

A intenção deste Blog é o de trazer informações sobre os mercados acionários e seus principais ativos. Esse espaço será utilizado para divulgar análises que fundamentem tendências de curto e médio prazos do Ibovespa, índices de mercados e comodities. Espero que o blog possa contribuir para a interpretação das tendências dos mercados,principalmente em momentos de maior volatilidade e incertezas.
10 de junho (Bloomberg) - O bilionário investidor George Soros disse que "acabamos de entrar no Act II" da crise fiscal com a desgraça da piora da Europa e os governos pressionados a reduzir seus déficits orçamentários que podem empurrar a economia global novamente para a recessão.
"O colapso do sistema financeiro como sabemos que é real, e a crise está longe de acabar", disse Soros hoje em uma conferência em Viena. "Na verdade, acabamos de entrar no II Ato do drama."
Soros, 79, disse que a situação atual da economia mundial é "assustadoramente" reminiscente dos anos 1930 com os governos sob pressão para reduzir os seus déficits orçamentais num momento em que a recuperação econômica é fraca.
A preocupação de que a crise da dívida soberana na Europa pode se espalhar, enviou o euro contra o dólar, em 07 de junho, a um ponto abaixo do que ocorria a quatro anos atrás e tem dizimado mais de U$ 4 trilhões nos mercados globais de ações este ano. Os países endividados da Europa terão que levantar quase 2 trilhões de euros nos próximos três anos de refinanciamento, de acordo com o Bank of America Corp.
"Quando os mercados financeiros começaram a perder a confiança na credibilidade da dívida soberana, a Grécia e o euro se colocaram no centro do palco, mas os efeitos serão susceptíveis de serem sentidos em todo o mundo", disse Soros.
São Paulo - É no mínimo curioso o momento atual da economia brasileira. Enquanto o público em geral se delicia com as notícias de que o país cresce no ritmo mais acelerado dos últimos 15 anos - ou será dos últimos 25? -, as autoridades econômicas insistem que as coisas não estão tão boas assim. Afinal, dizem, já estamos em plena desaceleração. Não seria normal o contrário - o governo faturar os resultados mais que exuberantes da economia?
Sim e não. Claro que a equipe econômica adoraria tecer loas ao momento do país, mas aí estaria jogando a favor dos que clamam por aumentos mais incisivos na taxa de juro. Foi exatamente esse o pano de fundo da reunião do Conselho de Política Monetária do Banco Central, o Copom, que elevou os juros básicos da economia em 0,75 ponto percentual. Já ultrapassamos a nossa velocidade máxima de segurança na economia? Podemos mesmo crescer a uma taxa anual entre 6% e 7%? Aparentemente, o Copom está alinhado com a imensa maioria dos analistas, que veem risco real de superaquecimento econômico.Não se trata de uma discussão simples. Parece não haver mais dúvidas de que estamos andando rápido demais. Mas saber exatamente quanto podemos crescer sem gerar inflação ou desequilíbrio externo é mais difícil do que parece. Firulas estatísticas à parte, é virtualmente impossível, apesar de toda a sofisticação dos modelos matemáticos, calcular quanto uma economia - que é a resultante da interação de milhões de produtores, trabalhadores, consumidores e governantes - pode produzir a cada ano. Mas isso não simplifica em nada a vida de quem precisa definir os rumos da nação. Ainda que não saibamos exatamente qual o nosso limite de velocidade, o fato é que ele existe. A partir de certo ponto, as economias realmente entram em superaquecimento.
Na falta de uma resposta mais sofisticada, o que temos mesmo são as opiniões de quem ganha para decifrar a economia do país. Em sua maioria, os economistas parecem concordar que não dá, hoje, para crescer de forma sustentada acima de 4,5%. Não é um número ruim - até recentemente, a barreira do crescimento sustentado não era superior a 3% ao ano. Graças à arrumação da casa ocorrida nos últimos 15 anos e à manutenção de boas políticas macroeconômicas, conseguimos de fato elevar a nossa capacidade de crescimento.
O maior risco, agora, é forçarmos a barra. O país parece encantado com os bons ventos da economia. O consumo não para de crescer, o desemprego está em queda, as empresas computam recordes de vendas. A tentação de acelerar um pouquinho mais, especialmente num ano eleitoral, é enorme. Mas, hoje, isso não seria recomendável. Infelizmente, não fizemos por merecer. É verdade que mantivemos as conquistas obtidas na economia, mas perdemos o ímpeto reformista. Nada de novo foi agregado para permitir um novo salto. Foi esta a mensagem do Copom: devagar com o andor que o santo (ainda) é de barro.
São Paulo - O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) elevou, na noite desta quarta-feira (9), a taxa básica de juros de 9,5% para 10,25% ao ano. A decisão dos oito diretores foi unânime e já era esperada pela maioria dos analistas.
Economistas calculam que o efeito dos juros na economia real tenha uma defasagem de seis a nove meses. Portanto, o foco principal é reverter as expectativas inflacionárias do ano que vem.
Após o término da reunião, o Banco Central emitiu o seguinte comunicado, quase idêntico ao da reunião passada:
"Dando seguimento ao processo de ajuste das condições monetárias ao cenário prospectivo da economia, para assegurar a convergência da inflação à trajetória de metas, o Copom decidiu, por unanimidade, elevar a taxa Selic para 10,25% a.a., sem viés."
A ata do Copom, que traz detalhes sobre os motivos que levaram os diretores a optar pela elevação, será divulgada na quinta-feira que vem (17). O documento é analisado com lupa pelos economistas, que buscam pistas sobre os próximos do Banco Central. A próxima reunião será realizada nos dias 20 e 21 de julho.