terça-feira, 6 de maio de 2008

Ibovespa tem alta marginal, mas bate 4º recorde seguido

por Claudia Violante da Agência Estado
06.05.2008 17h31


Depois de acumular quase 10% de ganhos em três pregões, a Bovespa passou o dia todo em queda, mas inverteu o sinal nos últimos minutos do pregão, o que resultou no quarto fechamento em nível recorde seguido. O Ibovespa, principal índice, subiu apenas 0,03%, para o recorde de 70.195,3 pontos. Oscilou entre a mínima de 69.561 pontos (-0,87%) e a máxima de 70.215 pontos (+0,06%). Com o resultado de hoje, a elevação acumulada em maio é de 3,43%. No ano, a alta alcança 9,88%. O volume financeiro negociado totalizou R$ 6,88 bilhões.
Em Nova York, as bolsas subiram, amparadas pelas ações dos setores financeiro e de tecnologia. O índice Dow Jones avançou 0,40%, S&P, 0,77%, e Nasdaq, 0,78%. O novo recorde do preço do petróleo acabou renegado a segundo plano por lá, muito embora tenha empurrado as ações da Petrobras para cima no mercado doméstico. O petróleo WTI, negociado em Nova York, subiu 1,56% e fechou no nível inédito de US$ 121,84 por barril. A demanda da China e da Índia, especulação, ameaças à produção do Irã, Iraque e Nigéria e gargalos em refinarias nos EUA são as preocupações que impulsionam os preços da commodity.
Aqui, Petrobras ON avançou 2,82% e PN, 2,62%. Em evento nos EUA, o presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli, anunciou que a empresa pretende captar US$ 5 bilhões até o final do ano para investir na prospecção de petróleo na camada pré-sal - lugar onde foi descoberto o campo gigante de Tupi e onde está o promissor campo Carioca. Ele ainda anunciou que até a próxima sexta-feira a empresa pode decidir sobre a compra da refinaria da americana Valero Energy localizada em Aruba. Para ele, os preços do petróleo continuarão elevados e “mais voláteis”, embora não haja “razão para vermos queda ou grande alta dos preços”.
Vale também deu suporte ao Ibovespa ao fechar em +1,83% as ações ON e +1,47% as PNA, de olho na alta das commodities metálicas. Ontem, a empresa havia anunciado a compra, por US$ 145 milhões, da Mineração Apolo, que irá elevar em quase 1 bilhão de toneladas as reservas de minério de ferro da empresa no chamado Quadrilátero Ferrífero, em Minas Gerais.
Com as blue chips (ações de primeira linha) em alta, a realização de lucros hoje aconteceu de forma tímida e localizada. Os papéis que tiveram os maiores ganhos após a elevação do Brasil para grau de investimento pela agência Standard & Poor's estão entre os que passaram por uma redução hoje, como por exemplo as ações do setor de consumo/varejo e construção civil. No caso dos bancos, a queda das ações de hoje teve um empurrãozinho dos papéis do Itaú. O segundo maior banco privado do País anunciou lucro líquido consolidado no primeiro trimestre de R$ 2,043 bilhões, em linha com as projeções. Como os analistas já precificavam o resultado, houve vendas, que não se limitaram a esses papéis, se espalhando pelo setor de forma geral. Itaú PN caiu 4,3%, Bradesco PN, 3%, Banco do Brasil ON, 3,67%.
Ainda da safra de balanços, TIM Participações liderou as perdas do Ibovespa ao cair 8,39% as ON e 8,07% as PN. A empresa anunciou aumento de 454,5% no prejuízo do primeiro trimestre em relação ao mesmo intervalo de 2007, para R$ 107,929 milhões. Light ON cedeu 5,04%. A empresa anunciou lucro líquido de R$ 104 milhões no primeiro trimestre, equivalente a uma alta de 10,2% em relação ao mesmo período de 2007.

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