quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Ibovespa encerra em alta de 2,87% com Vale e Petrobras

por Agência ESTADO
08 de Janeiro de 2009 18:33

Na contramão de Nova York, e após muita volatilidade, a Bovespa sustentou-se em alta no meio da tarde e caminhou assim até o fechamento. Petrobras, Vale e siderúrgicas garantiram o desempenho do Ibovespa, principal índice, mesmo com a desvalorização das matérias-primas no exterior. Segundo profissionais do mercado, apesar do giro mais fraco, houve ingresso de recursos estrangeiros, daí o ganho das ações com mais força para mexer no índice brasileiro.
A Bovespa terminou com elevação de 2,87%, aos 41.990,55 pontos, na máxima pontuação do dia. Na mínima, atingiu 40.251 pontos (-1,40%). No mês, acumula alta de 11,83%. O volume financeiro totalizou R$ 4,993 bilhões.
Apesar da queda dos metais e do petróleo no mercado externo, Vale, Petrobras e siderúrgicas saíram-se bem no Brasil, com altas firmes que sustentaram o desempenho da Bovespa. Petrobras ON subiu 5,27%; PN, 4,29%; Vale ON, 4,45%; PNA, 3,71%; Gerdau PN, 6,82%; Metalúrgica Gerdau PN, 6,84%; Usiminas PNA, 4,13%; e CSN ON, 6,95%.
Patrícia Blanco, sócia-gestora da Global Equity, avaliou que o noticiário, hoje, justificaria a queda da Bovespa, mas chama a atenção para o clima um pouco melhor neste início de ano e também a volta dos estrangeiros, aos poucos, para dar sustentação aos papéis, como o que houve hoje.
Os sinais vindos do exterior foram negativos, tanto que as bolsas europeias caíram e as norte-americanas se encaminham para o mesmo. Vários indicadores foram ruins e o setor corporativo não aliviou. A esperança era de que o presidente eleito dos EUA, Barack Obama, pudesse desanuviar o clima ruim com o discurso feito no início da tarde. Mas, embora positivas, as declarações pouco acrescentaram, e os investidores seguiram repercutindo os dados que já tinham em mãos. No final da tarde, entretanto, o clima em Nova York melhorou e as bolsas reduziram as perdas.
Entre outras coisas, Obama disse que uma das medidas de seu pacote econômico será um corte de impostos para famílias norte-americanas equivalente a US$ 1.000. Devem ser contempladas 95% das famílias, numa forma de incentivar o consumo e tirar a economia do atoleiro. Ele também pretende gastar maciçamente para evitar uma recessão que dure anos e uma taxa de desemprego de dois dígitos.
Os investidores embutiram no preço dos ativos as notícias ruins conhecidas mais cedo, entre elas o anúncio feito pelo Wal-Mart de queda nas vendas totais em dezembro (-0,1%). A maior varejista do mundo também reduziu sua previsão para o lucro de operações continuadas no quarto trimestre. Outras varejistas também anunciaram suas vendas de dezembro hoje e cortaram as previsões de resultados, como Gap, Pacific Sunwear e Macy's.
Um dado do mercado de trabalho, no entanto, foi bom, mas não serviu para diminuir as preocupações com o relatório de emprego (payroll), que sai amanhã. Os pedidos de auxílio-desemprego nos EUA inesperadamente caíram na semana passada. Por outro lado, o Departamento de Trabalho informou que os benefícios de desemprego recebidos há mais de uma semana atingiram o maior nível desde novembro de 1982, o que neutralizou o número de pedidos de auxílio-desemprego.
Em Nova York, às 18h19 (de Brasília), o índice acionário Dow Jones caía 0,79% e o S&P, 0,18%. Nasdaq virou e subia 0,55%. Na Europa, as bolsas recuaram com a informação de que a confiança do consumidor na zona do euro está no nível mais fraco desde o início da pesquisa. A Bolsa de Londres fechou em baixa de 0,05%, a de Paris perdeu 0,65% e a de Frankfurt, 1,17%.

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