quarta-feira, 16 de abril de 2008

Ibovespa fecha em alta de 2,45% e retoma nível do dia 8

16.04.2008 17h35
por Claudia Violante da Agência Estado

A Bovespa teve um pregão de recuperação hoje, de volta ao nível de 64 mil pontos - registrado pela última vez no dia 8 deste mês (quando fechou aos 64.539,5 pontos) - e com a maior elevação porcentual desde o dia 1º de abril (quando subiu 2,96%). Balanços favoráveis nos Estados Unidos, indicadores razoáveis e um documento insosso do BC americano garantiram a primazia das ordens de compras na sessão de hoje. O vencimento dos contratos de opções sobre Ibovespa e do índice futuro também não atrapalhou: a volatilidade foi mínima na sessão.
O Ibovespa, principal índice, fechou em alta de 2,45%, aos 64.151,9 pontos. Oscilou entre a mínima de 62.625 pontos (0,01%) e a máxima de 64.314 pontos (+2,71%). Com o desempenho de hoje, a Bovespa acumula ganhos de 5,22% em abril e volta a subir em 2008, +0,42%. O volume financeiro totalizou R$ 11,127 bilhões, inflado pelo vencimento de opções sobre o Ibovespa, que contabilizou R$ 2 bilhões (dado preliminar).
As bolsas americanas, guias da Bovespa, fecharam todas no terreno positivo: o índice Dow Jones subiu 2,08%, o Nasdaq ganhou 2,80% e o S&P registrou alta de 2,27%.
Os balanços divulgados durante o pregão de hoje, além daqueles de ontem à noite, agradaram os investidores. Nem todos mostraram lucros, mas pelo menos apontaram prejuízos menores do que as previsões amargas dos analistas. Entre os destaques, JPMorgan, Wells Fargo e Coca-Cola.
Dentre os indicadores, a produção industrial surpreendeu ao mostrar expansão de 0,3% em março ante previsão de queda de 0,1%. A inflação no varejo, que poderia preocupar depois que a inflação no atacado (divulgada ontem) disparou, veio em linha com as estimativas. Já o número de obras iniciadas em março foi ruim: caiu 11,9%, ante previsão de queda de 6,1%). Foi, contudo, uma gota que se diluiu no oceano de boas notícias.
O que teria mais força para inverter a mão dos negócios era o Livro Bege, sumário das condições econômicas americanas divulgadas hoje pelo Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA). Mas ele não fez preço porque não trouxe novidades. Resumidamente, o documento revelou que a economia se enfraqueceu no mês passado com os consumidores restringindo os gastos e as empresas enfrentando custos mais altos.

Ações

O recorde do petróleo e alta dos metais não prejudicaram as bolsas americanas e ajudaram a Bovespa, onde os papéis de siderúrgicas se destacaram. Usiminas PNA disparou 6,40%, CSN ON ganhou 5,86% e Gerdau PN subiu 4,62%.
A Bolsa paulista foi favorecida ainda por um recomendação de compra de ações feita pelo banco suíço UBS. O banco disse em relatório que prefere as nossas ações em detrimento às mexicanas e justifica que o desempenho abaixo da média dos papéis brasileiros é uma oportunidade para compra. Como conseqüência, o UBS mudou a classificação das ações brasileiras de "neutra" para "top pick" (melhores escolhas).
As ações da Petrobras hoje caíram, mesmo com o vencimento de índice futuro. Na terça-feira, acontece o vencimento de opções sobre ações e a volatilidade sobre esses papéis deve ser bem mais intensa. Petrobras ON cedeu 1,42% e Petrobras PN recuou 0,64%, com alguma realização de lucro após os ganhos dos dois últimos dias, que refletiram as declarações do diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo, Haroldo Lima, sobre o potencial de reservas de petróleo da área de Pão de Açúcar, na Bacia de Santos. Vale ON avançou 3,03% e Vale PNA ganhou 2,56%.

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