terça-feira, 30 de setembro de 2008

Bolsa de Nova York tem a maior alta desde julho de 2002

por Renato Martins da Agência Estado
30.09.2008 18h46

O mercado norte-americano de ações fechou em alta forte, com os principais índices recuperando cerca de dois terços das perdas de ontem. No caso dos índices Dow Jones e S&P-500, a alta de hoje foi a maior desde 26 de julho de 2002, tanto em pontos como em termos porcentuais. Em pontos, a alta do Dow foi a terceira maior de todos os tempos em um único dia. O avanço foi liderado pelas ações do setor financeiro, que subiram devido à esperança de que o Congresso dos EUA aprove um plano de socorro para o setor.
O movimento de alta acelerou-se à tarde, quando circularam informes de que a Securities and Exchange Comission (SEC, a comissão de valores mobiliários americana) estaria estudando a possibilidade de revogar a regra da marcação a mercado, que levou os bancos a registrarem em seus balanços bilhões de dólares em perdas, de modo a admitir o valor estimado dos títulos hipotecários em suas carteiras. Depois do fechamento do mercado, a SEC e o Conselho de Padrões de Contabilidade Financeira (FASB, na sigla em inglês) disseram que vão emitir novas normas sobre isso.
Também à tarde, a presidente da Corporação Federal de Seguro de Depósitos (FDIC, na sigla em inglês), Sheila Bair, falou na possibilidade de elevar temporariamente o teto de US$ 100 mil para depósitos beneficiados por seguro federal. Ela não especificou nenhum valor, mas o senador Barack Obama, candidato à presidência dos EUA pelo Partido Democrata, propôs que o limite seja elevado para US$ 250 mil, proposta endossada por seu rival, o senador republicano John McCain. Outros congressistas observaram que a proposta de elevação do teto para depósitos com seguro contribuiria para a aprovação do pacote de US$ 700 bilhões em socorro às instituições financeiras, já que parte dos deputados do "baixo clero" dos dois partidos que votaram contra o pacote na segunda-feira argumentava que o plano só trazia medidas de ajuda para os bancos, e não para pessoas e empresas da "economia real" afetadas pela crise.
Das 30 componentes do Dow, 29 ações fecharam em alta (a exceção foi Caterpillar, com baixa de 0,48%). Os destaques foram Bank of America (+15,70%), Citigroup (+15,55%), JPMorgan Chase (+13,90%), General Motors (+11,05%) e General Electric (+10,39%). As ações do banco Wachovia, que haviam caído 81,60% ontem, subiram 90,22% hoje. As ações do setor de petróleo também subiram, em reação à recuperação dos preços do produto (ExxonMobil +4,86%, Chevron +6,43%).
O índice Dow Jones fechou em alta de 485,21 pontos (4,68%), em 10.850,66 pontos. O Nasdaq fechou em alta de 98,60 pontos (4,97%), em 2.082,33 pontos. O S&P-500 subiu 58,35 pontos (5,27%), para fechar em 1.164,74 pontos.
No mês de setembro, o Dow Jones acumulou uma queda de 6%, o Nasdaq, uma perda de 12,05% e o S&P-500, uma baixa de 9,21%. No terceiro trimestre, o Dow Jones caiu 4,40%, o Nasdaq recuou 9,19% e o S&P-500 perdeu 9%. Desde o começo de 2008, o Dow acumula uma queda de 18,20%, o Nasdaq, uma baixa de 21,49% e o S&P-500, uma baixa de 20,68%. As informações são da Dow Jones.

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