quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Bolsa interrompe sequência de 5 altas e cai 1,12% hoje

por Agência ESTADO
06 de Agosto de 2009 17:45

Depois de cinco sessões consecutivas de alta, os investidores na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) acharam que era hora de guardar um pouco dos ganhos, também se antecipando ao que poderá ser divulgado amanhã sobre o mercado de trabalho norte-americano. Os dados de pedidos de auxílio-desemprego nos EUA hoje até vieram bons e justificariam mais um pouco de compras de ações - e esse movimento até aconteceu no período da manhã -, mas a análise de que o índice Bovespa estava "esticado" por ora serviu para firmar a trajetória de baixa no período da tarde.

O Ibovespa terminou o dia em queda de 1,12%, aos 55.754,88 pontos. Na mínima do dia, registrou 55.361 pontos (-1,81%) e, na máxima, os 56.780 pontos (+0,70%). No mês, acumula ganho de 1,81% e, em 2009, de 48,48%. O giro financeiro totalizou R$ 5,075 bilhões. Os dados são preliminares.

"Os indicadores dos últimos dias têm sido positivos. Não têm saído nada de ruim, ao contrário, e tem havido fluxo de estrangeiros", comentou a sócia-gestora da Global Equity, Patrícia Branco. Segundo ela, os investidores usaram a recompra de bônus anunciada pelo Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) como desculpa hoje para realizar lucros, uma vez que o dado de pedido de auxílio-desemprego nos Estados Unidos era positivo e poderia ter segurado mais um dia de ganhos.

No seu encontro de hoje, o Banco da Inglaterra, além de manter o juro básico da economia estável em 0,5% ao ano, também decidiu aumentar seu programa de compra de bônus em 50 bilhões de libras, para 175 bilhões de libras, o que foi lido por parte do mercado como uma preocupação da autoridade monetária com a sustentabilidade dos recentes sinais de melhora na economia.

Essa interpretação aconteceu porque, no comunicado em que anunciou sua decisão, o BoE citou que a recessão no Reino Unido é mais profunda do que o previsto anteriormente e destacou que o crescimento da base monetária continua fraco e a capacidade ociosa produtiva aumentou. Também o Banco Central Europeu (BCE) anunciou sua decisão sobre juros hoje, igualmente inalterada, em 1% ao ano.

Nos EUA, o dado de pedidos de auxílio-desemprego surpreendeu positivamente, já que o número de norte-americanos que pela primeira vez fizeram o pedido caiu 38 mil na semana passada. A expectativa era de alta de 1 mil. Isoladamente, entretanto, o indicador não é de todo favorável, já que o total de americanos que recebiam o auxílio subiu acima do previsto, para 6,3 milhões.

O Dow Jones terminou a sessão desta quinta-feira em baixa de 0,27%, aos 9.256,26 pontos. S&P 500 recuou 0,56%, para 997,08 pontos, e o Nasdaq caiu 1%, para 1.973,16 pontos.

Na Bolsa brasileira, Petrobras ON recuou 1,40% e Petrobras PN cedeu 1,30%. Vale ON caiu 1,39% e Vale PNA, -1,21%. Na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex), o contrato do petróleo para setembro fechou em baixa de 0,04%, a US$ 71,94 o barril. Os preços dos metais também terminaram a sessão em baixa.

As ações do setor de siderurgia não apresentaram uniformidade de direção hoje na Bovespa. Gerdau PN teve queda de 2,65% e Metalúrgica Gerdau, de 3,10%. A Gerdau anunciou prejuízo líquido de R$ 329,095 milhões no segundo trimestre, abaixo das projeções dos analistas. CSN ON, que divulga seu balanço após o fechamento do mercado, subiu 0,81%, e Usiminas PNA avançou 0,56%.

No setor financeiro, as perdas foram uniformes. Bradesco PN recuou 1,32%, Itaú Unibanco PN, 0,83%, e BB ON, 3,90%. VisaNet ON ampliou as perdas à tarde, após a Secretaria de Direito Econômico (SDE) do Ministério da Justiça instaurar um processo administrativo contra a empresa para apurar eventual conduta anticompetitiva na relação com a bandeira Visa. As ações fecharam com baixa de 3,80%.

Nenhum comentário: