quarta-feira, 20 de maio de 2009

Bolsa vira no final e cai 0,20%, mas Petrobras resiste

por Agência ESTADO
20 de Maio de 2009 17:47

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) teve um dia de "vale a pena ver de novo", repetindo a trajetória já vista na véspera. O índice Bovespa (Ibovespa) operou em alta durante quase toda a sessão para, nos minutos finais, perder fôlego e fechar em baixa, acompanhando o movimento das Bolsas norte-americanas. A ata da última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) do Federal Reserve (Fed, banco central americano) foi a responsável pela queda em Nova York, ao sinalizar uma recessão mais profunda e uma recuperação mais lenta para a economia americana. A Bolsa brasileira, no entanto, até que conseguiu mostrar alguma resistência graças ao desempenho das blue chips, sobretudo Petrobras, impulsionada pela alta do petróleo para acima de US$ 62 o barril na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex).
O Ibovespa terminou o dia em baixa de 0,20%, aos 51.245,09 pontos. Na mínima do pregão, atingiu os 51.143 pontos (-0,40%) e, na máxima, os 52.640 pontos (+2,52%). No mês, acumula ganhos de 8,37% e, no ano, de +36,47%. O giro financeiro totalizou R$ 6,388 bilhões hoje (dado preliminar).
A recuperação do petróleo foi destaque na sessão de hoje, decorrente da queda dos estoques nos Estados Unidos acima das previsões. Na Nymex, o contrato do petróleo para julho avançou 3,23%, a US$ 62,04, o maior preço desde novembro do ano passado. No Brasil, as ações da Petrobras resistiram à queda do Ibovespa no finalzinho da sessão e subiram mais de 1%. A ação ordinária (ON) avançou 1,22% e a preferencial (PN), +1,31%. Ainda sobre a Petrobras, a empresa divulgou hoje que a produção total de petróleo em abril caiu 0,42% sobre março, para uma média de 2,109 milhões de barris por dia. A queda decorreu de paradas programadas em algumas plataformas.
Se Petrobras foi o ponto de resistência hoje na Bovespa, as ações da Vale, outro porto seguro, também não desapontaram. Subiu praticamente toda a sessão, mas arriscou o vermelho na reta final, o que levou algumas siderúrgicas a também inverterem. Como esses papéis subiram mais do que Petrobras nas sessões anteriores, nada mais natural que a correção final tenha ocorrido nelas. Vale ON terminou em alta de 0,31%, Vale PNA, em queda de 0,03%, Gerdau PN cedeu 2,17%, Metalúrgica Gerdau PN, -2,43%, CSN ON, em +0,75%, e Usiminas PNA, em +1,48%.
A perda de fôlego do Ibovespa a minutos do término do pregão, repetição de ontem, decorreu da ata do Fed. Os investidores não gostaram do trecho em que há projeções sobre uma recessão econômica mais profunda do que a originalmente prevista para os EUA em 2009. As autoridades do Federal Reserve estimam que a economia deve sofrer um declínio de entre 1,3% e 2% neste ano. Em janeiro, eles previam contração de entre 0,5% e 1,3%. O prognóstico para 2010 também foi revisado em baixa, para um crescimento em torno de 2% a 3%. O Dow Jones terminou o pregão em queda de 0,62%, aos 8.422,04 pontos, o S&P caiu 0,51%, aos 903,47 pontos, e o Nasdaq recuou 0,39%, aos 1.727,84 pontos.
Na Bolsa brasileira, os 52 mil pontos do Ibovespa estão 'encantados', já que há um suporte gráfico neste patamar que está difícil de ser rompido. A maioria dos analistas diz que, na verdade, após essa esticada não haveria justificativa para os ganhos aumentarem ainda mais, o que significa dizer que ir além dos 52 mil pontos requisita dados concretos e mais fortes sobre uma recuperação global. Apesar dessa percepção, o que tem movido a Bovespa é o fluxo estrangeiro. E ele não para de chegar.
Apesar da resistência do Brasil à crise, o País também está sentindo seus efeitos, tanto que o governo divulgou hoje sua nova previsão para o PIB. Agora, a economia deve encerrar 2009 com um crescimento de 1%, metade dos 2% estimados antes pelo Ministério do Planejamento.

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