segunda-feira, 23 de março de 2009

Ibovespa tem 2ª maior alta do ano com plano de Geithner

por Agência ESTADO
23 de Março de 2009 17:51

Os investidores gostaram do detalhamento do plano do Tesouro dos EUA para limpar ativos tóxicos do mercado e foram às compras. As bolsas de valores subiram em todo o globo, sendo que a Bolsa brasileira voltou ao nível do início do mês passado, com poucas ações do índice Bovespa (Ibovespa) em baixa. Embora ainda precisem sentir na prática como isso vai funcionar, os investidores resolveram dar um voto de confiança ao plano.
O Ibovespa avançou 5,89% hoje, maior alta porcentual desde 2 de janeiro deste ano (7,17%). Fechou nos 42.438,55 pontos, o mais alto patamar desde os 42.755,50 pontos do dia 6 de fevereiro. Durante a sessão, oscilou dos 40.077 pontos (estabilidade) na mínima até os 42.509 pontos (6,07%) na máxima. Com o desempenho desta segunda-feira, passou a acumular alta de 11,15% no mês e de 13,02% no ano. O giro financeiro somou R$ 4,771 bilhões.
O plano de Geithner prevê a limpeza de US$ 500 bilhões de ativos lastreados por hipotecas problemáticas e outros de risco, montante que pode subir até US$ 1 trilhão. Chamada de Programa de Investimento Público-Privado, a proposta prevê que Tesouro dos EUA, Federal Reserve (Fed, banco central americano) e Corporação Federal de Seguro de Depósito (FDIC) trabalhem em conjunto com investidores privados para tentar reiniciar o mercado para esses ativos problemáticos. Para incentivar o setor privado a participar do programa, o FDIC dará garantia à maior parte do financiamento para a compra dos ativos.
Patrick Corrêa, analista da Máxima, disse não saber até quando esse entusiasmo de hoje vai durar, já que, segundo ele, esse pacote reforça o já elevado montante de recursos injetado no sistema, ampliando os riscos de inflação. "Isso sem considerar que alguém vai pagar a conta", destacou ao reforçar que a inflação é o maior risco assim que o dinheiro desempoçar.
Mas, por enquanto, os investidores estão é interessados em ver a roda voltar a girar e, por isso, gostaram do que viram hoje. Nos Estados Unidos, os papéis do setor financeiro estiveram entre as maiores altas do dia, já que são essas as instituições primordialmente beneficiadas pelo plano do Tesouro. O Dow Jones acabou a sessão com ganho de 6,84%, a maior desde 28 de outubro de 2008, aos 7.775,86 pontos, o S&P, de 7,08%, aos 822,92 pontos, e o Nasdaq, de 6,76%, na máxima, aos 1.555,77 pontos.
As ações do Bank of America fecharam com ganho de 26,01%, do Citigroup, de 19,47% e do JPMorgan, de 24,67%. Entre as seguradoras, a American International Group (AIG) avançou 17,46%. A Amex avançou 18,76%.
O otimismo atravessou o Atlântico e as bolsas europeias também fecharam no azul. Na Bolsa de Londres, o FTSE-100 subiu 2,86%; em Frankfurt, o índice Xetra-DAX avançou 2,65%; na Bolsa de Paris, o CAC-40 teve alta de 2,81%.

No Brasil, embora a alta tenha sido generalizada, os bancos também estiveram entre as maiores valorizações do dia. Unibanco Unit foi a segunda maior alta da sessão, com +12,16%. Itaú PN avançou 9,63%, Bradesco PN, 7,39%, e BB ON, 7,10%. As blue chips Petrobras e Vale não ficaram para trás, impulsionadas ainda pela entrada de estrangeiros. Petrobras ON subiu 7,30% e PN, 6,05%. Na Nymex, o contrato do petróleo para maio fechou com variação positiva de 3,32%, aos US$ 53,80.
Vale ON fechou com +6,28% e PNA, com +4,80%. Nesse caso, a alta das commodities metálicas ainda contribuiu. As siderúrgicas, também no azul, foram influenciadas pela notícia de que a China anunciou um plano de estímulo de três anos para o setor de automóveis com o objetivo de alcançar um crescimento anual de 10% nas vendas domésticas até 2011. O plano implicará na consolidação de parte das fábricas do país, além do incentivo para a produção de carros movidos a energia elétrica. CSN ON teve ganho de 7,22%, Usiminas PNA, de 6,13%, Gerdau PN de 5,54% e Metalúrgica Gerdau PN, de 5,48%.
Perdigão ON fechou com 4,68% e Sadia ON, com 2,80% e PN, com 5,05%. Fonte ouvida pela Agência Estado informou que o valor da transação é o único detalhe que impede a compra da Sadia pela Perdigão.

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