quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Ibovespa dribla realização de lucros e sobe 0,62%

por Agência ESTADO
05 de Agosto de 2009 17:49


Agosto está, até agora, contrariando toda a lenda de mês do desgosto, pelo menos para a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Nas três sessões realizadas, o resultado é uniforme: alta. Hoje, de novo, a realização de lucros foi absorvida durante a sessão, puxada principalmente pelas ações do segmento financeiro. As blue chips tiveram ganhos mais modestos, mas contribuíram para o desempenho do índice Bovespa (Ibovespa), também favorecido pela redução das perdas em Wall Street à tarde.

O Ibovespa fechou em alta pela quinta sessão seguida, hoje de 0,62%, para 56.384,08 pontos, maior patamar desde os 56.584,40 pontos registrado em 8 de agosto de 2008. Nestas cinco sessões de elevação, o Ibovespa subiu 4,93%. Nos três pregões de agosto, acumula elevação de 2,96%, e, no ano, de 50,16%. Na pontuação mínima do dia, registrou 55.407 pontos (-1,13%), e, na máxima, os 56.586 pontos (+0,98%). O giro financeiro totalizou R$ 4,889 bilhões. Os dados são preliminares.

O mercado doméstico de ações acompanhou em boa parte do dia o comportamento de baixa das Bolsas norte-americanas. Em Nova York, os investidores aproveitaram os indicadores mais fracos conhecidos hoje para embolsar um pouco dos ganhos acumulados nas últimas sessões. Com a diminuição das perdas na hora final do pregão, o Ibovespa deu uma arrancada e atingiu a máxima pontuação do dia, mas Wall Street voltou a cair mais e reduziu os ganhos domésticos.

Saiu hoje nos EUA a pesquisa da ADP, considerada uma prévia do relatório de vagas de trabalho, que será conhecida na sexta-feira, e mostrou que foram eliminados em julho 371 mil postos de trabalho no setor privado, ante previsão média de corte de 350 mil. Também foi conhecido o ISM de serviços, que recuou para 46,4 no mês passado, ante 47,0 em junho, quando o esperado era 48,2.

"Todo o mundo está apostando na realização da Bovespa, mas os investidores não estão querendo abrir mão. Hoje, vimos arbitragem com os ADRs (recibos de ações negociados em Nova York), um pouco de compra de estrangeiros e falta motivação para vendas", comentou um operador do mercado de renda variável. Na avaliação do gestor da Legan Asset Airton Kelner, como a realização de lucros não está engatando, os investidores que venderam papéis correm para refazer as posições, trazendo a alta de volta ao pregão. "No geral, as ondas de baixa sempre são mais fortes que as de alta, mas, dessa vez, a Bolsa parece que está fazendo muito mais força para cair", avaliou.

Os ganhos de hoje foram puxados pelo setor financeiro, que seguiu comportamento do setor nos EUA e também sofreu influência positiva do leilão da folha de pagamento do INSS. Bradesco PN subiu 1,78%, Itaú Unibanco PN, 2,01%, Banco do Brasil ON, 3,34%.

No setor siderúrgico, Gerdau PN recuou 0,18%, Metalúrgica Gerdau PN teve alta de 0,71%, e CSN ON avançou 1,75%. Estas três empresas divulgam balanços amanhã. Usiminas PNA terminou com variação positiva de 0,22%.

Nas blue chips, Vale ON fechou em alta de 0,16% e Vale PNA avançou 0,21%. Petrobras acompanhou os ganhos do petróleo e subiu. Petrobras ON terminou em alta de 0,67% e Petrobras PN, de 0,62%. Na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex), o contrato do petróleo com vencimento em setembro subiu 0,77%, para US$ 71,97 o barril, puxado pela queda do dólar, que neutralizou o efeito do aumento dos estoques nos EUA na última semana.

As Bolsas norte-americanas fecharam em baixa, mas as perdas foram amenizadas pelos ganhos do setor financeiro. O Dow Jones caiu 0,42%, para 9.280,97 pontos. O S&P 500 recuou 0,29%, para 1.002,72 pontos. O Nasdaq perdeu 0,91%, para 1.993,05 pontos.

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