terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Dow Jones fecha próximo ao nível mais baixo em 5 anos

por Agência ESTADO
10 de Fevereiro de 2009 20:42

O mercado norte-americano de ações fechou o dia de hoje com os principais índices em forte queda. O Dow Jones teve sua maior perda desde 1º de dezembro e fechou no nível mais baixo desde 20 de novembro, ficando apenas 4,5% acima do índice mais baixo dos últimos cinco anos e meio (7.552 pontos, em 20 de janeiro). O S&P-500 fechou no nível mais baixo desde 2 de fevereiro e o Nasdaq sofreu sua maior queda desde 20 de janeiro, passando a acumular perda no ano de 2009.
O índice Dow Jones fechou em queda de 381,99 pontos (4,62%), em 7.888,88 pontos. A mínima ficou em 7.848,74 pontos e a máxima, em 8.269,44 pontos. O Nasdaq fechou em queda de 66,83 pontos (4,20%), em 1.524,73 pontos. O S&P-500 caiu 42,73 pontos (4,91%), para fechar em 827,16 pontos. O NYSE Composite caiu 265,17 pontos (4,84%), para 5.214,71 pontos.
O mercado operou "de lado" pela manhã até o secretário do Tesouro, Timothy Geithner, anunciar o tão esperado plano de auxílio ao setor financeiro. Mas o que foi anunciado foram apenas as linhas gerais do pacote, que incluem a criação de um fundo público-privado para comprar ativos "podres" dos bancos, "testes de estresse" para a solvência das instituições financeiras e mais recursos para o crédito para pessoas físicas e empresas.
"Mais detalhes precisam sair. Em teoria, o que foi anunciado é positivo. Mas como o plano vai funcionar? Quais são os detalhes na ponta privada? Eu pessoalmente não vejo maneiras específicas pelas quais isso possa ser financiado. A falta de detalhes foi um pequeno abalo na confiança", disse o chefe de renda fixa da SEI Investments, Sean Simko.
À tarde, as ações aceleraram sua queda em relação à declaração do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), Ben Bernanke, de que a maior oferta de liquidez por parte da instituição "não será uma panaceia" para os bancos.
Todas as 30 componentes do Dow Jones fecharam em queda, com destaque para as ações do setor financeiro (Bank of America teve queda de 19,30%, Citigroup caiu 15,19%, American Express fechou em baixa de 10,03% e JPMorgan Chase teve queda de 9,75%). As ações da General Motors caíram 4,59%, depois de a empresa anunciar mais 10 mil demissões. As da Alcoa recuaram 10,00%. Entre as ações de empresas que divulgaram resultados, os ADRs do banco suíço UBS subiram 1,36% e as da seguradora Lincoln National caíram 18,85%.


Ativos 'podres'

Participantes do mercado observaram que o secretário do Tesouro norte-americano não só não deu detalhes do plano de ajuda ao setor financeiro como também não deu nenhuma solução para o problema crucial dos ativos "podres" dos bancos. "Não importa quão bem construídas são as ideias, um monociclo não tem como fazer o trabalho de uma carreta de duas toneladas. As ideias expostas por Geithner parecem bastante vagas e levantam mais perguntas do que respondem", afirmou o estrategista Eric Lascelles, da TD Securities.
Entre as medidas anunciadas por Geithner está o plano do Departamento do Tesouro de injetar US$ 100 bilhões no Programa de Crédito a Termo para Títulos Lastreados em Ativos (Talf), do Fed, que poderá ser alavancado para até US$ 1 trilhão. Para Kevin Giddis, da Morgan Keegan, o que o público investidor precisa saber é onde esses ativos vão ficar, quem vai determinar seu valor e quem vai comprá-los. "Essa confusão precisa de atenção e os mercados estão dizendo que estão perdendo a paciência", disse Giddis. As informações são da Dow Jones.

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