segunda-feira, 23 de junho de 2008

Ibovespa fecha quase estável, em alta de 0,04%

por Claudia Violante da Agência Estado
23.06.2008 17h28

A Bolsa de Valores de São Paulo abriu a semana no azul, ajudada pelas ações da Vale e da Petrobras. Contudo, como as preocupações com a inflação e a crise americana estão vívidas, o ímpeto por compras foi muito tímido - o que garantiu à sessão o menor volume financeiro do mês de junho - e a alta foi marginal.
O Ibovespa, principal índice, encerrou o dia com ganho de 0,04%, aos 64.640,4 pontos. Oscilou entre a mínima de 64.440 pontos (-0,27%) e a máxima de 65.401 pontos (+1,22%). No mês, a Bolsa tem perdas de 10,85% e, no ano, alta de 1,18%. O volume financeiro negociado totalizou R$ 4,05 bilhões - bem abaixo da média diária do mês, de R$ 6,63 bilhões, segundo a Bolsa.
O petróleo foi um dos destaques da sessão, após o encontro entre produtores que terminou ontem em Jeddah, na Arábia Saudita, frustrar as expectativas. Foi efetivado apenas o aumento da produção de 200 mil barris por dia da Arábia Saudita, anunciado na semana passada. O país, o maior exportador do mundo, também se propôs a ir além se assim for necessário. Mas foi só. Além do resultado pífio deste encontro, pressionaram as cotações para cima a greve dos trabalhadores da unidade da Chevron na Nigéria, mesmo país em que ocorreram vários ataques militares na infra-estrutura do setor energético, operada pela Royal Dutch Shell, pela Eni e pela Chevron.
Com tudo isso, o contrato futuro para agosto do petróleo negociado na Bolsa Mercantil de Nova York fechou em alta de 1,02%, a US$ 136,74 por barril. Isso acabou pesando sobre Wall Street, que trabalhou muito volátil hoje, mas conseguiu fechar estável. O índice Dow Jones ficou estável, enquanto o S&P avançou 0,01% e o Nasdaq caiu 0,85%.
Aqui, Petrobras conseguiu hoje acompanhar a alta do petróleo e subiu. Petrobras ON ganhou 1,93%, e Petrobras PN, 1,76%. Vale também acompanhou e avançou 1,88% as ações ON e 1,60% as PNA. Os investidores aproveitaram os preços baixos depois do tombo de junho e foram às compras das ações da mineradora com a notícia de que a siderúrgica chinesa Baosteel aceitou o reajuste de 85% no preço do minério de ferro pedido pela mineradora australiana Rio Tinto. O aumento foi superior aos reajustes de 65% e 71% anunciados pela Vale em fevereiro, sinalizando a enorme demanda global pelo minério, particularmente por parte da China.
Apesar das blue chips (ações de primeira linha) em alta, o volume foi fraco hoje porque a agenda da semana é carregada, com destaque para a quarta-feira, quando o banco central dos EUA anuncia a nova taxa de juros do país. A avaliação predominante é de que a taxa continuará em 2% ao ano, mas há preocupação com o que trará o comunicado que acompanha a decisão do BC.

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