sexta-feira, 24 de abril de 2009

Bovespa volta aos 46 mil pontos e tem 7ª semana de alta

por Claudia Violante de Agência ESTADO
24 de Abril de 2009 17:42

São Paulo - A expectativa com o resultado dos testes de estresse com os bancos nos EUA, que serão conhecidos no início de maio, deu gás aos negócios com ações nesta sexta-feira. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), à frente de Nova York graças ao ingresso de recursos estrangeiros, voltou aos 46 mil pontos ao fechar pela terceira sessão seguida em alta, o que também garantiu a sétima semana consecutiva de ganhos.
O Ibovespa subiu 2,12% hoje, aos 46.771,79 pontos. Na mínima do dia, atingiu os 45.801 pontos (estabilidade) e, na máxima, os 46.946 pontos (+2,50%). Na semana, a Bolsa acumulou alta de 2,17%, no mês, de 14,29% e, no ano, de 24,56%. O giro financeiro nesta sexta somou R$ 4,206 bilhões (dado preliminar).
O otimismo da Bovespa foi garantido pelo desempenho favorável das Bolsas norte-americanas, que ampliaram os ganhos após a divulgação da metodologia do teste de estresse dos bancos pelas autoridades reguladoras dos EUA. O resultado final só sairá no dia 4 de maio, mas o Federal Reserve (Fed, banco central americano) informou hoje que a "vasta maioria" dos 19 bancos que receberam nesta sexta-feira os resultados preliminares de como eles se saíram "excedeu bem" o nível e a qualidade de capital que os supervisores estavam almejando.
O Dow Jones terminou com elevação de 1,50%, aos 8.076,29 pontos, o S&P-500 de 1,68%, aos 866,23 pontos, e Nasdaq de 2,55%, aos 1.694,29 pontos. Bank of America subiu 3,17%, JPMorgan, 0,51%, mas Citigroup caiu 0,31%. American Express terminou com ganho de 20,65%, em reação ao balanço melhor do que o esperado e que, ao lado de outros, justificou as ordens de compras no início do dia. Também foram bons os resultados de 3M, Microsoft e Ford.
Na Europa, as bolsas também exibiram ganhos elevados, impulsionados pelo avanço das ações de bancos e de companhias petrolíferas. A divulgação da pesquisa do instituto IFO na Alemanha também deu impulso ao mercado, revelando que a confiança do empresariado do país melhorou no início do segundo trimestre após atingir recorde de baixa em março. Em Londres, o índice FTSE-100 ganhou 3,43%. Em Frankfurt, o índice Xetra-DAX subiu 3,00%. Na Bolsa de Paris, o CAC-40 teve alta de 3,13%.
"Saíram notícias negativas e positivas hoje, mas o mercado estava com boa vontade. Os investidores estrangeiros estão muito otimistas com Brasil e garantiram, aqui, mais uma sessão de bom desempenho", comentou George Sanders, gerente da Infinity Asset. Ele explicou, no entanto, que os brasileiros não estão assim tão empolgados quanto os estrangeiros e têm vendido papéis. "A Bovespa está com ganho superior a 20% em dólar este mês. É muita coisa. Uma realização (de lucros) é saudável, o que não significa sair definitivamente da Bolsa", afirmou.
Nessa revoada de investidores para cá, Vale tem sido uma das principais opções, hoje ao lado de BM&FBovespa, outra ação de grande atração para os estrangeiros. Os papéis da Petrobras têm ficado para trás nos últimos dias, em meio a um noticiário não muito favorável à empresa. Primeiro foi a questão ainda indefinida do reajuste do preço dos combustíveis e da elevação ou não da Cide que recai sobre os combustíveis pelo governo.
Petrobras ON subiu 0,25% e PN, 0,14%. Na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex), o contrato do petróleo para junho subiu 3,9% e fechou em US$ 51,55 o barril. A Petrobras anunciou hoje produção média de 1,992 milhão de barris de petróleo por dia no Brasil em março, recorde mensal da companhia. Esse volume representa um crescimento de 2,7% com relação ao mês anterior. Já a produção de gás no Brasil cresceu 5,2%, para 51,4 milhões de metros cúbicos por dia.
Vale ON subiu 1,87% e Vale PNA, 1,60%. No exterior, as ações das mineradoras também foram destaque. Gerdau PN fechou em alta de 0,92%, Metalúrgica Gerdau PN, de 1,35%, CSN ON, de 0,60%. Usiminas PNA virou no final da sessão e terminou em baixa de 0,56%. A empresa confirmou hoje que começou a negociar a implantação de um plano de demissões voluntárias (PDV) na unidade de Cubatão (SP), a exemplo do que já está fazendo na unidade de Ipatinga (MG) e na sede, em Belo Horizonte, conforme anúncio da véspera.
Cemig PN liderou as baixas do Ibovespa ao cair 3,40%. A empresa anunciou a compra do controle acionário da Terna Participações por R$ 2,3 bilhões. Os analistas consideraram elevado o prêmio pago pela Terna, embora a compra seja considerada estratégica. Terna Unit subiu 16,96%.

Nenhum comentário: