quinta-feira, 24 de abril de 2008

Bolsa encerra em queda de 0,57% com Vale e Petrobras

24.04.2008 17h33
por Claudia Violante da Agência Estado

A desvalorização do petróleo e de alguns metais básicos no mercado externo ditou o tom da Bolsa de Valores de São Paulo hoje. As ações mais importantes, das empresas Petrobras e Vale, trabalharam em baixa praticamente o dia todo e pesaram sobre o Ibovespa, principal índice. Com isso, a Bovespa fechou pelo segundo dia descolada das principais bolsas americanas.
O Ibovespa recuou 0,57%, aos 64.576,3 pontos. Oscilou entre a mínima de 64.223 pontos (-1,12%) e a máxima de 65.086 pontos (+0,21%). No mês, os ganhos acumulados são de 5,92% e, no ano, de 1,08%. O volume financeiro totalizou R$ 6,077 bilhões.
As ações da Petrobras giraram hoje R$ 1,756 bilhão, e as da Vale, R$ 926,274 milhões, o que significa que, juntas, elas movimentaram 44% do volume total da Bovespa. As ações das companhias, somadas, respondem por pouco mais de 30% da composição do índice, o que significa dizer que qualquer alteração nesses papéis têm força para mover a Bolsa.
Vale ON recuou 3,94% e Vale PNA, 2,83%. Os preços dos metais não tiveram um comportamento uniforme hoje, com parte em queda e o restante em alta. Mesmo assim, à Vale restou o sinal negativo também porque os investidores estão na defensiva com o balanço que a mineradora anuncia ainda hoje. Os analistas prevêem, em média, queda de 10% no lucro do primeiro trimestre, em relação ao mesmo período do ano passado.
O contrato futuro de petróleo negociado na Bolsa Mercantil de Nova York com vencimento em junho engatou uma realização de lucros e seu preço recuou hoje. A baixa atingiu 1,89% e levou o barril para US$ 116,06. Petrobras ON recuou 2,12% e PN perdeu 2,14%.
Além da queda do petróleo, duas notícias envolveram Petrobras hoje. A Cosan anunciou logo cedo a compra dos ativos da Esso no Brasil, derrotando a estatal, que também estava na disputa. A ata da última reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central, divulgada hoje, não previu reajuste dos combustíveis neste ano, apesar dos recordes sucessivos do petróleo e da defasagem dos preços no Brasil (o diretor da RC Consultores, Fábio Silveira, estimou hoje que o preço interno da gasolina está 16% abaixo do externo).
Ao mesmo tempo, porém, o documento do BC afirmou que cresceu a possibilidade desse cenário, com um eventual aumento de preço. Ou seja, o BC disse que não prevê elevação, mas que isso não é impossível de acontecer. E essa hipótese ganhou corpo hoje com a notícia de que o presidente da empresa, José Sérgio Gabrielli, se reunirá nesta noite com presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Com a notícia da compra dos ativos da Esso, as ações da Cosan foram penalizadas pelos investidores. Isso porque não ficou claro como a líder do setor sucroalcooleiro vai levantar recursos para pagar a compra, por US$ 826 milhões. No pior dos momentos, as ações recuaram mais de 9%, mas acabaram fechando em -1,85%.
Embora a Bovespa tenha operado descolada a maior parte do dia, Wall Street foi crucial para determinar a intensidade do tombo na bolsa doméstica hoje. Quando a alta nos EUA foi mais firme, as perdas diminuíram por aqui, mas, no final da sessão, os índices nova-iorquinos estavam longe de seus melhores momentos. O Dow Jones avançou 0,67%, o S&P, 0,64%, e o Nasdaq, 0,99%. A queda do petróleo, a recuperação do dólar ante o euro e a renovação da crença de que o pior da crise já passou deram impulso às ações americanas.

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