terça-feira, 6 de maio de 2008

Apetite por risco beneficia emergentes

por Eduardo Campos de Valor Online
06/05/2008


O apetite por risco segue crescendo entre os gestores de fundos internacionais, que continuam transferindo recursos para carteiras de países emergentes e títulos de alto risco. É o que mostram os dados da consultoria americana Emerging Portfolio (EPFR Global), que acompanha US$ 10 trilhões em fundos aplicados ao redor do mundo.
Na semana encerrada no dia 30 de abril, os fundos de renda fixa de curto prazo (money market funds) perderam US$ 32,4 bilhões. Esses fundos, serviram de porto seguro para os investidores durante os momentos mais agudos da crise financeira.
Na outra ponta, os fundos de ações e renda fixa de países emergentes, vistos como opções mais arriscadas, seguiram recebendo recursos, com destaque para a categoria Ásia (exceto Japão), com captação de US$ 1,4 bilhão. Os fundos voltados para América Latina, Oriente Médio e África também receberam recursos. Os fundos voltados para os BRICs (Brasil, Rússia, Índia e China) obtiveram R$ 462 milhões no período, melhor resultado semanal do ano. Todos os quatro integrantes do BRIC apresentaram fluxo positivo.
Entre os desenvolvidos, os fundos de ações dos Estados Unidos perderam US$ 2,83 bilhões, antes da reunião do Federal Reserve (Fed), banco central americano, que cortou os juros em 0,25 ponto percentual dia 30 de abril.
Na Europa, a semana também foi de resgates, com destaque para um único fundo de ações voltado para Alemanha. Apesar da distorção provocada por este fundo, a visão da EPFR é de que os investidores estão se preparando para o pior na Europa. Tal observação está fundamentada no baixo crescimento dos lucros, política monetária restritiva, com foco na inflação, e temores quanto aos futuros reflexos da exposição aos instrumentos financeiros subprime, avalia a EPFR.
No Japão, o fluxo positivo da semana anterior não se confirmou uma tendência. Os fundos dedicados ao país voltaram a ser alvo de saques dos investidores, depois que a produção industrial, consumo e exportações deram indicação de queda também no segundo trimestre.
Na avaliação setorial, seis dos nove grandes grupos tiveram resgates, apesar do maior otimismo dos investidores. Destaque para Tecnologia e Finanças que receberam dinheiro novo, enquanto Energia e Commodities perderam US$ 886 milhões e US$ 393 milhões, respectivamente, em função da alta do dólar ante outras divisas.

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