quarta-feira, 22 de julho de 2009

Ibovespa interrompe 5 dias de ganhos e cede 0,30%

por Agência ESTADO
22 de Julho de 2009 17:44

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) teve nesta quarta-feira um pregão bem parecido com o da véspera, com muita volatilidade, ora em alta ora em baixa. As ações da Vale e da Petrobras recuaram, mas a baixa foi contrabalançada pelos papéis de siderúrgicas e de bancos. E, após muita indefinição, o índice Bovespa (Ibovespa) interrompeu cinco sessões seguidas de ganhos e fechou em queda.

O Ibovespa recuou 0,30%, aos 53.072,57 pontos. No mês, acumula elevação de 3,12% e, no ano, de 41,34%. O índice registrou 52.543 pontos (-1,30%) na pontuação mínima do dia e, na máxima, 53.664 pontos (+0,81%). O giro financeiro totalizou R$ 5,093 bilhões. Os dados são preliminares.

A alta que se manifestou em várias oportunidades do pregão foi patrocinada pelos investidores estrangeiros. "Eles estão otimistas, principalmente com os balanços que têm sido divulgados, e estão sustentando o Ibovespa em alta", comentou um consultor de investimentos de um grande banco doméstico. Mas como as Bolsas norte-americanas engataram uma realização de lucros, não houve boas justificativas para a Bovespa não acompanhar.

Dois balanços nos EUA trouxeram instabilidade aos negócios, puxando as ordens de vendas. Os investidores não gostaram dos números do Morgan Stanley (prejuízo de US$ 1,10 por ação, acima da previsão dos analistas, de US$ 0,47), nem do Wells Fargo (o lucro disparou 81% para um nível recorde, mas as ações cederam diante de preocupações com o nível e a qualidade da dívida da instituição). Além disso, o estrategista de bolsa do Morgan Stanley, Jason Todd, previu hoje que o mercado vai subir ainda mais este ano, mas considerou que os clientes devem aproveitar este rali para vender ações.

Por outro lado, a lista de balanços de hoje também trouxe números agradáveis, que contribuíram para neutralizar parcialmente os efeitos das duas instituições financeiras. Um dos destaques de alta foi o setor farmacêutico, depois que a Eli Lilly informou que seu lucro líquido subiu 21% no segundo trimestre (US$ 1,06 por ação ante US$ 1,02 previsto por analistas) e a Pfizer elevou sua projeção de ganho para o ano - embora tenha registrado queda no lucro no segundo trimestre para US$ 0,34 por ação (ante US$ 0,47 previsto por analistas).

O Dow Jones interrompeu sete altas consecutivas e fechou em baixa de 0,39%, aos 8.881,26 pontos. O S&P caiu 0,05%, aos 954,07 pontos, e o Nasdaq subiu 0,53%, aos 1.926,38 pontos.

No Brasil, Vale e Petrobras pesaram sobre o Ibovespa. As ações da mineradora sofreram uma realização de lucros mais forte do que a petrolífera, mas também esse desempenho teve um freio, no caso, os números de importação de cobre e níquel divulgados hoje pela China. O país asiático anunciou compras recordes de níquel e cobre no mercado externo em junho, mais um sinal de recuperação da demanda. Vale ON terminou em queda de 2,03% e PNA, de 1,30%.

Petrobras sofreu influência direta do preço do petróleo, por sua vez impactado pelos dados de estoques nos EUA que corresponderam às expectativas do mercado e reforçaram a perspectiva de que a demanda por combustíveis continua fraca. Na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex), o contrato do petróleo para setembro terminou com variação negativa de 0,32%, para US$ 65,40 o barril. Aqui, Petrobras ON caiu 0,91% e Petrobras PN cedeu 0,41%.

Ações dos setores siderúrgico e financeiro subiram, diluindo as perdas do Ibovespa. Usiminas, que divulga balanço após o fechamento do mercado, avançou 1,32% na PNA e 1,58% na ON. Gerdau PN, +0,93%, Metalúrgica Gerdau PN, +0,75%, e CSN ON, +0,22%. Bradesco PN, +0,41% e Itaú Unibanco PN, +0,28%. No final, BB ON virou e recuou 0,36%.

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