quinta-feira, 12 de junho de 2008

Atual upside das ações já não remunera custo de oportunidade

por Gabriel Ignatti Casonato de InfoMoney
12/06/08 08h47



SÃO PAULO - Refletindo as incertezas que rondam o ambiente macroeconômico doméstico, principalmente devido às pressões inflacionárias e ao rumo da política monetária do País, a área de Wealth Management Research do UBS fechou seu call de compra do mercado brasileiro de ações.

Embora ainda identifiquem espaço para alguma valorização adicional da renda variável doméstica, os analistas acreditam que o atual upside já não remunera o custo de oportunidade do capital.
Os analistas da instituição lembram que, quando sugeriram a estratégia, em setembro do ano passado, uma das premissas adotadas para sustentar as boas perspectivas era a forte valorização do real frente ao dólar, movimento que, na opinião do banco, deve estar próximo do seu fim.

Selic preocupa; Fundo Soberano não
Depois de duas altas consecutivas de 50 pontos-base na taxa Selic, a equipe do banco acredita que a pergunta a ser feita no momento é quanto o juro básico brasileiro ainda terá de subir para conter as pressões inflacionárias.
E caso este seja o único instrumento utilizado pelo Banco Central na luta contra o avanço dos preços, a perspectiva da instituição é de que a taxa suba consideravelmente nas próximas reuniões do Copom (Comitê de Política Monetária), deixando um cenário incerto para os próximos meses.
Já a boa notícia que vem da política fiscal brasileira é o recente anúncio do Ministério da Fazenda de que o Governo irá fazer um superávit primário adicional de 0,5% do PIB ( Produto Interno Bruto) para a criação do Fundo Soberano.

Potencial limitado
Por fim, outro ponto que influenciou a decisão dos analistas foi a forte performance do mercado doméstico desde o início da cobertura, que acabou limitando o potencial de valorização no curto prazo, avaliam.
Desde meados de setembro de 2007, o MSCI Brazil (índice que seleciona os principais papéis do mercado brasileiro) acumula valorização de cerca de 45%, acima da previsão do banco de alta de 35% no período.
Contudo, vale lembrar que, para o médio prazo, as expectativas do UBS para as ações brasileiras permanecem otimistas.

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