a recuperação em curso na economia norte-americana é em formato de "V" e agora está atingindo o mercado de trabalho.

Por outro lado, os analistas Signe Roed-Frederiksen e Peter Possing Andersen, se mostraram otimistas. "Apesar dos números de maio, nós permanecemos confiantes que o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) será sólio o bastante para o mercado de trabalho gerar cerca de 200 mil a 205 mil novas vagas em média no segundo semestre deste ano", disseram.

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