por Claudia Violante de Agência ESTADO
02 de Julho de 2009 17:40
São Paulo - Da mesma forma que em maio, o relatório do mercado de trabalho norte-americano também surpreendeu. Só que desta vez negativamente: foi fechado um número maior do que o previsto de vagas de trabalho no mês passado e isso teve um único sentido para as bolsas de valores, o de baixa dos índices de ações. Esse efeito foi ainda mais forte na Europa, já que os dados de emprego na região também não agradaram. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), embora também tenha sentido o impacto, perdeu bem menos, já que os investidores estão um pouco "paralisados", à procura de rumo depois do bom primeiro semestre.
O índice Bovespa (Ibovespa) terminou a sessão desta quinta-feira em queda de 1,01%, aos 51.024,94 pontos. Na pontuação mínima do dia, atingiu os 50.608 pontos (-1,82%) e, na máxima, os 51.538 pontos (-0,01%). Nas duas sessões de julho, acumula perda de 0,86% e, no ano, ganho de 35,89%. O giro financeiro totalizou R$ 4,090 bilhões. Os dados são preliminares.
Os números dos mercados de trabalho norte-americano e da zona do euro impediram as bolsas de operarem em alta nesta sessão - ainda mais pelo fato de amanhã ser feriado antecipado (Dia da Independência) nos EUA, o que deixa o investidor, já calejado, ainda mais na retranca. Essa também foi uma das razões para a Bovespa ter trabalhado, principalmente à tarde, de lado, com pouca oscilação.
Os números mais aguardados hoje eram os do "payroll" (relatório de vagas) nos EUA, que mostraram corte de 467 mil empregos em junho, bem mais que as 350 mil vagas estimadas pelos analistas. Nem mesmo a revisão do número anterior, para melhor, ajudou - o número passou de -345 mil para -322 mil em maio. Também foi ruim a taxa de desemprego (9,5%) nos EUA que, embora tenha se situado abaixo do previsto (9,6%), foi a maior desde agosto de 1983. Na Europa, também foi a taxa de desemprego a amargar o paladar, já que subiu de 9,3% em abril para 9,5% em maio, o maior nível em dez anos.
Em Wall Street, o Dow Jones terminou com baixa de 2,63%, aos 8.280,74 pontos, o S&P recuou 2,90%, aos 896,55 pontos, e o Nasdaq perdeu 2,67%, aos 1.796,52 pontos. Os dados são preliminares. Na Europa, as perdas foram ainda maiores. O índice FTSE-100 da Bolsa de Londres recuou 2,45%; em Frankfurt, o índice Xetra-DAX caiu 3,81%; na Bolsa de Paris, o CAC-40 teve queda de 3,13%.
No mercado doméstico, embora as quedas tenham sido praticamente generalizadas, elas foram comandadas pelas ações da Petrobras, da Vale e de siderúrgicas, em meio ao recuo de preços de matérias-primas (commodities). Petrobras ON cedeu 2,12%, Petrobras PN caiu 1,76%, Vale ON recuou 0,81% e Vale PNA desvalorizou 0,23%. Gerdau PN caiu 1,21%, Metalúrgica Gerdau PN recuou 0,62%, Usiminas PNA perdeu 3,28% e CSN ON, -1,61%. Na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex, na sigla em inglês), o contrato do petróleo com vencimento em agosto terminou cotado a US$ 66,73 por barril, em baixa de 3,72%.
Para amanhã, a expectativa é de um pregão fraco, já que não haverá mercado nos Estados Unidos. E, como os investidores estrangeiros já estão naturalmente mais ausentes neste mês por causa das férias no Hemisfério Norte, o giro financeiro doméstico deve ser bem restrito.
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