quarta-feira, 22 de abril de 2009

Petrobras pesa, mas Bovespa fecha em alta de 1,02%

por Agência ESTADO
22 de Abril de 2009 17:41

A Bovespa recuperou parte das perdas de segunda-feira, graças ao humor melhor no mercado externo. Vale e siderúrgicas foram destaque de elevação, sobretudo com o ingresso de recursos estrangeiros. Petrobras, no entanto, foi o principal contraponto, pesando negativamente sobre o índice em razão das discussões sobre o reajuste ou não do preço dos combustíveis e como isso se dará.
A Bovespa terminou a sessão em alta de 1,02%, aos 44.888,20 pontos. Na mínima do dia, atingiu os 44.434 pontos (estabilidade) e, na máxima, os 45.369 pontos (+2,11%). No mês, acumula ganhos de 9,68% e, no ano, de 19,54%. O giro financeiro totalizou R$ 4,076 bilhões.
Reduzida a aversão a risco que predominou nos negócios na última segunda-feira - último pregão da Bovespa antes do de hoje - os investidores voltaram às compras. A recuperação da Bovespa, hoje, teve ajuda dos estrangeiros, que, no entanto, não se empolgaram com Petrobras. Optaram por Vale e também siderúrgicas, estas últimas ainda embaladas pelo noticiário sobre o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).
Hoje, alguns dos papéis do setor que estavam um pouco defasados em relação aos outros, como CSN, também conseguiram ir adiante. Gerdau PN fechou em alta de 3,78%, Metalúrgica Gerdau PN, de 2,86%, Usiminas PNA, de 1,48%, e CSN ON, de 4,42%.
Vale ON terminou em alta de 1,18% e PNA, de 0,76%. Além do ingresso de estrangeiros no papel, influenciou o desempenho do papel o anúncio do banco central chinês de que o crescimento econômico do país este ano está no caminho para atingir a meta do governo de cerca de 8%. Isso trouxe otimismo aos investidores, que voltam a prever aumento na demanda por matérias-primas.
Também o comunicado feito pela mineradora na segunda-feira sobre a concessão de 20% de desconto nas vendas à vista do minério de ferro vendido para a Ásia estaria motivando os papéis. O desconto, provisório, é menor do que o praticado por outras empresas, o que seria bem-visto, ou seja, dos males o menor.
Petrobras foi o principal contraponto do índice à vista, já que as ações da empresa, com a maior participação individual do Ibovespa, terminaram em baixa. Os investidores estão ressabiados com a discussão em torno da redução do preço dos combustíveis. "O investidor não gosta de saber que há ingerência política e a decisão ainda pode mexer nas margens da estatal", comentou o sócio e diretor de operações da Hera Investment, Nicholas Barbarisi.
O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, confirmou hoje que o governo está estudando aumentar a Cide sobre os combustíveis para aumentar a arrecadação tributária. Embora a decisão só deva sair em três ou quatro meses - e nada esteja ainda acertado, segundo ele -, o mercado já está precificando tal ingerência na ação. Pelo estudo, conduzido pela Fazenda, a Petrobras reduziria o preço da gasolina que vende às refinarias - ou seja, passaria a ter uma receita menor. Há ainda a questão da redução do preço do diesel, prometida pelo governo na semana passada para atender a reivindicações dos caminhoneiros - medida que impacta a receita da estatal em 30%.
A notícia, se ruim para a Petrobras, ao menos favoreceu a alta dos papéis da Cosan, que liderou os ganhos do Ibovespa com +11,39% na ação ON. Se mantiver o preço da gasolina, o álcool segue atrativo, o que favoreceu as ações da usina. Petrobras ON terminou em baixa de 1,13% e Petrobras PN, de 0,66%.

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