terça-feira, 16 de junho de 2009

Bolsa segue NY e cai 1,59%, de volta aos 51 mil pontos

por Agência ESTADO
16 de Junho de 2009 17:46

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) trabalhou colada às Bolsas norte-americanas nesta terça-feira, acompanhando o mesmo movimento visto lá: subiu na abertura e em toda a manhã, mas ingressou no período da tarde em baixa, sinal que manteve até o final. Os indicadores dos EUA conhecidos hoje justificaram ambos os movimentos. Pela manhã, as compras foram pautadas por alguns números melhores que as previsões. À tarde, os investidores se debruçaram sobre o dado negativo da produção industrial norte-americana, mas também levaram em conta um relatório de um banco dizendo que o rali pode ter acabado nas bolsas. Os vencimentos que acontecem amanhã no Brasil ainda trouxeram um pouco mais de volatilidade aos negócios domésticos, sem, entretanto, alterarem o rumo.
O índice Bovespa (Ibovespa) terminou o dia em baixa de 1,59%, aos 51.205,78 pontos, menor pontuação desde os 50.816,24 pontos de 25 de maio passado. Na mínima do dia, registrou os 51.166 pontos (-1,67%) e, na máxima, os 52.494 pontos (+0,88%). No mês, acumula perdas de 3,74%, mas, no ano, sobe 36,37%. O giro financeiro totalizou R$ 4,325 bilhões. Os dados são preliminares.
Nos EUA, agradaram os dados de construções de residências iniciadas nos Estados Unidos em maio, que subiram 17,2% ante abril, bem mais do que os 7% previstos, e também o índice de preços no atacado (PPI, na sigla em inglês), que teve alta de 0,2% também de abril para maio, bem menos que o 0,6% estimado pelos economistas. Por outro lado, a produção industrial caiu 1,1%. O dado, no entanto, ficou em linha com as estimativas dos analistas e, numa primeira olhada, não fez preço sobre as ações. À tarde, entretanto, esse indicador negativo e a percepção de que ainda não dá para fixar um rumo para a economia norte-americana, visto que os índices apontam para lados contrários, acabaram pesando.
O Dow Jones terminou o pregão em queda de 1,25%, aos 8.504,67 pontos. O índice S&P 500 recuou 1,27%, aos 911,97 pontos, e o Nasdaq fechou em baixa de 1,11%, aos 1.796,18 pontos. Também pressionou as bolsas para baixo o relatório do Morgan Stanley que afirma que o rali do mercado pode ter acabado.
Segundo o Morgan Stanley, o rali do mercado de ações pode ter chegado ao fim após o índice S&P 500 ter rompido a barreira dos 950 pontos na semana passada, já que as bolsas "precisam implicitamente de uma recuperação em 'V' para sustentar ganhos adicionais" e o banco "não espera uma recuperação como esta".
No Brasil, além dos indicadores norte-americanos e a volatilidade por conta dos vencimentos de Ibovespa futuro e opções sobre Ibovespa, amanhã, também foi citado nas mesas o resultado das vendas no varejo. O IBGE informou que, em abril, as vendas caíram 0,2% ante março. O instituto também fez algumas revisões: o dado de março passou de +0,3% para -0,5% e o de fevereiro passou de +1,5% para +1,9%. "Os dados ruins lá fora, os números do varejo internos e a possibilidade de a redução do IPI não ser postergada pesaram sobre a Bovespa", comentou o sócio e diretor de operações da Hera Investment, Nicholas Barbarisi.
Os preços das matérias-primas (commodities), que no começo do dia contribuíram para os ganhos, mudaram de rumo e caíram, levando consigo vários papéis domésticos, como blue chips e siderúrgicas. Vale ON terminou em baixa de 1,75%, Vale PNA caiu 1,59%, Petrobras ON cedeu 2,17% e Petrobras PN recuou 2,25%. O contrato do petróleo com vencimento em julho negociado na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex) terminou em baixa de 0,21%, a US$ 70,47 o barril. Defensivo, o setor elétrico foi destaque de alta.

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