sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Sem acordo sobre pacote nos EUA, exterior volta a cair

por Cynthia Decloedt da Agência Estado
26.09.2008 08h09

Os mercados no exterior voltam a ficar paralisados diante da expectativa sobre o arranjo que o governo dos Estados Unidos busca alcançar junto com o Congresso para evitar o "colapso" do sistema financeiro. Ao mesmo tempo, os bancos sucumbem e se debatem para conseguir algum dinheiro no mercado interbancário.

Ontem, as autoridades reguladoras do sistema bancário dos EUA, fecharam e venderam, rapidamente, a maior instituição de poupança do país, o Washington Mutual, para o JPMorgan por US$ 1,9 bilhão, configurando-se na maior falência bancária da história dos EUA. Na Europa, o banco belgo-holandês Fortis está tendo de explicar-se aos investidores sobre especulações sobre sua solvência, depois de suas ações amargarem perdas de mais 9% hoje. Ontem, tinham caído 20%.

Diante da incerteza sobre a aprovação rápida do plano de socorro dos bancos, as bolsas européias e os índices futuros de Nova York operam em baixa esta manhã. Às 8h05 (de Brasília), a Bolsa de Londres cedia 1,87%, Paris recuava 1,97% e Frankfurt tinha baixa de 2,01%. Em Wall Street, o índice futuro do Nasdaq 100 caía 1,49% enquanto o S&P 500 perdia 1,61%.

Um acordo sobre o plano de resgate do secretário do Tesouro dos EUA, Henry Paulson, foi congelado ontem à noite, por conta da defesa de um plano concorrente dos republicanos. Hoje, as negociações devem continuar sem a presença desses parlamentares.

O descrédito das bolsas reflete-se na queda do dólar e do euro em relação ao iene, com investidores avessos ao risco comprando ienes para desmontar posições de carregamento (carry trade) nas moedas de maior rendimento. No mesmo horário, o dólar caía 0,43% para 105,34 ienes e o euro cedia 1,26% para 153,58 ienes. No mercado de petróleo, o contrato futuro do tipo WTI com vencimento em novembro caía 2,38% a US$ 105,45 o barril, na sessão eletrônica da Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex, na sigla em inglês).

Para abastecer o interbancário, os maiores bancos centrais do mundo injetaram mais recursos nos mercados abertos. O Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) anunciou que ampliou a linha de swap com os BCs mundiais em US$ 13 bilhões para US$ 290 bilhões, visando oferecer liquidez adicional em dólares para uma semana.

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