terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Bovespa fecha em baixa de 2,12% após pacote dos EUA

por Agência ESTADO
10 de Fevereiro de 2009 18:33



Vago. Esta foi a classificação unânime dos analistas do mercado financeiro para o anúncio mais aguardado desta terça-feira, feito pelo secretário do Tesouro dos EUA, Timothy Geithner. Os pontos do pacote apresentados por ele no início da tarde foram: a transferência de US$ 1 trilhão de capital do Tesouro para um programa de empréstimo do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA); um programa de habitação; e um outro de avaliação dos ativos, que ainda está tendo suas possibilidades exploradas. Ou seja, sem nada de concreto.
Diante da falta de detalhes, os investidores reagiram mal e descontaram nas ações. No Brasil, os papéis da Petrobras, que subiram em boa parte do dia até virarem na hora final, e do setor elétrico contiveram um pouco a queda do Ibovespa, que fechou melhor do que se encaminham os índices em Wall Street.
Pela segunda sessão seguida, o Ibovespa recuou. A perda hoje foi de 2,12%, para 41.207,43 pontos. Tocou a mínima de 40.960 pontos (-2,71%) e a máxima de 42.819 pontos (+1,71%). No mês, tem alta de 4,85% e, no ano, de 9,74%. O giro financeiro totalizou R$ 5,491 bilhões.
O secretário do Tesouro dos EUA, Timothy Geithner, reafirmou a necessidade de ações rápidas do governo para conter a crise financeira, mas não deu um cronograma de ação para o programa de estabilização que ele mesmo anunciou hoje. Também o programa em si carece de explicações para sua implementação. O mercado, assim, não gostou.
Nem mesmo a aprovação, finalmente, pelo Senado, do pacote de US$ 838 bilhões em cortes de impostos, investimentos em infraestrutura e repasse a governos regionais em dificuldades deu uma trégua. Um acordo permitiu que o pacote, enfim, fosse votado: três republicanos moderados também foram a favor, totalizando 61 votos pelo pacote, contra 37 contrários. Agora, Senado e Câmara têm que juntar os dois projetos aprovados separadamente num só para encaminhar para a sanção presidencial.
No último evento relevante do dia, Ben Bernanke também não conseguiu amenizar as perdas no mercado de ações. Em seu depoimento na Câmara, o presidente do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) disse que os esforços da instituição para desobstruir os mercados de crédito têm tido algum sucesso até aqui na redução dos custos de financiamento do setor privado. Especificamente, Bernanke disse que a Linha de Financiamento de Commercial Papers tem sido bem-sucedida em estabilizar aquele mercado e ajudou a conter os saques dos fundos mútuos do mercado monetário (empréstimos de curto prazo).
Às 18h19 (de Brasília), o Dow Jones recuava 4,78%, o S&P perdia 5,10% e o Nasdaq caía 4,21%. Nenhuma ação subia; os papéis do Bank of America registravam o maior recuo, de 19,16%.
No Brasil, as ações encerraram majoritariamente em queda. Os papéis do setor elétrico, considerados defensivos, subiram. Petrobras, que trabalhou no azul na maior parte da sessão, acabou virando no final e fechou no mesmo sentido do petróleo. As ações ON recuaram 0,68% e as PN, 1,24%, enquanto o óleo negociado em Nova York perdeu 5,08%, a US$ 37,55 o barril. A outra empresa de grande peso no Ibovespa perdeu bem mais: Vale ON caiu 2,93% a Vale PNA recuou 2% a PNA. As siderúrgicas registraram baixas ainda mais acentuadas, entre 3% e 6%.

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