sexta-feira, 4 de junho de 2010

Selic e indicadores americanos dividem atenção dos mercados



Semana terá números de peso no Brasil e nos EUA, em mercado já tomado pela volatilidade

por Mirela Portugal de EXAME.com

04/06/2010 19:38


São Paulo - As discussões sobre inflação voltam ao posto de principal preocupação dos mercados durante a segunda semana de junho, com nova reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) nas próximas terça e quarta-feira (8 e 9). A expectativa dos investidores é a manutenção do ritmo no ajuste do juro, com elevação de 0,75 ponto percentual, conduzindo a Selic dos atuais 9,5% para 10,25% ao ano, explica o economista da Gradual Investimentos André Pereira Perfeito. "A reunião não deve render nenhuma surpresa. Com a inflação razoavelmente controlada, não haveria motivo para aumentar a velocidade do aperto monetário", aponta.


Ainda segundo o economista, outro destaque da agenda é a divulgação do PIB brasileiro para o primeiro trimestre, às 9 horas da terça feira (8). "A expectativa é de crescimento de 7,5%, e de avanço de 2,5% na variação trimestral. A tendência é de um crescimento mais forte que acabará desacelerando nos próximos resultados", avalia o economista.

A agenda nacional trará também dados de produção, exportação e venda de veículos na segunda-feira (7) às 10h30; o IGP-DI e o IPCA de maio na manhã quarta-feira (9) às 8 e 9 horas; IPC-Fipe na quinta-feira (10) às 5 horas e o IGP-M do primeiro decêndio na sexta-feira (11) às 8 horas.

Estados Unidos

Após uma sexta-feira marcada pelo mau humor nas bolsas mundiais, diretamente ligado ao desempenho fraco do relatório de emprego nos Estados Unidos e às inquietações com a confiança na Hungria, a semana deve começar ainda dependente das estatísticas internacionais. O que significa dias intensos, segundo o economista Clodoir Vieira, da corretora Souza Barros, que ressalta a agenda recheada de indicadores de peso nos Estados Unidos. "A volatilidade deve continuar forte e acompanhando esses números. Os investidores ainda preferem manter a cautela e devem acompanhar os números", aponta.

Segundo Vieira, entre os destaques estão as vendas do varejo americano, divulgadas na sexta-feira (11) às 9h30 de Brasília, e crédito do consumidor, que será conhecida às 16 horas de Brasília da segunda-feira (7). Segundo o portal Briefing.com, a expectativa é que o crédito ao consumidor continue a tendência de oscilações, diminuindo em 4,3 bilhões de dólares no mês de abril, após crescimento de 2 bilhões de dólares em março. As vendas do varejo têm alta esperada de 0,2% em maio, em oposição ao crescimento de 0,4% no mês anterior, ainda de acordo com o portal.

Durante a semana, serão divulgados também os dados americanos de estoque de atacado na quarta-feira (às 11h); o Livro Bege do Federal Reserve, o banco-central americano, no mesmo dia (15 h); a balança comercial de abril na quinta-feira (às 9h30) e por fim, na sexta-feira (11), o Michigan Sentiment (10h55 de Brasília), termômetro da confiança do consumidor, em companhia dos dados de estoque das empresas (11 h).

Employment Report mostra a fragilidade da recuperação econômica, dizem analistas

por Equipe Infomoney
04/06/10 19h20

SÃO PAULO - A divulgação do Employment Report nesta sexta-feira (4) mostrou a fragilidade da recuperação econômica nos Estados Unidos, segundo avaliou o analista Neil Dutta, do Bank of America Merrill Lynch. Em geral, os dados mostraram números abaixo do esperado pelo mercado em maio, o que gerou preocupação entre os investidores nesta sessão.

Segundo o Departamento do Trabalho norte-americano, durante o mês de maio houve a criação de 431 mil vagas no mercado de trabalho dos Estados Unidos e um recuo de 0,2 ponto percentual na taxa de desemprego do país. Aparentemente positivos, os números podem enganar
em um primeiro momento.

Para o BofA, o número de empregos gerados no setor privado em maio veio "anêmico", tendo apresentado alta de apenas 41 mil vagas no quinto mês do ano depois da alta de 218 mil postos de trabalho vista em abril. "O principal número divulgado nesta sexta-feira pelo Employment Report é desapontador", completou o analista do banco. O BofA esperava por um crescimento de 200 mil vagas em maio.

De acordo com Dutta, porém, o relatório de emprego "não foi de tudo ruim". Ele destacou a alta de 0,3% na comparação mensal da média de ganhos por horas trabalhadas. "Em outras palavras, alguns detalhes deste relatório ofuscaram timidamente a criação de empregos abaixo do esperado", avaliou.


Horas trabalhadas


Em linha, a equipe da FTA Advisors também se mostrou desapontada com o número de empregos gerados em maio nos EUA, mas deu ênfase aos detalhes do relatório. A consultoria destacou que a média de horas trabalhadas por semana (Average Workweek) aumentou para 34,2 horas no último mês, o que equivale a 315 mil empregos.

"Em outras palavras, se os trabalhadores tivessem mantido inalterado o nível de horas trabalhadas em maio, teria demanda suficiente da indústria para fazer com que as criações de vagas crescessem em 356 mil no mês passado. Isso teria ultrapassado o consenso do mercado, que previa a criação de 180 mil vagas a mais que o apurado em abril", avaliou a FTA.

Taxa de desemprego

Apesar da taxa de desemprego ter recuado no período para 9,7%, resultado melhor do que as expectativa do mercado, que giravam em torno de 9,8%, os analistas não receberam o número com entusiasmo. Para a FTA, a contração na taxa apenas confirma que a recuperação em curso na economia norte-americana é em formato de "V" e agora está atingindo o mercado de trabalho.

Por outro lado, os analistas Signe Roed-Frederiksen e Peter Possing Andersen, se mostraram otimistas. "Apesar dos números de maio, nós permanecemos confiantes que o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) será sólio o bastante para o mercado de trabalho gerar cerca de 200 mil a 205 mil novas vagas em média no segundo semestre deste ano", disseram.

Confira a agenda do investidor para a segunda semana de junho




por Equipe InfoMoney
04/06/10 - 17h50
InfoMoney


SÃO PAULO - Dentro da agenda para a segunda semana de junho, as atenções se voltam para a divulgação do orçamento do Tesouro norte-americano e às vendas do varejo durante o mês de maio.

No front doméstico, destaque para a reunião do Copom e para a divulgação do PIB referente ao primeiro trimestre deste ano.

Segunda-feira (7/6)

- Brasil

8h30 - O Banco Central revela o relatório semanal Focus, que compila a opinião de consultorias e instituições financeiras sobre os principais índices macroeconômicos.

11h00 - O Ministério de Comércio Exterior reporta a Balança Comercial referente à última semana, que mede a diferença entre exportações e importações contabilizadas durante o período.

O Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) publica a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de maio, feita mensalmente em 16 capitais brasileiras, na qual se avalia o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família, através do valor dos produtos elementares.

- EUA

16h00 - O Federal Reserve divulga o Consumer Credit referente ao mês de abril, com objetivo de medir o total de crédito ao consumidor

Terça-feira (8/6)

- Brasil

8h00 - A FGV (Fundação Getulio Vargas) anuncia o IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor - Semanal) referente à primeira quadrissemana de junho. O índice calcula a taxa mensal da variação dos preços até meados da semana anterior àquela em que é divulgado.

9h00 - O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apresenta o desempenho do PIB referente ao primeiro trimestre.

10h00 - O instituto ainda revela o Levantamento da Produção Agrícola referente ao mês de maio.

11h00 - O Dieese divulga o Índice de Custo de Vida referente ao mês de maio. O relatório contém informações a respeito do custo de vida dos moradores do município de São Paulo.

O IBGE reporta também a Pesquisa de Estoques do segundo semestre de 2009, que engloba informações conjunturais sobre o volume e a distribuição dos estoques de produtos agropecuários.

Além disso, este será o primeiro dia da reunião do Copom, quando os membros do Comitê expõem suas opiniões sobre a conjuntura econômica nacional.

- EUA

Não serão divulgados indicadores relevantes no país neste dia.

Quarta-feira (9/6)

- Brasil

8h00 - A FGV publica o IGP-DI (Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna) de maio, importante medida de inflação nacional.

9h00 - O IBGE revela o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) e o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), ambos referentes ao mês de maio. O IPCA é um dos principais índices utilizados pelo Banco Central para o acompanhamento dos objetivos estabelecidos no sistema de metas de inflação.

9h30 - O órgão ainda apresenta a Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil de maio, levantamento dos preços e dos custos dos materiais utilizados no setor.

9h30 - O instituto anuncia também a Pesquisa Industrial Regional de abril, que acompanha a evolução do nível de produto na indústria, mediante recortes locais.

18h00 - O Copom define o rumo da taxa básica de juro doméstica.

- EUA

11h00 - Sai o Wholesale Inventories de abril, relatório que contém informações sobre as vendas e os estoques do setor atacadista.

11h30 - Confira o relatório de Estoques de Petróleo norte-americano, semanalmente organizado pela EIA (Energy Information Administration). O documento é considerado uma importante medida, já que os EUA são o maior consumidor do combustível.

15h00 - Investidores estarão atentos ao Livro Bege do Fed, relatório importante sobre o desempenho atual da economia do país.

Quinta-feira (10/6)

- Brasil

7h00 - A Fipe (Fundação Instituto de Pesquisa Econômica) apresenta o IPC referente à primeira quadrissemana de junho. O índice é baseado em uma pesquisa de preços feita na cidade de São Paulo, entre pessoas que ganham de 1 a 20 salários mínimos.

- EUA

9h30 - Confira o número de pedidos de auxílio-desemprego (Initial Claims), em base semanal.

9h30 - Destaque para o Trade Balance (balança comercial) com base no mês de abril, que mede a diferença entre os valores das importações e exportações realizadas pelo país

15h00 - O Departamento de Tesouro norte-americano fornece os dados de maio do Treasury Budget (orçamento governamental).

Europa

O dia será marcado pelas reuniões de política monetária do Banco Central Europeu e do Banco Central da Inglaterra. Os membros do comitê vão decidir sobre eventuais mudanças nos parâmetros do juro básico.

Sexta-feira (11/6)

- Brasil

8h00 - A FGV divulga o IGP-M (Índice Geral de Preços - Mercado) do primeiro decêndio de junho, que é bastante utilizado pelo mercado, e retrata a evolução geral de preços na economia.

9h00 - O IBGE reporta a Pesquisa de Emprego Industrial de abril, relatório que trata de mão-de-obra e rendimento do trabalho no Brasil.

- EUA

9h30 - Principal destaque para o indicador Retail Sales referente ao mês de maio, que mede as vendas totais do mercado varejista, desconsiderando o setor de serviços. Já o Retail Sales ex-auto ignora as vendas de automóveis.

10h55 - A Universidade de Michigan publica a preliminar do Michigan Sentiment de junho, que mede a confiança dos consumidores na economia norte-americana.

11h00 - O Business Inventories compreende o nível de vendas e de estoques das indústrias, além dos setores de atacado e varejo durante o mês abril.

Segunda-feira (14/6)

- Brasil

8h30 - O Banco Central revela o relatório semanal Focus, que compila a opinião de consultorias e instituições financeiras sobre os principais índices macroeconômicos.

11h00 - O Ministério de Comércio Exterior reporta a Balança Comercial referente à última semana, que mede a diferença entre exportações e importações contabilizadas durante o período.

- EUA

Não serão publicados indicadores relevantes do país neste dia.

- Japão

Este será o primeiro dia da Reunião do BoJ (Banco do Japão), que define a taxa básica de juro japonesa. Neste encontro inicial, os diretores se reúnem para analisar os dados econômicos correntes.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

DJI...após 03/06...suportes e resistências.


DJI. após abrir em alta até nova máxima em 10.315 pontos, refluiu até encontrar suporte na região dos 10.175 pontos, onde praticamente formou um "fundo duplo". Daí retomou a tendência altista até "zerar" as perdas intraday, com ligeira alta de + 0,06%.

O "candle" do gráfico diário é um "doji" de indefinição de tendência.

Talvez, a difulgação de novos dados da economia, nesta sexta, possa definir uma tendência de curtíssimo prazo, visto que por enquanto a tendência semanal ainda é de queda.

INDM10...após 02/06...suportes e resistências

VALE5...após 02/06...suportes e resistências

IBOV...após 02/06...objetivos de curtissimo prazo


O IBOV, após o "topo duplo" nos 63197 pontos, refluiu até finalizar o pregão nos 62.942 pontos.

Acima desse topo objetivos imediatos de alta em 63.320; 63.460 e 63.600 pontos.

Abaixo do fechamentos, suportes imediatos em 62.677 pontos; 62.500 pontos e; abaixo desse patamar objetivos de queda em 62.035/61.950 pontos.

IBOV...após 02/06...suportes e resistências


Fez um "marubozu de alta" apoiado no martelo do pregão da terça.

Apesar de nova máxima nos 63.197 pontos, refluiu no final do pregão e fechou nos 62.940 pontos.

Parece ter encontrado uma resistência horizontal na região dos 63 mil pontos, que por enquanto está impedindo de buscar o topo semanal anterior, nos 63.600 pontos.

Caso reverta e feche abaixo dos 62 mil pontos, é possível um retorno aos 60.850/61 mil pontos.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

VALE 5...após 01/06...suportes e resistências

IBOV e INDM10...objetivos de curtissimo prazo


INDM10...após 01/06...suportes e resistências

DJI...após 01/06...suportes e resistências


DJI abriu a semana em queda até formar nova mínima em 10.014 pontos. A partir daí tentou recuperação até sua máxima em 10.218 pontos. Refluiu novamente até finalizar em pontos 10.024, praticamente em cima de uma LTA de curtissimo prazo.

O "candle do gráfico diário é um "martelo invertido cheio" resultado da forte pressão vendededora intraday. Apesar de eventual possibilidade de recuperação no início do pregão, a configuração formada com o "candle anterior" sugere uma possibilidade de reversão de tendência para queda, no curtíssimo prazo.

Suportes imediatos em 9.990, 9.930 e 9.880 pontos.

Resistência imediatas em 10.070; 10,170 e 10.218 pontos.

IBOV...após 01/06...suportes e resistências



O Ibovespa abriu a semana em alta, até sua máxima na segunda em 63.046 pontos. Na terça, após realizar fortemente, em sintonia com os mercados americanos até a mínima nos 61.605 pontos, recuperou intraday até sua máxima em 63.033 pontos, mas a partir daí refluiu novamente com força até finalizar em 61.840 pontos, praticamente em cima de sua MME 13 períodos, em queda de - 1,91% sobre o fechamento anterior.

Depois do "marubozu de alta" na segunda, o "candle" da terça mostra que o Ibovespa devolveu todo ganho inicial. A formação gráfica se assemelha a um "engolfo de baixa" que poderá ser revertido, no curtíssimo prazo, caso o Ibovespa feche novamente acima dos 63 mil pontos, sem a perda da mínima recente.

O topo alcançado nos 63 mil pontos correspondeu à recuperação da retração de 62% de Fibonacci da queda recente, mas ocorreu em cima de uma LTB de curto prazo, a primeira resistência antes dos 63.600 pontos (topo semanal anterior).

Alguns indicadores se encontram relativamente "esticados", sugerindo a possibilidade de continuidade da realização a partir desse patamar alcançado.

Resistências imediatas em 62.260; 63.046; 63.450 e 63.600 pontos.

Suportes imediatos em 61.740; 61.300; 60.850, 60.700 e 60.200/60.100 pontos.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Vale 5...após 31/05...suportes e resistências

IBOV...objetivos de curto prazo


Acima de 63 mil pontos, objetivos em 63;320 e 63.700 pontos.

Abaixo de 62.500; objetivos em 62.000; 61.700 e 61.300/61.200 pontos.

IBOV...após 31/05...suportes e resistências


O Ibovespa abriu a semana em alta, conseguindo fechar o pregão desta segunda em 63.046 pontos (na máxima) com alta de + 1,77%.

O "candle" do gráfico diário é um "marubozu de alta" apoiado pelo pequeno martelo da sessão anterior.

O fechamento nos 63 mil pontos correspondeu à recuperação da retração de 62% de Fibonacci da queda recente, mas ocorreu em cima de uma LTB de curto prazo, sua primeira resistência antes dos 63.600 pontos (topo semanal anterior).

Alguns indicadores se encontram relativamente "esticados", sugerindo possibilidade de realização a partir desse patamar alcançado.

Resistências imediatas em 63.450 e 63.600 pontos.

Suportes imediatos em 62.480; 62.260 e 61.860 (MME 13) pontos.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Bovespa encerra o mês com maior queda desde outubro de 2008


O giro financeiro negociado somou R$ 3,89 bilhões, o resultado mais baixo desde os R$ 2,92 bilhões de 29 de dezembro de 2009


por Agência ESTADO
31/05/2010 18:46

São Paulo - O último dia do mês foi de pouca movimentação na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Sem a sua referência americana - as bolsas não trabalharam em razão do feriado do Memorial Day -, e também com Londres fora do ar em razão de um feriado, o movimento na praça doméstica foi fraco e se configurou no menor do ano.

Os poucos investidores que se arriscaram puxaram compras, principalmente em Petrobras e Vale, o que sustentou o índice Bovespa (Ibovespa) o dia todo em alta e aliviou um pouco as perdas do mês. O Ibovespa terminou a sessão na máxima pontuação do dia, de 63.046 pontos, com variação positiva de 1,77%.

Na mínima, o Ibovespa registrou 61.95 pontos (estável). Com o desempenho desta segunda-feira (31), as perdas acumuladas em maio foram de 6,64%, fazendo com que o mês tivesse a maior queda desde outubro de 2008 (-24,8%). No ano, a Bolsa acumula baixa de 8,08%. O giro financeiro negociado somou R$ 3,89 bilhões, o resultado mais baixo desde os R$ 2,92 bilhões de 29 de dezembro do ano passado. Os dados são preliminares.

A alta de segunda foi puxada por um movimento localizado de compras em Petrobras, principalmente, e Vale. Segundo operadores, os investidores estariam aproveitando que os papéis estão atrasados em razão das dúvidas em relação ao processo de capitalização para melhorar o desempenho de suas carteiras neste final de mês. A ação ordinária (ON) disparou 5,15% e a preferencial (PN), 4,96%. Vale também teve alta firme, de 2,15% na ON e 2,22% na PNA.

Roubini: queda no preço das commodities é risco para emergentes


Em palestra no EXAME Fórum, em São Paulo, economista conhecido como Dr. Apocalipse disse que o Brasil precisa tomar cuidado com o câmbio valorizado, que tira competitividade das exportações

por Luís Artur Nogueira, de EXAME.com

31/05/2010 10:40


Economista Nouriel Roubini
Para Roubini, câmbio valorizado tira competitividade das exportações brasileiras

São Paulo - O economista Nouriel Roubini, presidente da RGE Monitor, disse nesta segunda-feira (31) que o aprofundamento da crise europeia pode derrubar "abruptamente" os preços das commodities no curto prazo, prejudicando a economia de países emergentes. "No longo prazo, no entanto, o cenário é positivo a partir da recuperação mundial", disse Roubini, que ficou famoso por ter previsto a recente crise internacional.

Segundo Roubini, que participou do EXAME Fórum, em São Paulo, que debate o tema "Brasil - A Construção da 5ª Maior Economia do Mundo", o Brasil precisa tomar cuidado com o câmbio valorizado, que tira a competitividade das exportações. "Se os controles de capital forem usados de maneira inteligente, será possível evitar um mal maior."

O economista acredita que o Banco Central brasileiro está comprometido em manter a inflação sob controle. Ele elogiou a solidez do sistema financeiro no Brasil e ressaltou que é preciso monitorar a oferta de crédito nos segmentos em que há excesso de demanda. "Há uma evidência de superaquecimento em alguns países como o Brasil", disse.

Segundo Roubini, um dos desafios do governo brasileiro é aprovar as reformas estruturais que vão garantir um crescimento sustentável nos próximos anos. "Se isso acontecer (aprovação das reformas), o Brasil pode crescer tranquilamente de 6% a 7% ao ano", afirmou. Além disso, é preciso investir em capital humano, que é carente no Brasil. "Os melhores investimentos para os pobres são educação e saúde."

Sobre os Estados Unidos, Roubini explicou que os analistas apostam numa recuperação em "V", embora exista o risco de acontecer um "W". Nos mercados emergentes, a grande questão, segundo ele, é se o desempenho de países como Brasil, China e Índia pode ser afetado pelos problemas observados nos países desenvolvidos. "As respostas para esse tema ainda estão em aberto", disse.

O economista ressaltou que os países precisam equilibrar as políticas monetárias e fiscais. "Há uma necessidade de controle fiscal, com aumento de impostos e corte de despesas", afirmou o Dr. Apocalipse, apelido que ganhou por fazer previsões pessimistas. A boa lição que poder tirada dos países emergentes é a regulamentação eficiente dos sistemas financeiros. "Além disso, o problema do excesso de dívidas, que atinge as economias avançadas, não vale para as emergentes." Roubini voltou a dizer que os problemas na Grécia são apenas a ponta do iceberg.

Nos Estados Unidos, onde o consumo puxa a economia, o quadro pode ser "anêmico". "Os consumidores estavam acostumados a gastar mais do que ganham e agora eles vão precisar poupar", disse Roubini, prevendo um crescimento lento na locomotiva mundial. Ele lembra que aumentar impostos e reduzir gastos do governo dificultam a recuperação da atividade produtiva, mas são remédios necessários. "Os países que estão na periferia da zona do euro vão sofrer mais."