terça-feira, 14 de julho de 2009

Ibovespa cai ao menor nível desde 13 de maio

14 de Julho de 2009 17:39

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) teve uma sessão volátil nesta terça-feira, mais uma vez descolada do comportamento preponderante do mercado norte-americano. Muitos dados relevantes esperados para hoje foram bons, principalmente o balanço do banco Goldman Sachs nos Estados Unidos, mas os investidores externos não mostraram o mesmo entusiasmo da véspera em fazer compras. A inflação no atacado, nos Estados Unidos, acima das previsões e o temor do avanço do desemprego foram citados como freio às compras nos EUA e, no Brasil, realização de lucros, sobretudo pelos investidores estrangeiros, e o vencimento de opções sobre ações na próxima segunda-feira foram as explicações para mais essa sessão de queda do índice Bovespa (Ibovespa).

O Ibovespa terminou o pregão em baixa de 0,64%, aos 48.872,58 pontos, menor pontuação desde os 48.679,19 pontos de 13 de maio. No mês, esta foi a sétima sessão, dentre nove, em que o Ibovespa recuou, acumulando perda de 5,04%. No ano, a Bolsa sobe 30,15%. O giro financeiro somou R$ 4,815 bilhões. Os dados são preliminares.

O sinal vermelho, no entanto, não foi unânime durante o pregão, já que logo cedo o Ibovespa subiu até 49.647 pontos (+0,94%) - na mínima, registrou 48.573 pontos (-1,25%). A reação veio em resposta aos dados do balanço do Goldman Sachs e também a alguns indicadores norte-americanos.

O Dow Jones terminou o pregão em alta de 0,33%, aos 8.359,49 pontos, o S&P avançou 0,53%, aos 905,83 pontos, e Nasdaq ganhou 0,36%, aos 1.799,73 pontos. Segundo operadores, a cautela com a safra de balanços que está ainda no início ajudou a conter o ritmo de avanço. O período de férias no Hemisfério Norte também pesa nas decisões de investimento, inclusive no Brasil.

A Bovespa registrou ordens de vendas de estrangeiros, principalmente em papéis da Vale e da Petrobras. "Houve compra de gringos, mas na segunda linha e em menor quantidade", comentou um operador, que disse ter visto também alguma movimentação já em torno do vencimento de opções sobre ações, na próxima segunda-feira.

Vale fechou na contramão dos preços dos metais nas bolsas internacionais, que avançaram, mas Petrobras acabou seguindo o petróleo, que virou no final e caiu. Na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex), o contrato do petróleo com vencimento em agosto terminou com variação negativa de 0,28%, a US$ 59,52 o barril.

Petrobras ON terminou em queda de 0,41% e Petrobras PN cedeu 0,67%. Foi instalada hoje, no Senado, a CPI que vai investigar a empresa e a Agência Nacional do Petróleo (ANP). Romero Jucá (PMDB-RR) será o relator e João Pedro (PT-AM), o presidente da CPI (dos 11 votos, 8 são governistas). A primeira reunião da CPI da Petrobras acontecerá, no entanto, apenas em 6 de agosto, após o recesso parlamentar.

As ações da Vale tiveram perdas mais robustas: a ON caiu 0,86% e a PNA, 1,42%. A empresa, que ainda enfrenta greve nas suas unidades de produção de níquel no Canadá, anunciou hoje acordo com a Suzano Papel e Celulose para parcerias no Pará e no Maranhão. Siderúrgicas também foram destaque de queda, recuando em bloco. Gerdau PN perdeu 1,07%, Metalúrgica Gerdau PN caiu 2,16%, Usiminas PNA recuou 0,42% e CSN ON cedeu 1,42%.

As maiores altas do Ibovespa hoje foram TAM PN (+6,49%) e Gol PN (+5,57%), impulsionadas pelos dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) referentes ao mês de junho. A taxa de ocupação em voos domésticos subiu 6,26 pontos porcentuais de maio para junho, para 65,44%. Também contribuiu para a alta o relatório do Bank of America elevando a recomendação dos dois papéis para compra.

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