sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Bolsa sobe 2,86% na semana; no ano, ganho atinge 50%

por Agência ESTADO
07 de Agosto de 2009 17:47

O relatório do mercado de trabalho norte-americano do mês de julho surpreendeu positivamente e deu otimismo aos investidores, que reagiram comprando ações. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) registrou assim seu quarto pregão positivo em agosto (de cinco sessões até hoje), encerrando a primeira semana do mês com ganhos de quase 3%. Neste intervalo, o índice ainda recuperou dois níveis, dos 55 mil e dos 56 mil pontos, e há entre os investidores a avaliação de que uma realização de lucros mais forte não deve acontecer antes que o índice Bovespa (Ibovespa) atinja os 57 mil pontos.

Nesta sexta-feira, o Ibovespa subiu 1,03%, aos 56.329,51 pontos, acumulando alta de 2,86% na semana e no mês. No ano, os ganhos foram ampliados para 50,01%. Na mínima do dia, o índice atingiu 55.758 pontos (estabilidade) e, na máxima, os 56.644 pontos (+1,59%). O giro financeiro totalizou R$ 4,962 bilhões. Os dados são preliminares.

O combustível para a alta das ações na Europa, nos Estados Unidos e no Brasil foi relatório do Departamento de Trabalho norte-americano, que mostrou um número menor do que o previsto para o corte de vagas em julho e também o recuo da taxa de desemprego, enquanto se esperava alta.

Na avaliação do analista da XP Investimentos Rossano Oltramari, o "payroll" (saldo de vagas entre contratações e demissões no mercado de trabalho americano) foi uma boa surpresa e deve reforçar o otimismo com a Bolsa neste segundo semestre. "O fluxo estrangeiro vai patrocinar esta elevação. Deve entrar ainda muito dinheiro", comentou ao lembrar que no pior momento da crise deixaram o País cerca de R$ 25 bilhões e, neste ano até agora, já voltaram R$ 13 bilhões. "Não dá para ficar vendido. Até acho que a Bolsa está um pouco esticada no curto prazo, mas a recomendação é se proteger e não deixar o mercado", avaliou.

O mercado de trabalho é um dos últimos a mostrar recuperação em períodos de crise, daí o entusiasmo dos investidores, que agora estão mais confiantes na retomada da economia norte-americana. O índice Dow Jones da Bolsa de Nova York terminou a sessão com avanço de 1,23%, aos 9.370,07 pontos, o S&P 500 subiu 1,34%, para 1.010,48 pontos, e o Nasdaq teve ganho de 1,37%, aos 2.000,25 pontos. O setor financeiro liderou os ganhos na Bolsa americana.

No Brasil, além dos bancos, os setores aéreo e de celulose foram destaques de elevação na Bovespa, que teve uma ajuda mais tímida dos papéis da Petrobras, bem mais contidos por causa do recuo do petróleo no mercado internacional. Bradesco PN subiu 2,17%, Itaú Unibanco PN, 2,91%, e Banco do Brasil ON, 0,41%.

Gol PN liderou as altas do Ibovespa, com valorização de 10,10%, puxada pelos números do mês de julho. A empresa anunciou que a taxa de ocupação em suas aeronaves aumentou 6,8 pontos porcentuais na comparação com igual mês do ano passado e subiu 7,7 pontos porcentuais sobre junho, para 71,5%. Além disso, o tráfego no sistema total subiu 7,4% comparativamente a julho de 2008 e 20,3% ante o mês anterior. Esses dados também influenciaram as ações da TAM, que ocuparam a segunda maior elevação do Ibovespa, com alta de 6,87% no papel PN (ação preferencial).

Na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex, na sigla em inglês), o contrato futuro de petróleo como vencimento em setembro fechou em baixa de 1,40%, a US$ 70,93 o barril. Petrobras ON teve elevação de 0,62% e Petrobras PN subiu 0,31% na Bovespa. A Agência Nacional do Petróleo (ANP) confirmou que irá perfurar áreas no camada pré-sal, em um trabalho de mapeamento das reservas de petróleo. Vale ON ganhou 1,07% e Vale PNA, 0,98%, na esteira da alta dos preços dos metais nas bolsas de commodities.

As ações ON (-2,89%) e PNB (-2,59%) da Eletrobrás, respectivamente, lideraram as maiores baixas do Ibovespa. Os papéis refletiram a decisão dos ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ) de retomar na próxima semana o julgamento de uma ação que questiona a forma como a empresa fez a remuneração de créditos obtidos por empresas que tiveram que pagar empréstimos compulsórios à estatal até o início da década de 1990.

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