quarta-feira, 8 de julho de 2009

Petrobras puxa baixa de 0,5% da Bolsa, mas NY suaviza

por Agência ESTADO
08 de Julho de 2009 18:01

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) até tentou hoje interromper a sequência de perdas dos últimos dias. Num início volátil, o índice Bovespa (Ibovespa) subiu até se aproximar dos 50 mil pontos, mas a fraqueza das bolsas externas, a queda de preço de matérias-primas (commodities) e a posição defensiva dos investidores por causa do feriado paulista, amanhã, levaram o índice a virar e fechar, pelo quinto pregão consecutivo, em baixa. O comportamento negativo das ações da Petrobras foi hoje o principal responsável pela dianteira da Bovespa em relação às perdas do Dow Jones na Bolsa de Nova York. No final da sessão, entretanto, o Dow Jones virou e fez o mercado doméstico melhorar. As ações da Vale, hoje, ajustaram-se ao tombo da véspera, mas o segmento siderúrgico também foi destaque negativo.

O Ibovespa terminou a sessão em baixa de 0,56%, aos 49.177,55 pontos, menor pontuação desde os 49.007,21 pontos do dia 15 de maio passado. Na mínima do dia, registrou 48.456 pontos (-2,02%) e, na máxima, os 49.846 pontos (+0,79%). Nestes cinco pregões em baixa, caiu 4,59% e, no mês de julho acumula perda de 4,44%. No ano, a Bovespa registra ganho de 30,97%.

Com o feriado da Revolução Constitucionalista de 1932, amanhã no Estado de São Paulo, não haverá pregão na Bovespa. Com isso, muitos investidores preferiram não passar a sessão posicionados, o que ajudou a engordar o giro financeiro hoje. O volume totalizou R$ 5,032 bilhões. Os dados são preliminares.

Petrobras substituiu hoje Vale no comando das ordens de vendas. O noticiário relacionado à estatal e ao setor de petróleo, no geral, foi pesado e as commodities também não deram trégua, em meio às dúvidas sobre a recuperação da economia global. A ação ordinária (ON) da estatal terminou em baixa de 1,41% e a preferencial (PN) caiu 0,82%.

Os papéis repercutiram hoje a notícia, veiculada ontem à noite, de que a Hess perfurou um poço seco no pré-sal de Santos. Também consideraram a decisão da 69ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro, que condenou a Petrobras a pagar multa de R$ 30 milhões ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) pela contratação de trabalhadores terceirizados em atividades técnicas da empresa. Mas o que teve maior peso foi o desempenho do petróleo, que desabou no exterior.

Na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex, na sigla em inglês), o contrato do petróleo com vencimento em agosto caiu 4,43%, para US$ 60,14 o barril, após os dados mostrarem aumento dos estoques de derivados nos EUA. Segundo o Departamento de Energia do país, apenas os estoques de petróleo caíram, 2,9 milhões de barris na semana encerrada em 3 de julho, mais do que os 2,3 milhões esperados. Os estoques de gasolina aumentaram 1,9 milhão de barris, ante expectativa de aumento de 900 mil barris; e os de destilados cresceram 3,7 milhões de barris, ante estimativa de aumento de 1,9 milhão de barris.

A mineradora Vale, que ontem despencou 5%, serviu de contraponto ao Ibovespa ao subir, na contramão do desempenho dos preços de metais. Segundo o consultor de investimentos de um grande banco doméstico, a principal explicação para a alta destes papéis hoje foi um ajuste ao tombo da véspera. "Os investidores não gostaram da captação anunciada pela empresa, que já tinha um bom volume de recursos em caixa", comentou. Os papéis da Vale também foram a primeira opção dos investidores quando o Dow Jones começou a melhorar, na hora final do pregão. Os papéis, que já subiam, ampliaram a alta para 2,10% (ações ON) e para 1,51% (ações PNA).

Nos EUA, as bolsas terminaram bem melhor do que trabalharam o dia todo. O Dow Jones virou no final e subiu 0,18%, aos 8.178,41 pontos, S&P recuou 0,17%, aos 879,56 pontos, e Nasdaq avançou 0,06%, aos 1.747,17 pontos.

Parte da fraqueza ao longo da sessão nos EUA pode ser atribuída ao relatório do FMI revendo para baixo a projeção para o PIB global de 2009. O Fundo rebaixou de -1,3% para -1,4% sua estimativa para o desempenho da economia neste ano. Em 2010, por outro lado, o órgão elevou de +1,9% para +2,5% a sua previsão. Para o PIB do Brasil, o FMI manteve sua projeção em queda de 1,3%, mesma magnitude da divulgação anterior, mas elevou a projeção para 2010, de 2,2% para 2,5%, em relação à divulgação do documento publicado em abril.

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